quarta-feira, 31 de maio de 2006
A quadratura da bola (V)
Mundial de futebol 2006: a selecção nacional nos blogs e nas notícias
PSL
Campo Contra Campo (XLVIII)
“Em Portugal tudo é bom menos a educação”.
A esta hora já todos ouviram falar de “Lisboetas”, o documentário de Sérgio Tréfaut que ganhou o Prémio de Melhor Filme Português na primeira edição do IndieLisboa, e está a causar um inusitado sucesso entre os lisboetas.
Ninguém fica indiferente àquela frase dita de “cá para lá”, ao telefone, de forma seca e pragmática por uma imigrante do Leste Europeu enquanto as suas crianças constroem castelos de areia numa praia dos arrabaldes alfacinhas. “Lisboetas” é sem duvida um magnífico fresco filmado em super-8 por quem ama a nossa terra.
A Lisboa que já foi Mourisca, a Lisboa que deu novos “Mundos ao Mundo”, a Lisboa dos perfumes das especiarias que chegavam do Oriente. Mas hoje, quase sem querermos dar conta, esta Lisboa de outrora volta devagar por um “mágico” efeito boomerang. A Mouraria a pouco e pouco volta a sê-lo (re-reconquistada!?), os novos Mundos tomam o nosso Mundo, o ar volta a estar perfumado e isso nota-se até na nossa gastronomia.
Daniel Oliveira, a quem sempre leio mas com quem raramente concordo, tem nas paredes do Nimas um fragmento de um texto seu, retirado da coluna semanal que assina no Expresso. Cito duas frases de cor: “Bem lhes podem fechar a porta, eles entram pela janela”; “Devíamos ter aprendido com os americanos, para saber que o futuro será dos melhores”. Está tudo dito.
De “Lisboetas” só me apetece escrever mais uma nota.
Há mais cinema naquele plano final (nem sequer me atrevo a escrever sobre toda a sequencia…) onde o intenso brilho do olhar daquela mulher que acaba de dar á luz irrompe pelo escuro da sala e ilumina a nossa alma, do que nas mais de duas horas d’O Código Da Vinci.
PSL
Isto é um pais ou um manicómio?
A Vaca Preciosa, a Cowpyright, a Waca e a Limi the Kid, a comer um queijinho são por enquanto as únicas pacientes em lista de espera para serem atendidas pela equipa médica do Hospital da Cow Parade, que ontem foi inaugurado em Lisboa. Duas delas já foram transportadas para o local pela "amuuulância" (um reboque do Automóvel Clube de Portugal que precisou de uma autorização especial do Governo para levar vacas às costas), onde aguardam que o médico e as quatro enfermeiras da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva façam um diagnóstico da situação e determinem qual o tratamento para as maleitas de que sofrem. As vacas doentes, que se encontram internadas numa enfermaria ao ar livre no Hospital Dona Estefânia, podem ser visitadas de segunda a quarta-feira entre as 10h e as 14h, horário que às quintas-feiras se prolonga para o período entre as 15h e as 18h. Nesse horário, os visitantes podem assistir à actuação da equipa médica ou, no caso de serem demasiado sensíveis para assistir ao tratamento(...)
terça-feira, 30 de maio de 2006
Savonarola da Reboleira
Vem isto à guisa do Savonarola da Reboleira. Não sabem quem é? Então descubram aqui neste excelente post (link) de FTA no Mau Tempo no Canil.
PSL
Somos todos jornalistas
Assim nos blogues como nos jornais. Um tribunal californiano, nos EUA, decidiu a passada sexta-feira que quem escreve num blogue detém os mesmos direitos que um jornalista normal, nomeadamente o direito de manter a confidencialidade das suas fontes. Tudo começou quando um grupo de bloggers se viu forçado a recorrer aos tribunais depois de terem sido forçados pela empresa Apple a revelar a identidade de uma pessoa que alegadamente lhes teria facilitado informações confidenciais acerca de um novo projecto da empresa chamado "Asteroid". Os juízes decidiram que "os bloggers não têm obrigação de revelar as suas fontes e podem refugiar-se nas mesmas leis que protegem os jornalistas tradicionais", conforme se podia ler na sentença de 69 páginas. Para esta decisão os magistrados tiveram em conta as mudanças na maneira como as notícias se conseguem e se publicam, referindo-se a todos os utilizadores que tenham um computador e ligação à Internet como potenciais jornalistas. A sentença assinala ainda que as mensagens de correio electrónico dos bloggers deveriam ser protegidas por lei da mesma maneira que o são as chamadas telefónicas ou os documentos escritos. A Apple, por seu lado, argumentou que um blogger não pode nunca ser considerado um jornalista.
PSL
PALETA DE PALAVRAS XLV
A quadratura da bola (IV)
Meio a brincar, e outro tanto a sério vou dizendo que não torço pela equipa das quinas, mas sim pelos "Palancas Negras", a selecção Angolana. Mesmo nunca tendo ido a Angola, não tendo qualquer ligação a essa terra nem tendo sequer grandes amigos angolanos. Simplesmente apetece-me gostar de Angola. E, claro, não gostar de Portugal. Porque Portugal merece que cada vez gostemos menos dele.
