segunda-feira, 26 de março de 2007

Grandes Portugueses

"Grandes Portugueses" foi um concurso do tipo "big-brother" (com "expulsões" e tudo), em que - desde o início - se percebeu que ganharia uma de três personagens históricas:
D. Afonso Henriques, António Salazar ou Álvaro Cunhal.
D. Afonso Henriques era uma escolha óbvia, por se tratar do fundador da nacionalidade, e uma das personagens históricas mais familiares para a população portuguesa.
António Salazar não deixava de ser uma possibilidade forte, uma vez que a difícil situação económica que se atravessa, juntamente com o desconhecimento da História recente e a aura de honestidade que o rodeia (por contraposição aos Pina Mouras da actualidade), são elementos que o favorecem.
Álvaro Cunhal também seria um forte candidato, uma vez que a máquina comunista funciona de forma inelutável, e não perderia esta oportunidade para incensar o seu guru.
Dito isto (e assumindo a surpresa de ver Aristides Sousa Mendes à frente de D. Afonso Henriques), sinto-me triste por Salazar ter ganho o concurso, mas alegre por Cunhal não o ter ganho.
É que, se Salazar foi um ditador, Cunhal quis ser um ditador!
E se o Salazar do colaboracionismo com Hitler era anti-democrata, o Cunhal seguidor de Estaline também era um anti-democrata!
Por outro lado, senti uma imensa repulsa pelo discurso histérico e fanático de Odete Santos, que não perdeu qualquer oportunidade de canonizar Álvaro Cunhal (como por exemplo, quando Maria Elisa lhe perguntou qual o maior defeito de Cunhal, cuja resposta foi "a sua imensa modéstia"), e que assim que foi anunciado o vencedor, desatou a gritar "a defesa da ideologia fascista é crime". De facto (e de direito) a apologia do fascismo é crime, mas chegou a hora de nos questionarmos, por que razão não há-de o comunismo ser também declarado proscrito da convivência democrática? Ou alguém duvida que, se tivesse tido sucesso, Álvaro Cunhal não teria sido um ditador comunista?

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