Fechei, enfim, o circulo sobre os nomeados para o oscar de melhor filme do ano que passou. E fiquei mais "descansado". Num ano globalmente bom mas sem nenhuma obra-prima os prémios para The Departed e Scorsese, ao contrario do que se tem dito no rescaldo da festa de Hollyood, estão muito bem entregues.O retracto do lado oculto da batalha em Iwo Jima feito por Eastwood está muito longe das suas melhores películas. Ao contrário do que muitos defendem, este não é um filme "de guerra" ou sobre uma batalha, mas sim o retracto da bravura e carácter de um Homem que sabe de antemão o destino que lhe está confiado: O general Kuribayashi impecavelmente encarnado pelo (para mim desconhecido) Ken Watanabe.
Com uma fotografia excelente e momentos de cinema sublimes - a sequência da imolação de vários soldados numa das grutas; os flashback que funcionam como dinâmicos vórtices atirando o espectador violentamente contra o passado, para rapidamente o submergirem com o presente - As Cartas de Iwo Jima não chega, contudo, ao Olimpo da sétima arte. Faltam centelhas de génio na câmara preguiçosa de Eastwood, ritmo na montagem e sobretudo cuidado nos pequenos (mas fundamentais) pormenores que distinguem o grande cinema da obra prima absoluta.
Assim, não alinho no coro que aplaude de pé mais um filme de Eastwood. Este ano, ele, quedou-se apenas por dois grandes filmes. Apenas!

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