Mas este (des)gosto nada deve ao seleccionador nacional.
Luís Felipe Scolari, é um enorme profissional do futebol Mundial.
Na minha recente passagem pelo Brasil, todo o local que comigo trocou mais de dois minutos de conversa invariavelmente perguntava com um misto de desafio, saudade, respeito e uma pitada de inveja: "Então e o "Felipão"?".
Tentei sempre ser fiel ao "treinador de bancada médio português" e, invariavelmente, lá respondia que era admirado pelo seu profissionalismo, mas tanto quanto era detestado pela sua "cabeça dura". Que era exigente, mas também companheiro e amigo. Que deu uma dinâmica única ao Europeu jogado em Portugal, mas que já ninguém se lembrava disso ao fim de dois anos. Que gostava de estar na Europa e muito de Portugal. Que era invejado e tão odiado como qualquer brasileiro que se destaque em Portugal pelas suas qualidade profissionais e não cante música palerma, ou dê pontapés numa bola.
Das escolhas de "Felipão"…., para os amigos, na verdade tenho pouco a dizer. Gosto mais de falar da obra do Homem:
Scolari é o treinador campeão do Mundo.
Scolari é o treinador vice-campeão da Europa.
Ainda assim fica o recadinho para fazer a tal quadratura da bola e dar conteúdo à forma.
Claro que o "guru" Mourinho tem razão quando defende que Portugal tem obrigação de passar à fase seguinte da competição vencendo o grupo. Não por ser fácil, acrescento eu, mas porque sim…, e porque nós cremos.
PSL
Tribunal condena jogador por lesionar adversário
Um futebolista do Sparta de Roterdão, Rachid Bouaouzan, foi ontem condenado pelo Tribunal de Recurso de Haia a um ano de prisão com pena suspensa, por ter provocado uma grave fractura a um adversário, durante um jogo disputado no final de 2004.
O tribunal considerou o jogador da formação da I Divisão holandesa culpado de agressão, agravada pela consciência das graves sequelas que poderia infligir ao rival, que viu a sua carreira precocemente terminada.
Rachid Bouaouzan foi condenado em primeira instância a seis meses de prisão com pena suspensa e a 200 horas de trabalho comunitário, mas o tribunal de recurso decidiu agravar-lhe a pena.
A 17 de Dezembro de 2004, o futebolista do Sparta de Roterdão "ceifou" Niels Kokmeijer, do Go Ahead Eagles, numa entrada violenta que lhe provocou uma fractura com complicações múltiplas e o afastou definitivamente do futebol.
PSL
segunda-feira, 29 de maio de 2006
Músicas do fim-de-semana
Lantern Medley (Kapsburger e 5/4) - Clogs
In a Manner of Speaking - Nouvelle Vague
NCR
Importa-se de repetir?
Está de parabéns o Director da Polícia Judiciária por ter tido a coragem de vir a público reconhecer que ninguém sabe ao certo quantas escutas há em Portugal.
O problema deve ser meu, por certo.
Aqui fica o meu humilde e ingénuo contributo:
Se o dono da panificação não sabe ao certo quanto pães a fabrica prodz, porque é que não pergunta ao padeiro?
PSL
Ainda Timor...
"Devemos nós agora, depois de tudo o que temos feito nos últimos seis anos para ajudar Timor, voltar a enviar para lá a GNR porque os Fretilins não se entendem entre eles, divididos entre a partilha do poder e a das futuras receitas do petróleo? (...) Todos têm direito a uma oportunidade, não sei se têm direito a duas, quando conscientemente desperdiçaram a primeira."
Miguel Sousa Tavares -
Expresso
PSL
O estado de S. Paulo
Facto: O maior ataque de sempre contra as forças policiais do Estado de São Paulo
Início: 19 de Maio, 6.ª Feira, 16h30m, Penitenciária 1 de Avaré
Causa: Transferência de 765 presidiários, considerados perigosos, para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (destruída pelos presos em 2005)
Agressor: PCC (Primeiro Comando da Capital)
Liderança: Marcus Williams Herbas Camacho, mais conhecido por Marcola ou Playboy
Equipamento e Munições: AR-15, AK 47, lança-granadas, coletes à prova de bala, fuzis e submetralhadoras
Ataques e reféns: foram atacadas 24 unidades prisionais, por um conjunto de 24 472 de detidos e presos, 174 funcionários prisionais foram feitos reféns
Mortos: pouco mais de 100
Todo este pequeno quadro, uma parte apenas de tudo o que aconteceu, merece a nossa reflexão, sem dúvida. Uma reflexão que parte do presente para o passado. Todavia, há práticas, projectos e e ideias deste movimento criminoso, o PCC, que merecem deveras um olhar para o futuro e uma acção imediata ou de curto-prazo por parte das autoridades e da própria sociedade civil. A criação do Partido PCC, a futura candidatura de dois militantes a deputados, um a estadual, outro a federal, o 'ataque' estratégico e direccionado de ganhar por meios ilícitos concursos públicos, a corrupção, e respectiva gestão, dos funcionários públicos, e os cerca de 40 000 militantes directos (a contar com as famílias destes pode chegar aos 300 000, mais do que suficiente para eleger deputados), o pagamento de cursos de Direito aos seus membros (com certeza, para melhor defender o Crime do Direito!) são factos preocupantes mesmo.
