quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Queremos tipo coisas fixes


A fotografia que ilustra a primeira página do DN de hoje é sublime. Um quase-adolescente emerge de um mar de adolescentes em protesto, empunhando um cartaz onde se pode ler a inscrição “Queremos tipo coisas fixes”.
Imberbe, de sorriso tão apatetado quanto espertalhão, o puto do cartaz, caso tivesse tido a sorte de nascer num pais civilizado, arriscava-se a ser um ícone de uma vaga de protestos.
“Queremos tipo coisas fixes” é alias o slogan exacto para os manifestantes filhos da sociedade dos lazeres. Numa linguagem (e língua…) vaga, mais perto de um registo humorístico do tipo Gato Fedorento do que de alguém que quer ser levado a sério, “queremos tipo coisas fixes” não significa nada, mas significa tudo. Significa sobretudo que os protestos devem ter alguma razão de ser, pois a escola que temos não ensina sequer a criar um slogan de protesto que respeite a gramática portuguesa.

PSL

2 comentários:

Cristina disse...

também quero! :))))

obrigada pela visita.

Rosa disse...

É como tu dizes: não significa nada, mas significa tudo.
Eu também quero. Assim tipo coisas fixes.