"A ingenuidade deixa-se aos espíritos pequenos, como uma marca da sua imbecilidade. A fraqueza é olhada como um vício na educação. Nada de pedir que o coração saiba manter o seu lugar; basta que façamos como os outros. É como nos retratos, aos quais não se exige mais do que parecença."
Montesquieu, "Elogio da Sinceridade", Fenda, 2005, p. 15.
Quem procura a verdade absoluta e a absoluta verdade em Política, cairá certamente num populismo dócil e desvirtuoso. Não há verdades "verdadeiras" na Política, assim como também na Ciência, na Filosofia ou na Moral. O que há, angelicamente, é tempo, espaço, e tempo e espaço, e nós, mais nós, e os outros, os animais imorais. Não significa que nós, os inteligentes, somos seres animalescos refinados, significa apenas que somos animais com a douta e única capacidade de sermos racionais (puros) e irracionais (impuros), portanto, de criação livre e independente. Por outro lado, há as verdadinhas, as verdades contemporâneas, que são tão etéreas, quanto viajantes nas veias humanas, actualmente bastante condicionadas pelas economias dos nossos dias, designadamente a da oportunidade e da liberdade.
Para o caso, Sócrates cometeu o pecado de não perguntar, só sabia que tudo ignorava, e ainda se prestou ao julgamento dos questores da comunicação e bebeu a cicuta na nova praça frente ao seu público que, maioritariamente, nele depositou absolutas esperanças e, no fim, não é que... não se viu qualquer prostração..., não se dobrou sobre si mesmo, as pernas não pesaram, as costas não vacilaram, nem para a esquerda, nem para a direita! Ora bolas, afinal, quem preparou o chá de cicuta? O público bem se indagou, mas... será que... Sócrates só sabia o que ninguém sabia?!
Contra todos os nossos sonhos de sociedade, que importa saber a respectiva resposta, quando, infelizmente, há um vazio actual de alternativas à liderança e estratégia do poder governamental português?
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