Aliás, isto leva-me a pensar, juntamente com os fenómenos de intergação de organizações terroristas pela via eleitoral (não se pode chamar de democrática, apenas pelo critério das eleições) no Médio Oriente e na Ásia, que o próximo inimigo da liberdade é a própria democracia, ou seja, o povo! A lista dos inimigos da liberdade de Isaiah Berlin talvez careça de uma actualização: aos Helvétius, Rousseau, Fichte, Hegel, Saint-Simon e Maistre, uma sétima entidade terrena, criadora e justificativa da própria liberdade!
Sobre esta última profecia, a reflexão continuará por aqui...
NCR
domingo, 28 de maio de 2006
Infâmia
“NINGUÉM em Portugal conhece o número de escutas telefónicas realizadas pela PJ e outros órgãos de polícia criminal (PSP, GNR e SEF)”
O Director Nacional da PJ sabe que o que disse ao Expresso não é verdade!
A quem aproveita tal infâmia?
PSL
sexta-feira, 26 de maio de 2006
Timor? Já não há pachorra!
Pena é tocar na ferida ao de leve
"(...)é bom que os timorenses comecem a assumir a sua parte -- significativa -- de responsabilidade sobre aquilo que lhes acontece.(...)"
Convenhamos que já não há pachorra para Timor nem para os Timorenses. E nem vale a pena perder muito tempo a saber se foi o Senhor A ou B que violou a Constituição que lhes fizemos por encomenda.
A moral utilitarista aqui serve muito bem. Se decidiram oferecer a concessão do petróleo a um consórcio Ítalo-Indiano (???), preterindo a proposta Luso-Brasileira porque é que não chamam a policia e as Forças Armadas desse países.
Nem mais nem menos. Nem GNR nem Tropa, nem nada pra Timor.
Virem-se, deixem de se armar em coitadinhos e não chateiem!
PSL
Campo Contra Campo (XLVII)
Há males que vêem por bem.
Vai sendo raro chegarmos às bilheteiras de uma sala de cinema e sermos recebidos com um seco “está esgotado!”. Mais raro ainda se torna quando o filme escolhido está em exibição em duas salas gigantes e as sessões em causa começam para lá da meia-noite. Mas…, tratando-se d’O Código Da Vinci, em bom rigor já nada nos surpreende…
Sorte nítida tal “esgotamento”, pois se assim não fora dificilmente tinha tido o prazer de ver no grande ecrã o belíssimo The New World do mago Terrence Malick.
Para os mais desatentos Terrence Malick, foi o obreiro de dois dos mais belos filmes a que assisti: Days of Heaven de 1978 e o mais recente The Thin Red Line/A Barreira Invisível (a filmografia do realizador esgota-se com mais um titulo, Badlands, também do anos setenta do século passado, ou seja apenas quatro filmes em trinta anos…).
Quem conhece a filmografia de Terrence Malick pode sentir algum desapontamento com The New World. Manifestamente, esta não é uma obra prima como os demais filmes do realizador. Contudo, a cinematogafia única de Malick está toda neste novo filme, cortado em mais de hora e meia para poder ser tragável na correria das salas de cinema dos dias de hoje (quem estaria disposto a “perder” mais de quatro horas do seu reduzido tempo, com os frescos de Malick, no escuro de uma sala de cinema?).
A beleza da técnica impar de Malick (fotografia, som, direcção artística, guarda roupa tudo conjugado com a palavra poema) absorve de tal maneira o sujeito que remetemos para lugar terciário a metáfora do argumento, onde ontem (inicio do sec. XVII) tal como hoje (inicio do sec. XXI) o choque civilizacional impulsionado por um cocktail de escassez de bens misturado com “fés” provoca a fome e a desgraça do costume”.
Os amores trágicos que marcam o ritmo do filme, importantes no decurso da narrativa, estão lá apenas para isso mesmo: marcar o ritmo. O que releva como muito bem enendeu Mário Jorge Torres no Publico é que “(…)cada plano é estudado, recomposto, retocado, cada movimento de câmara revela horas de solene (e pomposa) atenção à multiplicidade de símbolos e de significados ocultos(…)”. Isto é cinema, o resto são “cantigas”.
Não há muito mais dizer sobre o belo e frio filme de Malick, a não ser que se recomenda vivamente o seu visionamento.
PS: Parece que hoje vai haver duas seguidas mas em sítios diferentes…
O desafio é grande, a ver vamos se estou à altura das exigências.
Mas estou confiante, porque o Nimas fica perto do Alvalaxia! ;)
PSL
Porquê?
…deixou de…
…reconhecer…
…o comando da tecla enter?
