sexta-feira, 19 de maio de 2006

A quadratura da bola (II)

O mundial de futebol 2006 não começa dia 9 de Junho. Começou segunda feira passada. Pelo menos para nós portugueses. Assim foi, porque à hora do jantar Luís Felipe Scolari divulgou os convocados da selecção Portuguesa para o torneio. Lá iremos…, num próximo post.

Não sou um fanático da selecção como sou do clube do meu coração. Nem coisa parecida. Mas sou um apaixonado pelos grandes torneios mundiais de futebol. O Mundial, o Europeu a nível de selecções; a actual Liga dos Campeões Europeus e mesmo a Taça dos Libertadores ao nível de clubes.

Gosto do Mundial porque desde que me lembro de mim que me lembro dessa competição.
Lembro-me de ter ido pela mão do meu pai em 1978 assistir ao filme da competição realizada na Argentina, ali num cinema de bairro; No bairro dos Anjos, já não me lembro se a sala de espectáculos, hoje desaparecida, era o Rex ou o Lis; tinha seis anos. Lembro-me muito bem do Espanha 82 e da sua mascote, o Naranjito; E a magia daquela equipa Brasileira com Falcão, Zico, Sócrates; o Doutor. Fez as delícias dos putos que como eu passavam os dias a dar pontapés em qualquer coisa que fosse redonda nas seguras ruas de um bairro popular na zona histórica de Lisboa.
Lembro-me muito bem do México 86; "el mundo unido por un balon", dizia o slogan. Do amadorismo Português e do "caso Saltillo"; a lesão do guardião Bento e a humilhante derrota frente a Marrocos por 3-1. Mas também da famosa "mão de Deus" da divindade Maradona e da grande equipa que era essa Argentina.
Não sei bem porquê não me lembro tão bem do Itália 90, quase não tenho recordações desse torneio.
Lembro-me do USA 94; da vitoria Brasileira com o perfume de Bebeto, e daquela grande penalidade esbanjada na final por Roberto Baggio.
Naturalmente lembro-me do França 98, do grande futebol praticado pelos da casa e do fracasso Canarinho na final.
E, enfim, do Mundial Oriental de 2002. Mais uma vez a vergonhosa prestação dos nossos. O amadorismo - sempre; a crendice de Oliveira, o dooping de Kenedy, a humilhação, de novo, frente aos Norte-Americanos, desta feita e o desespero com os Coreanos do Sul.

Como se vê um Mundial de futebol não é uma coisa qualquer. Quase que poderia dividir a minha existência, cortando uma boa de futebol, correspondendo cada pedaço a um período de quatro anos que culmina com um Mundial de futebol. Nesse sentido, este Mundial, será a prova viva do que acabo de escrever. Mais ou menos durante o seu decurso alguns ciclos de vida vão terminar, para, espera-se, que outros comecem.
Esta é também a magia de quem ama o jogo da bola na sua competição suprema. Quase que poderíamos falar numa quadratura da bola. Por estes dias é impossível ela não tomar de assalto este blogue.

PSL

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