Caro Paulo Gorjão, não faça isso!
Ficaremos orfãos de um dos melhores blogues nacionais?
Quem mais restará com a sua perspicácia de "spin-detector"?
Quanto à mão de Katsouranis, destaco a análise d'O Jogo:
Katsouranis tem o braço esquerdo completamente colado ao corpo e a bola bate-lhe e sobe, sem que haja qualquer infracção do jogador. Entretanto, o assistente, por precipitação, chama o árbitro que opta por recorrer a uma bola ao solo .
Há "uma palavra" para todos menos para os gaienses?


A rapaziada da Tvcabo (parece que é assim que se escreve agora), não tendo grandes novas para nos oferecer, sabedora, no entanto, que na reentré é preciso fazer qualquer coisa para que tudo fique na mesma, acabou por baralhar o alinhamento dos canais. No meu caso, cliente do pacote funtastic life (bonito epíteto), existem diversos canais repetidos; supostamente para dar a ideia de que nos “dão” mais canais. Mas vá lá. Desta vez nem tudo foi mau. Provavelmente ao conversarem com uma criança de dez anos, daquelas que vão aquele programa da RTP 1 treinado pelo apresentador do Arouca (perdão, apresentado pelo treinador do Arouca) ela lhes terá dito: e se agregassem os canais e informação todos bem pertinho uns dos outros para tornar ainda mais fácil esse dengoso desporto de sofá chamado zapping. E.., plimmm, já está. O mundo todo junto entre a posição 200 e 211. Mas fantástico, fantástico mesmo, foi terem chutado aquela lixeira chamada TV Record da posição 12 para o fundo do baú. Continuamos todavia a lamentar não ter um canal brasileiro decente na nossa televisão por cabo.

Continua a escrever-se pouco sobre "a noite" nos blogues. É pena, até parece que a malta não se diverte…
Foi ela que uma vez, enquanto governante, quis proibir os concertos no "estádio" José Alvalade por causa do barulho para a sua casa?... Não foi?
O que é que andaram a fazer durante o ultimo mês e meio para ainda não terem ido ver "À Prova de Morte"? Não vale a pena perder mais tempo com "rodriguinhos". Death Proof é uma obra prima e o resto é conversa de quem não gosta de cinema mas sim de filmes. Duas cenas, pelo menos, ficaram nos anais. A primeira, durante a "primeira metade" do filme, mostra-nos uma "lap dance" (como nunca ninguém terá ousado…) que nos afoga em sensualidade. "Aquilo", assim filmado a partir do chão, mostra uma voluptuosa rapariga perdida em álcool, droga e outros prazeres que sabemos ter as noites contadas. Renoir dizia que a arte do cinema consistia em por mulheres bonitas a fazer coisas bonitas. Tarantino coloca mulheres bonitas, tantas mulheres bonitas, a fazer amor com a câmara. Não sei descrever melhor. A segunda, já na "segunda parte" do filme, mostra em longo plano único (dez ou mais minutos), ao redor de uma mesa de café americano, a conversa grandiloquentemente fútil e oca - como todas as conversas neste filme - de quatro jovens raparigas com sangue na guelra. Esta cena será mostrada nas escolas…
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A verdadeira dimensão desse momento sente-se não no plano económico ou político mas sim social. Nesse dia tinha ido trabalhar num horário dito de "trabalho normal". Regressei logo após o almoço ao local de trabalho para dar uma volta na net, antes de voltar a pegar no trabalho. Nessa época a blogosfera ainda era uma miragem. Contudo, eram muito populares as mailing list os fóruns e outros locais de discussão. Numa das mailing list de que era há época assinante, varias pessoas demonstravam o seu medo e espanto com um "acidente" de avião no centro de Nova Iorque. Procuro melhor informação num qualquer motor de busca nacional quando me lembro que aquela hora, perto das duas da tarde, ainda os noticiários da hora do almoço estariam no ar. Quando chego à primeira televisão que encontrei, deparo-me com o departamento em peso a assistir ao imprevisível caos. Furo para a primeira fila e assisto a um Paulo Camacho, na SIC, mais "às aranhas" que todos nós juntos. Minutos depois repetem-se as imagens do segundo avião que choca com a Torre 2. Dentro em breve todos haveríamos de ver em directo e a cores aquela torre a ruir em segundos. O resto da historia todos conhecemos. O século XXI tinha enfim começado.