Alguém pode ajudar?
PSL
quinta-feira, 25 de maio de 2006
Onde está o Wallycarpo?
1. Presidente da República;
2. Presidente da Assembleia da República;
3. Primeiro-Ministro;
4. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
5. Presidente do Tribunal Constitucional;
6. Vice-Primeiro-Ministro, se houver;
7. Ministro da pasta a que respeita a cerimónia;
8. Ex-Presidentes da República;
9. Ministros;
10. Vice-Presidente da Assembleia da República; Presidentes dos Grupos Parlamentares com representação na mesa da Assembleia da República; Presidentes das Comissões Permanentes da Assembleia da República;
11. Presidente do Supremo Tribunal Administrativo;
12. Presidente do Tribunal de Contas;
13. Procurador-Geral da República;
14. Líder do Maior Partido da Oposição;
15. Decano do Corpo Diplomático;
16. Ex-Presidentes da Assembleia da República;
17. Ex-Primeiros-Ministros;
18. Representantes da Republica para as regiões autónomas dos Açores e da
Madeira;
19. Embaixadores estrangeiros acreditados em Portugal;
20. Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas;
21. Provedor de Justiça;
22. Líderes dos Partidos com representação na mesa da Assembleia da República;
23. Presidentes das Assembleias Legislativas das regiões autónomas dos Açores e da Madeira;
24. Presidentes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira;
25. Secretários de Estado e Subsecretários de Estado;
26. Deputados à Assembleia da República;
27. Deputados ao Parlamento Europeu;
28. Presidente do Conselho Económico e Social;
29. Governador do Banco de Portugal;
30. Presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses; Presidente da Associação Nacional de Freguesias;
31. Almirantes da Armada/Marechais;
32. Restantes membros do Conselho de Estado;
33. Vice-Presidente do Conselho Superior de Magistratura;
34. Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça; Vice-Presidente do Tribunal
Constitucional; Vice-Presidente do Supremo Tribunal Administrativo; Vice-
Presidente do Tribunal de Contas;
35. Juízes Conselheiros do Tribunal Constitucional; Juízes Conselheiros do
Supremo Tribunal de Justiça; Juízes Conselheiros do Supremo Tribunal
Administrativo; Juiz Conselheiros do Tribunal de Contas;
36. Chefes dos Estados-Maiores dos três ramos das Forças Armadas (por ordem da sua antiguidade);
37. Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana e Director Nacional da Polícia de Segurança Pública;
38. Secretários Regionais dos Governos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;
39. Chefe da Casa Civil do Presidente da República;
40. Chefe da Casa Militar do Presidente da República;
41. Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros; Secretário-Geral
da Presidência da República; Secretário-Geral da Assembleia da República;
Secretário-Geral da Presidência do Conselho de Ministros;
42. Governador Civil, em cerimónias de âmbito nacional, que tenham lugar no
distrito;
43. Presidente da Câmara Municipal, em cerimónias de âmbito nacional, que tenham lugar no município;
44. Presidentes das confederações patronais; Presidentes das confederações
sindicais; Bastonários das Ordens Profissionais;
45. Embaixadores de número; Embaixadores portugueses em função no estrangeiro;
Vice Procurador-Geral da República; Provedores de Justiça Adjuntos;
Almirantes e Generais de 4 estrelas; Presidente do Conselho Nacional de
Reitores;
46. Chefes de Gabinete do Presidente da República, do Presidente da Assembleia da República e do Primeiro-Ministro;
47. Chanceleres das Ordens Honoríficas;
48. Presidentes dos Tribunais da Relação e Reitores das Universidades do Estado;
49. Presidentes de Câmaras Municipais;
50. Governadores Civis;
51. Chefes de Gabinete dos Ministros, com precedência em função da pasta a que respeita a cerimónia;
52. Presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social; Alto-comissário
para a Imigração e Minorias Étnicas; Presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres; Secretário-Geral do Serviço de Informações da República Portuguesa; Presidentes de Entidades Administrativas Independentes; Presidentes de Entidades Reguladoras Independentes; Presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional; Directores-Gerais da Administração Pública; Secretário-Geral do Conselho Económico e Social; Presidentes de Institutos Públicos;
53. Encarregados de Negócios com cartas de Gabinete;
54. Vice-Reitores das Universidades do Estado; Juízes Desembargadores;
Procuradores-Gerais Adjuntos;
55. Director do Centro de Altos Estudos da Defesa Nacional; Vice-Chefes dos
Estados-Maiores da Armada, do Exército e da Força Aérea (por ordem da sua
antiguidade); Comandante Naval do Continente, Governador Militar de
Lisboa, Comandante Operacional da Força Aérea;
56. Comandante da Escola Naval, da Academia Militar e da Academia da Força Aérea por ordem das suas antiguidades).
NCR
Obááááááá!!!
Todos os males do mundo vão acabar.
Com este conversor de numeração romana (link)…, nunca mais me vou enganar!
PSL
Portugal Burrical Radical
Se não tivesse comprado o jornal em papel hoje pela manhã cedo provavelmente nunca a teria lido.
