“Em Portugal tudo é bom menos a educação”.
A esta hora já todos ouviram falar de “Lisboetas”, o documentário de Sérgio Tréfaut que ganhou o Prémio de Melhor Filme Português na primeira edição do IndieLisboa, e está a causar um inusitado sucesso entre os lisboetas.
Ninguém fica indiferente àquela frase dita de “cá para lá”, ao telefone, de forma seca e pragmática por uma imigrante do Leste Europeu enquanto as suas crianças constroem castelos de areia numa praia dos arrabaldes alfacinhas. “Lisboetas” é sem duvida um magnífico fresco filmado em super-8 por quem ama a nossa terra.
A Lisboa que já foi Mourisca, a Lisboa que deu novos “Mundos ao Mundo”, a Lisboa dos perfumes das especiarias que chegavam do Oriente. Mas hoje, quase sem querermos dar conta, esta Lisboa de outrora volta devagar por um “mágico” efeito boomerang. A Mouraria a pouco e pouco volta a sê-lo (re-reconquistada!?), os novos Mundos tomam o nosso Mundo, o ar volta a estar perfumado e isso nota-se até na nossa gastronomia.
De “Lisboetas” só me apetece escrever mais uma nota.
Há mais cinema naquele plano final (nem sequer me atrevo a escrever sobre toda a sequencia…) onde o intenso brilho do olhar daquela mulher que acaba de dar á luz irrompe pelo escuro da sala e ilumina a nossa alma, do que nas mais de duas horas d’O Código Da Vinci.
PSL
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