A canalha não é o povo. A canalha é a caricatura do povo para a televisão. São os que se juntam à saída de interrogatórios e julgamentos para insultar quem está na mó de baixo. Trata-se da mais abjecta espécie de cobardes. É provável que alguns tenham chorado a sorte da Madeleine McCann como se fosse alguém da família. Não, não é compaixão. Vivem a vida dos outros como se vive uma novela. São tudo personagens, motivo de conversa, uma forma de passar o tempo. Amanhã já se esqueceram. Mas hoje insultam os vilões do momento.

Mais, a Ciência (que não gosta que se se sentir apalpada), também é uma óptima conselheira literária, e neste momento a Ciência diz-lhe para não ler obras de ficção mágica (lá terão "Os Lusíadas" de ser retirados dos programas escolares...):«Pode até haver um dois cientistas confundidos e que gostam de confundir os outros, mas duas ou três andorinhas não fazem a Primavera. Um grupo de dois ou três cientistas não formam a comunidade científica. Alguns cientistas também "se passam" e, nesse caso, as habilitações anteriores não lhes servem de nada...»
«Neste momento quase toda a gente em quase todo o mundo está a comprar "O Segredo" e o "Harry Potter". (...) Mas julgo que só há uma maneira de o contrariar: incrementar a cultura científica, o que passa por mais e melhor ciência na escola. A escola - que deveria transmitir uma atitude científica - é fundamental para não nos deixarmos iludir.»Enfim, é Ciência que nos dá a Verdade, tudo o resto é erro e opróbrio:
Fico à espero de ler no De Rerum Natura uma análise científica com o mesmo nível de desassombramento sobre um livro e sobre uma ideia:«Muitos cientistas pertencem a organizações que defendem o cepticismo e a razão, que estão subjacentes à ciência e que são os meios mais eficazes para nos confrontarmos com a realidade.»
O tenor italiano Luciano Pavarotti, 71 anos, morreu hoje de madrugada em sua casa, na cidade de Modena, Itália, em consequência de um cancro no pâncreas. (Público)A resposta pode ser enviada directamente para José Sá Fernandes...
«Não vale a pena dar ouvidos aos "velhos do Restelo" (já devíamos ter arranjado uma expressão regionalizada que substituísse o Restelo por uma coisa mais nossa...) que nestas ocasiões gostam de vir dizer que ainda há casas degradadas e outros focos de miséria».
«Igualmente perturbante, pelo menos para mim, é também o alarme social gerado pelos assaltos aos bancos, sobretudo quando se compara esse alarme com o resignado fatalismo que se exige aos não banqueiros, ou seja, a maioria de nós, caso sejamos assaltados ou agredidos. Os portugueses não têm apenas uma justiça cara e ineficaz. Vivem rodeados duma concepção elitista da segurança e do crime: quando se assalta um banco é inequívoco que se tratou de um roubo. Quando o assaltado ou agredido é um qualquer cidadão a quem roubaram o dinheiro que acabou de levantar no multibanco entra--se no domínio do problema social. E é suposto que a vítima seja a primeira a desistir de falar em justiça e a perceber que teve azar.»
A subida das taxas de juro levanta a discussão sobre o que deve ser central na política macroeconómica. A inflação? A tese generalizada diz que a inflação é um imposto que sobrecarrega os pobres. Será. E a subida das taxas de juro, não será um imposto cego que sobrecarrega as classes médias? Pior ainda quando a despesa não pode ser diminuída. Quando a crise é generalizada e os preços aumentam, posso trocar o peixe pelo atum em lata, mas não posso vender a casa amanhã só porque as taxas subiram hoje. Não sendo economista, estou convencido de que os bancos centrais subvalorizaram a relevância da subida do preço do petróleo na inflação, e desvalorizaram a relevância da subida dos juros para o rendimento disponível. Agora, que é tarde, talvez valesse a pena discutir a sacrossanta independência. Pelo menos independência com dever de explicação, não?
No Bangladesh (país que costuma aparecer nas notícias por altura das monções), a ex-primeira ministra foi presa, acusada de ter beneficiado um operador num concurso que lesou o Estado em 106 milhões de euros.