“A mais bela vergonha do mundo”, relato de factos presumivelmente ocorridos no estádio do Jamor no passado fim-de-semana, cobre-nos de ignomínia, tristeza e desilusão.
Ignominia, porque a ser verdade o que é relatado – e não temos razão alguma para desconfiar do relato… - é uma verdadeira desonra (se é que isso da honra ainda existe!) para todos os que se envolveram na organização da festarola.
Tristeza, por ver um pais que sofre mobilizado por causas ridículas.
Desilusão, porque no Portugal do sec. XXI as pessoas ainda se deixam enganar por (“institucionais”) vendedores de banha da cobra, tal e qual se passava nas aldeias do interior no tempo “da outra senhora”.
A carta deve ser lida por todos…, para sabermos bem quem somos!
A mais bela vergonha do mundo
A ideia era boa, era! O projecto era grandioso, a mulher portuguesa sentiu-se lisonjeada e acorreu em massa ao Estádio Nacional para formar a bandeira das mulheres.
Nos dias que precederam a festa, as facilidades multiplicaram-se: haveria transporte e alimentação gratuitos para todas e ainda os pequenos brindes que todas gostaríamos de trazer para os filhos que ficaram em casa com o pai. Fomos de todo o país, do Minho ao Algarve e até das ilhas! Até nos pediram para levar o lenço de minhota!
O pior foi que os senhores da (des)organização não sabiam que em Portugal havia tantas mulheres e ficaram atarantados (como dizemos à boa e velha maneira minhota) quando elas invadiram o estádio aos milhares. O transporte, tivemos; e o resto? A alimentação nem a vimos, ou, se alguém a viu, não fomos todas; só as que chegaram primeiro, porque estavam mais perto.
Debaixo das altas temperaturas que se fizeram sentir e do sol que nos escaldou as cabeças, não havia que comer e a água estava exposta dentro do recinto da festa sem nos ser distribuída. Quando a pedimos aos organizadores que ufanamente exibiam o seu crachá, como se fossem donos do mundo, ninguém a queria dar. Tivemos que gritar em coro "Queremos água! Queremos água!". Muitas entraram em pânico, muitas desmaiaram com o calor e a fome. Valeram os bombeiros de Linda-a-Pastora (bem hajam!), que a todas socorreram com carinho e atenção.
Sabem então o que fizeram os "festeiros"? Começaram a atirar garrafas de água pelo ar, por cima das nossas cabeças. Quem apanhou, bebeu, quem não apanhou, passou sede. Vi pessoas que partiram as cabeças com garrafas que vieram pelo ar; vi pessoas que magoaram os dedos ao tentar apanhá-las; vi milhares atropelarem-se bancada abaixo, porque estiveram mais de quatro horas sem comer e essencialmente sem beber nada, expostas ao sol tórrido; vi o pânico e a raiva multiplicarem-se. Os bombeiros não tiveram mãos a medir!
Entretanto, o senhor animador anunciava repetidamente ao microfone que todas iríamos participar na formação da bandeira; poderíamos estar sossegadas nas bancadas que todas iríamos ser chamadas; haveria lugar para todas... Todas!
Por volta das 16h, quando as mulheres se aperceberam de que a bandeira já estava em formação, muitas se precipitaram para o acesso ao relvado, sem regra. Umas entraram, outras não. Muitas vieram embora (como eu) sem querer saber sequer da bandeira, revoltadas com o desprezo e a mentira a que foram votadas.
Eu levantei-me às 4h da manhã de sábado, deixei os meus filhos com dois e sete anos com o pai em casa, fui de Caminha a Lisboa para ser enganada, gozada e maltratada. Como eu, também o foram todos os milhares de mulheres a quem prometeram que iriam participar na bandeira e não contaram. Como eu, também o foi a senhora a quem deu uma trombose no recinto que se repetiu na viagem de regresso, dentro do meu autocarro, ao voltar para casa devido a problemas de saúde antigos agravados pelas más condições a que foi sujeita durante o dia. Foi tudo tão bonito e emocionante na televisão!
Nunca mais tratem assim a mulher portuguesa, porque nós não merecemos. Merecemos mais respeito e atenção porque muito de bom que o país tem é dado por nós. Continuamos a ser o maior pilar português.
Agora, só me resta lavar e guardar o lenço de lavradeira que orgulhosamente exibi em Lisboa, a capital que tão bem nos soube acolher, e esquecer para sempre a mais bela vergonha do mundo por que passei na vida.
Cristina Queirós Marante
Vilar de Mouros
P.S. - Tudo o que afirmo aqui é verídico e pode ser confirmado junto da corporação de bombeiros de Linda-a-Pastora, junto dos responsáveis pela organização distrital deste evento (nomeadamente o IPJ), em Viana do Castelo, e pelos bombeiros municipais de Santarém, que socorreram a senhora do meu autocarro, na estação de serviço de Santarém, sentido sul-norte, por volta das 22h, e a conduziram ao Hospital de Santarém, onde permaneceu acompanhada de uma filha, não regressando a Viana do Castelo no autocarro.
quarta-feira, 24 de maio de 2006
102 minutos
Jim Dwyer e Kevin Flyn, jornalistas nova-iorquinos juntaram esforços para escrever este livro que com prazer, alguma angústia, muito incómodo e alguns pesadelos devorei num ápice.
