segunda-feira, 20 de novembro de 2006

O caso João Pinto

Parece que José Veiga, ex-dirigente do FC Porto e do Benfica, foi constituído arguido num processo por burla e fraude fiscal desencadeado por um facto ocorrido em 2000: a inscrição de João Vieira Pinto como jogador do Sporting.
Bem, não conhecendo o caso (afinal, está em segredo de justiça), apenas posso formular uma questão cuja resposta ajudará de forma determinante o Ministério Público e as Finanças:
  1. Se o Sporting Clube de Portugal pagou 3 milhões de euros a José Veiga, onde é que está o recibo?
  2. Se o Sporting Clube de Portugal não pediu recibo do pagamento, não será (no mínimo) conivente com o crime de Veiga?
  3. Se o Sporting Clube de Portugal pagou 3 milhões de euros e não pediu recibo, como é reportou o dinheiro na sua contabilidade?
  4. Se foi o Sporting Clube de Portugal a fazer o pagamento, que tal perguntar a quem é o fez?

2 comentários:

Anónimo disse...

O “caso” José Veiga – não o caso das suas alegadas dívidas ao fisco, mas o novo caso, relativo à mudança de João Pinto do Benfica para o Sporting, no Verão de 2000, e o desaparecimento misterioso para a conta de uma empresa estrangeira de mais de três milhões de euros por conta de alegada comissão de transferência – parece ser apenas a ponta de um “iceberg” da indústria do futebol em que os empresários já são os principais agentes. Tão principais que, no caso português, já são eles que dominam a maioria das sociedades anónimas desportivas, pondo e dispondo de jogadores e treinadores, ou metendo “pontas-de-lança” nas próprias empresas futebolísticas, ante a passividade complacente e resignada dos verdadeiros dirigentes dos clubes.

Pedro Soares Lourenço disse...

O tempo passa, o MP erra, a populaça bate palmas e urra!
O mais interessante neste caso é ver como o MP faz o seu trabalho (ao contrario!), pois se ele sabe que determinada quantia saiu de algures sem entrar em nenhures manda o bom senso perguntar em primeiro lugar ao dono dessa quantia o que é que fez à mesma. Perguntar e exigir prova da resposta.
O que é que nós assistimos?
Ao contrario, como sempre. Pergunta-se ao putativo recebedor da quantia se recebeu e se não recebeu porque é que não recebeu, e já agora que prove que não recebeu.
Enquanto o MP olhar para estes casos como um jogo de índios e cowboys a nós resta-nos rir.