terça-feira, 21 de novembro de 2006

Maquiavel em Democracia


Oportuna e excelente a leitura deste pequeno mas sagaz livro de Edouard Balladur, antigo Primeiro-ministro francês e candidato presidencial derrotado por Jacques Chirac.
É impossível ler Balladur e não estabelecer um paradoxo paralelo com a mediocridade dos que actualmente nos governam, com claro destaque para Sócrates e o seu (cada vez mais patético) governo.
Pois, “(…) para dirigir o Estado são necessários outros atributos: ser capaz de se impor através das suas ideias, do seu discurso, da sua imagem de um carácter forte, da sua capacidade de síntese, da sua visão de futuro (…)”.
É na verdade uma pequena tragédia sermos governados por analfabetos funcionais. Mas nos seus 77 anos Balladur sabe bem que assim tem de ser e não se rala muito com o facto: “Os políticos representam uma comédia cujo tema eles próprios escolhem. Para alguns a tarefa é fácil porque se contentam com o que são, isto é, com a mediocridade (…)”.
A mediocridade é uma coisa péssima, mas Sócrates sabe que em terra de cegos quem tem olho é Rei. Ainda assim espero que não ignore (pelo menos) um ensinamento do velho Nicolau, relembrado por Balladur: “Os homens não perdoam a que os engana”.

PSL

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