Escrita suave, sem desnecessárias pretensões académicas, 102 Minutos conta por dentro a historia que já conhecemos por fora. “Por dentro” leia-se História escrita através de relatos e depoimentos de sobreviventes, recolhidas em inúmeras entrevistas a diversos órgão de comunicação social. A esta base os autores juntam inúmeras transcrições de comunicações telefónicas e via rádio ocorridas durante aquela fatídica manhã que iria mudar o Mundo.
Mas 102 Minutos anda muito longe da “americana” clássica não se quedando pelas historias de sobrevivência, assumindo-se antes como um ensaio critico da segurança (em sentido muito lato) ou da falta dela (!) nas Torres Gémeas, bem como da descoordenação generalizada entre forças de segurança e de socorro e enfim da ausência de “limpeza” nas comunicações, aspecto fundamental em operações de policia e socorro.
Por tudo isto e muito mais, é de leitura obrigatória.
PSL
A quadratura da bola (III)
PSL
terça-feira, 23 de maio de 2006
Il Piovra del Governo
NCR
O Império Contra-Ataca!
The architect of the EU constitution and former French president Valery Giscard d'Estaing has called for the charter to be ratified in France through a new referendum or a parliamentary vote.»
no EUobserver
Já há quem lhe chame o Mário Soares da Europa!...
NCR
Fernando Santos: a última escolha?
Tive de deixar passar quase setenta e duas horas para me refazer do choque de sábado às oito da noite e poder escrever algo sobre a escolha do novo treinador do meu querido clube que não se reassumisse apenas a impropérios e palavras azedas.
Antes de mais devo dizer que o que escrevi aqui (link) sobre o novo treinador do Benfica não foi uma mera alucinação esquizofrénica. Existiam dados claros que o Sueco estaria mesmo na calha para ocupar o comando da nau encarnada. Cada um tem as suas fontes e utiliza-as como quer. A própria SIC noticias, que me parece ter bastantes mais responsabilidades que um blogue como o ARCADIA, assumiu na véspera que o treinador do Benfica já estava encontrado e seria…, Carlos Queiroz. Pois.
Obviamente que Fernando Santos não foi a primeira nem a ultima escolha. Foi a única escolha. O Benfica era a única equipa da primeira liga sem treinador – o que já de si ilustra bem o grau de desorientação que se vive na Luz, sendo a primeira que irá voltar ao trabalho por força da pré-eliminatoria da “champions”. Era necessário contratar já um treinador, pois há que decidir sobre dispensas, vendas, compras…, um verdadeira revolução que irá ser operada no plantel benfiquista.
Portanto, o caos ainda agora começou e sendo eu um optimista por excelência penso que Fernando Santos poderá ter hipótese de…, ficar até Dezembro.
Em bom rigor desde Dezembro do ano passado que o Benfica entrou em rotura com um passado recente onde imperou a razão acima do coração, o planeamento, a gestão à luz de critérios empresariais. A eficácia.
A contratação de um treinador que tem no curriculum a destruição de uma equipa penta-campeã nacional, onde reinava um super Mário Jardel, uma passagem ridícula pelo rival da segunda circular e umas ferias atribuladas na Grécia, é apenas mais um momento dessa desorientação generalizada.
Para alem de tudo, se o critério para escolher o treinador do Benfica é ser “benfiquista assumido desde pequenino” então podiam ter-me escolhido a mim. Sempre poupavam uns bons milhares de euros mensalmente.
PSL
segunda-feira, 22 de maio de 2006
Senhoras e Senhores, o 47.º país da Europa:
86% de participantes e 55,4% de eleitores no referendo de ontem são os números desta nova independência, a 5.ª das repúblicas da ex-Jugoslávia.
Dependente do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos desde 1918, predecessora do Reino da Jugoslávia, em 1928 (por sua vez, esta da República Socialista da Jugoslávia, entre 1945 e 1991), este novo estado soberano, com apenas 650.00 habitantes, será a primeira república do ex-Tito a tornar-se independente por meios pacíficos. Um feito para uma zona balcânica!
Há 13 anos que as fronteiras europeias não sofriam alteração, desde a separação da Checoslováquia.
E Cetinje será a mais nova capital oficial europeia.
Bem-vindos ao clube (não sei de quê, mas pressente-se).
