terça-feira, 2 de maio de 2006

Os três F´s é que mais ordenam!

Aproveitei o regresso e o dia de ontem para fazer o necessário upgrade informativo que a fervilhante (!?) opinião pública e publicada portuguesa produz. Lidas as referencias na comunicação social de fim-de-semana espantado fiquei com um espanto: O discurso de Cavaco em São Bento faz hoje uma semana.
Espantado pelo espanto porque das duas uma, ou não se passou mais nada de relevante neste pais entre a balda dos deputados na quinta feira santa e o discurso do dia da liberdade ou os nosso cronistas são um bando de pardais porque “estão cá mas não andam cá” e não conhecem Cavaco de lado nenhum.
Alias, bem me parece que o discurso do “Portugal dos Desgraçadinhos” está de novo em alta se bem atendermos a múltiplos pequenos pormenores.
Como devem imaginar, as saudades da Lusa pátria inundaram o meu espírito nestas ferias. Assim, de volta à espantosa Pátria amada a minha vontade é vos deixar um Fadinho bem alfacinha (e bem revelador desse espirito desresponsabilizador do “Portugal dos Desgraçadinhos” ) para juntar ao Futebol que ai vem em doses industriais, e à Fátima que vela por nós.

MALDITO FADO
Autor: Raúl Ferrão


Ele era um bom rapaz trabalhador
Um operário leal cumprindo bem
Vinte anos de ilusão brotando em flor
E uma eterna afeição por sua mãe

Mas um dia fatal os companheiros
Levaram-no a uma taberna onde parava
A malta de vadios desordeiros
Dos quais um à guitarra assim cantava

ESTRIBILHO
Um fadinho a soluçar
Faz de nós afugentar
A ideia da própria morte
Mata a dor mata a tristeza
O fado é bendita reza
Dos desgraçados sem sorte
Tem tal choro e mágoa tanta
Quando canta na garganta
De quem canta amargurado
Que o refúgio preferido
Para quem viver dolorido
Está na doçura do fado

Esta triste canção foi mau agoiro
Que a vida lhe viesse transtornar
Tomou gosto à taberna ao matadoiro
E em breve até deixou de trabalhar

Uma ideia tenaz e doentia
Trazia-lhe a cabeça transtornada
Chorar fazia a mãe quando o via
Já ébrio ao regressar de madrugada

Deixando a mãe sem forças para lutar
Vendo a fome do seu lar não se importou
E um dia sem razão sem vacilar
Abriu uma navalha e a assassinou

Para onde se vai sem mais voltar
Condenado ao degredo ele partiu
E quando a mãe tombava sobre o cais
Ao longe a voz dele ainda se ouvia

ESTRIBILHO


fonte: fados de lisboa


PSL

1 comentário:

125_azul disse...

Em Espumadamente diz-se que se acrescentaria mais um F a este teu post. Eu concordo!!!