Os protagonistas deste livro são gente como nós que, tal como nós, todas as manhãs abandona o lar, caminha para o trabalho; ai chega, toma o seu café, prepara as tarefas diárias, organiza o trabalho mas... de repente se vê envolvido por um inferno sem ter tido hipótese de passar pelo crivo do purgatório.
Jim Dwyer e Kevin Flyn, jornalistas nova-iorquinos juntaram esforços para escrever este livro que com prazer, alguma angústia, muito incómodo e alguns pesadelos devorei num ápice.
Escrita suave, sem desnecessárias pretensões académicas, 102 Minutos conta por dentro a historia que já conhecemos por fora. “Por dentro” leia-se História escrita através de relatos e depoimentos de sobreviventes, recolhidas em inúmeras entrevistas a diversos órgão de comunicação social. A esta base os autores juntam inúmeras transcrições de comunicações telefónicas e via rádio ocorridas durante aquela fatídica manhã que iria mudar o Mundo.
Mas 102 Minutos anda muito longe da “americana” clássica não se quedando pelas historias de sobrevivência, assumindo-se antes como um ensaio critico da segurança (em sentido muito lato) ou da falta dela (!) nas Torres Gémeas, bem como da descoordenação generalizada entre forças de segurança e de socorro e enfim da ausência de “limpeza” nas comunicações, aspecto fundamental em operações de policia e socorro.
Por tudo isto e muito mais, é de leitura obrigatória.
PSL
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