NCR
Músicas do fim-de-semana III
E ala E - Sudha
NCR
À Espera de Godot
No Sábado fui ver uma das minhas peças favoritas. Foi escrita por Samuel Beckett e publicada pela primeira vez em 1952. As razões dessa minha preferência são várias, inclusive naturalmente a qualidade da obra. Em geral, há duas coisas que me fascinam nas obras literárias, ou mesmo cinematográficas, da minha preferência: o protagonista não 'existe', no sentido de que nunca se vê, ou ele morre no fim, sobretudo pelas boas causas supostamente pela maioria da época como perdidas! Pois bem, nesta peça existe esse algo que considero fascinante nas obras das palavras falantes (de teatro, portanto): Godot nunca é visto, não fala, nem se sabe sequer se está morto ou se é alguma coisa que possa morrer! E tudo gira à volta da sua espera. Da espera de Vladimir e Estragon por Godot. Aqui, muitas questões surgem.
Porque esperam Didi e Gogo por Godot, sobretudo se nunca o viram? Se não o conhecem? Porque depositam nele todas as esperanças? Toda a salvação das suas vidas? Quem é Godot? Porque ele nunca aparece? Qual a razão da sua importância, se nunca demonstrou o seu poder? Serão a palavra e a esperança poderes capazes de alienarem o ser humano para além da sua consciência e lucidez? Será Godot um deus, God? Será a liberdade, esse sentido consensual apontado à humanidade? Ou Será o reflexo da possível vida e condição humana, doG? Será esta explicação comprovada pela música cantada por Didi no início do II Acto, cuja letra é sobre um cão que é morto depois de roubar um osso por um grupo de cães, ou seja, pelos seus semelhantes? Que depois disto, ainda escrevem na lápide do cão assassinado a história da causa da sua morte.
Sobre a existência e identidade de Godot, questionadas por milhares e milhares de pessoas, Beckett respondeu singelamente, ou não, o seguinte: «Se eu soubesse, teria-o dito na peça». Portanto, tudo como dantes.
Mas será que o tema da peça não é Godot, antes a sua espera? Será que é uma não-peça , ou seja, uma peça do nada, sobre o nada, onde «nada acontece», «nada há a fazer» e, paradoxalemente, tudo se repete, tudo se renova, tudo se reinicia, malfadadamente, estando Vladimir e Estragon, tal como Sísifo, condenados a carregar o tempo ao topo do cume dos dias?
A minha tese é esta: Godot é uma peça que se insere na corrente temática das distopias, os lugares de vida que devemos evitar, bem representadas por Fahrenheit 451 (Ray Bradbury)), 1984 (George Orwell), A Condição Humana (Aldoux Huxley), Nós (Yevgeny Zamyatin), Laranja Mecânica (Anthony Burgess), Matrix (Irmãos Wachovski), Gattaca (Andrew Niccol). Godot é o símbolo de Beckett, é a sua distopia, muito em voga nos anos 50, fruto dos terrores ideológicos que assolavam o Ocidente sobretudo desde os finais dos anos 30. É a minha tese, ou melhor, impressão, visto que não está suficientemente fundamentada. Também não quero aprofundar muito mais, pois como todos os enigmas artísticos, a sua verdade ou solução não passam de uma eterna esperança.
NCR
domingo, 21 de maio de 2006
Obrigatório
PSL
sexta-feira, 19 de maio de 2006
Há Liberdade (XX)
PSL
O misterioso voo 77
Entretanto uma montagem amadora produziu o que circula aqui (link).
Mas sobre o tema o que mais excita a curiosidade é este excelente e manipulador trabalho que pode ser verdadeiramente apreciado aqui (link). Garantidamente, vale a pena ver se ainda não foi o caso, até porque esta é uma recente versão na língua de Camões.
Será que algum dia conheceremos ao certo o que se passou com o misterioso voo 77?
PSL
A quadratura da bola (II)
Não sou um fanático da selecção como sou do clube do meu coração. Nem coisa parecida. Mas sou um apaixonado pelos grandes torneios mundiais de futebol. O Mundial, o Europeu a nível de selecções; a actual Liga dos Campeões Europeus e mesmo a Taça dos Libertadores ao nível de clubes.
Gosto do Mundial porque desde que me lembro de mim que me lembro dessa competição.
Lembro-me de ter ido pela mão do meu pai em 1978 assistir ao filme da competição realizada na Argentina, ali num cinema de bairro; No bairro dos Anjos, já não me lembro se a sala de espectáculos, hoje desaparecida, era o Rex ou o Lis; tinha seis anos. Lembro-me muito bem do Espanha 82 e da sua mascote, o Naranjito; E a magia daquela equipa Brasileira com Falcão, Zico, Sócrates; o Doutor. Fez as delícias dos putos que como eu passavam os dias a dar pontapés em qualquer coisa que fosse redonda nas seguras ruas de um bairro popular na zona histórica de Lisboa.
Lembro-me muito bem do México 86; "el mundo unido por un balon", dizia o slogan. Do amadorismo Português e do "caso Saltillo"; a lesão do guardião Bento e a humilhante derrota frente a Marrocos por 3-1. Mas também da famosa "mão de Deus" da divindade Maradona e da grande equipa que era essa Argentina.
Não sei bem porquê não me lembro tão bem do Itália 90, quase não tenho recordações desse torneio.
Lembro-me do USA 94; da vitoria Brasileira com o perfume de Bebeto, e daquela grande penalidade esbanjada na final por Roberto Baggio.
