Ontem foi mais um dia de excelente cinema nesta aventura urbana em que o IndieLisboa torna os nossos dias. Do muito que haveria para contar, destaco apenas Wonderful Town (****) do realizador tailandês Aditya Assarat, justamente considerado pela comunicação social como um dos grandes candidatos ao prémio máximo do festival (repete quarta feira às 16h15 no São Jorge 3).
Assarat conta-nos a historia de um jovem arquitecto em "fuga" da plena Bangkok na tentativa de viver uma vida nova. Ao chegar a uma pequena cidade costeira do Sul que convive mal com os fantasmas do catastrófico Tsunami, perde-se (literalmente…) de amores por uma jovem recepcionista de um velho hotel. Como se nota é uma historia pequena. Todavia é esticada ao máximo pela arte do realizador. De facto, Assarat, sabe tudo sobre cinema e não se coíbe de nos mostrar isso mesmo. São varias as sequências marcantes, mas por certo uma impressionou o júri. É um corriqueiro dialogo, típico de enamorados, no terraço superior de um edifico, onde a câmara vai e vem ao sabor da conversa e do bailado de quem apanha a roupa de estendal. O cinema (também) é isto mesmo: quando da banalidade se faz luz e luxo. E Wonderful Town são noventa minutos assim; compulsivamente belos. Beleza apenas decaída numa tentativa de final redentor que não consegue escapar às amarras do impossível.
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