terça-feira, 16 de maio de 2006

ESPUMAS XXVIII

Onde está a história daquele corpo, a velha história, aquela que sempre se repete. Onde é que ele nasceu? De uma ideia? De uma experiência? Onde está a estrutura que não é visível? A olho nu não se consegue ver, nem um fotograma! Onde estão os seus electrões?! O corpo esvai-se tão depressa, será assim, ou não se vê de todo para além do que é permitido? E quem permite? E quem o controla? Onde está o famoso filtro da legitimidade colectiva? Alguém de nós, humanos, deu autorização para ofuscarem a nossa visão? E porque eu, eu mesmo, não consigo ver beleza naquela maravilha? Será porque a beleza é uma construção social? Será do astigmatismo que me assola? Quem faz parte dessa somatófila construção? Quem são os pedreiros? Não somos todos nós? Ou não passamos de porteiros dos corpos das notícias inúteis? Lê-se, vê-se e tudo parece que nada fica. Se não houvesse imagens por um dia, ficávamos mais ignorantes? Não me parece. Já nada me parece, a bem ver. Que noite caleidoscópica de espasmos inquisitórios!...Vou dormir. Boa noite.

NCR

1 comentário:

Pedro Soares Lourenço disse...

"noite caleidoscópica de espasmos inquisitórios"...,

irra! que visão tão escanifobética, como é que isso se imagina ou se sente? Ou se vê?