A confusão toda que se está a gerar à volta da licenciatura de José Sócrates em Engenharia, poderá ter uma consequência positiva. É que temos de reflectir sobre o que é verdadeiramente importante: o reconhecimento por uma Ordem que abarca profissionais que vão desde a química e electrotecnia à construção civil e meio ambiente, ou o reconhecimento de uma qualificação académica. Isso implica que uma licenciatura em Engenharia num país estrangeiro, numa área científica não abarcada pela Ordem, não permite o uso do título de "engenheiro".
(Não se trata de uma questão espúria: contraponha-se a Ordem dos Advogados (sendo que "advogado" é uma profissão da área jurídica) a uma hipotética Ordem das profissões jurídicas... É que um licenciado em Direito é um Jurista. Mas se quiser enveredar por uma profissão específica (advogado, juiz, notário...) deverá obter formação profissional também específica.)
(Não se trata de uma questão espúria: contraponha-se a Ordem dos Advogados (sendo que "advogado" é uma profissão da área jurídica) a uma hipotética Ordem das profissões jurídicas... É que um licenciado em Direito é um Jurista. Mas se quiser enveredar por uma profissão específica (advogado, juiz, notário...) deverá obter formação profissional também específica.)
Já um licenciado em Engenharia não é um Engenheiro, porque o Estado retirou da Universidade a capacidade de dizer : "-este sujeito é um engenheiro", e transferiu-a para uma corporação. E as corporações tendem a proteger os seus membros de qualquer tipo de inovação externa, de qualquer tipo de concorrência.
Enfim, pode ser que isto seja o "caso Mantorras" da Engenharia...
Por outro lado, quanto às irregularidades formais no processo de licenciatura do Primeiro Ministro, não percebo por que é que se quer imputá-las ao aluno, quando as mesmas são da responsabilidade da Universidade.
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