Naturalmente lembro-me do França 98, do grande futebol praticado pelos da casa e do fracasso Canarinho na final.
E, enfim, do Mundial Oriental de 2002. Mais uma vez a vergonhosa prestação dos nossos. O amadorismo - sempre; a crendice de Oliveira, o dooping de Kenedy, a humilhação, de novo, frente aos Norte-Americanos, desta feita e o desespero com os Coreanos do Sul.
Como se vê um Mundial de futebol não é uma coisa qualquer. Quase que poderia dividir a minha existência, cortando uma boa de futebol, correspondendo cada pedaço a um período de quatro anos que culmina com um Mundial de futebol. Nesse sentido, este Mundial, será a prova viva do que acabo de escrever. Mais ou menos durante o seu decurso alguns ciclos de vida vão terminar, para, espera-se, que outros comecem.
Esta é também a magia de quem ama o jogo da bola na sua competição suprema. Quase que poderíamos falar numa quadratura da bola. Por estes dias é impossível ela não tomar de assalto este blogue.
PSL
quinta-feira, 18 de maio de 2006
Coesão social sem causa
Julgo que é um desafio nacional premente e contínuo o combate por uma classe média sólida e vasta na população portuguesa, para que não rua um dos pilares da segurança e desenvolvimento de qualquer país seguro, moderno e com boa qualidade de vida: a coesão social. Ela está para além do estado e do mercado, mas estes são condicionadores da sua boa manutenção.
NCR
Campo Contra Campo (XLVI)
As palavras de Vasco Câmara, no público de hoje dizem tudo.
O filme de Ron Howard apenas não é arrasado por quem já o viu, ontem, em Cannes, por puro pudor. É uma pena…, o pudor.
O melhor que podia ser dito do sucesso mundial de Dan Brown, era o livro ser um verdadeiro “script” para cinema; quanto menos fosse mexido, melhor.
Mas apenas isso não basta para fazer um bom filme. Um livro interessante sob o signo cinematográfico não dá directamente lugar a um bom objecto da sétima arte. Muitos escrevem, poucos filmam, e pouquíssimos fazem cinema.
Pois bem, apesar dos trails sedutores, que nos remetem imediatamente para cenas chave do livro, o “pacote” parece roçar o ridículo pelo menos atendendo ao “gosto dos outros”.
Ainda assim, e porque raramente vi um filme de que tenha lido antes o livro (e também porque enquanto o lia fiz o meu filme mentalmente…), estou um pouco ansioso para correr rapidamente para uma sala de cinema perto de mim. Nem que seja para confirmar a decepção.
PSL
Sudários e Fadários
«Por que, mesmo quando é contestado, O Código se autoreproduz? Porque as pessoas têm sede de mistérios (e de complôs) e basta que se lhes ofereça a possibilidade de pensar sobre mais um mistério (e até no momento em que você lhe diz que era a invenção de alguns espertinhos) e pronto, todos começam a acreditar naquilo.
Acho que seja isso o que preocupa a igreja. A crença no Código (e em outro Jesus) é um sintoma de descristianização. Quando as pessoas não acreditam mais em Deus, dizia Chesterton, não é que não acreditem em mais nada, mas acreditam em tudo. Até nos meios de comunicação de massa.»
Umberto Eco, aqui.
É disto que tenho receio. Não é do Código da Vinci, ou dos mistérios da vida, ou dos meios de fuga para os eternos transcendentalismos, ou dos malabarismos humanos para a alienação literária, ou da descristianização, ou de não haver Deus. Sinceramente, nenhuma destas coisas me tira o sono. O problema é o descodificador das pessoas, ou seja, a sua capacidade de raciocínio crítico e os seus efeitos. A História ensina-nos que os grandes desastres criados no seio da humanidade são fruto dessa falta de código, terreno fértil para o surgimento de religiões, espirituais ou ideológicas, que coarctam a liberdade de forma, a maioria das vezes, sub-reptícia e vagarosa. E com as massas controladas ou dirigentes, novas bíblias da ecologia pessoal e profissional dos cidadãos desabrocham.
O objecto desse receio assenta fundamentalmente nas novas crenças 'arquidiárias', visíveis nos comportamentos e nas conversas de todos os dias. A minha principal preocupação vai para e vem dos mais novos, e sendo frequentador de universidades, um local medidor do pulsar do futuro próximo, tenho razões acrescidas (e privilegiadas) que fundamentam esse receio.
E que novas crenças são essas? São muitas, umas boas outras más, mas só estas podem causar grandes 'estragos' a médio e longo prazo, a saber algumas: a prevalência dos interesses sobre os valores incidente na forma de pensar e de agir, a intangibilidade do sucesso profissional (e pessoal) por meios individuais e honestos, a inevitabilidade da pobreza nacional, o cepticismo crónico quanto à mudança do estado político e social actual das coisas, a endémica mentalidade de elevar a cultura a uma despesa corrente e a bandeira de cortes orçamentais, a consensualidade de que os fins da segurança justificam os meios restritivos da liberdade, a santificação das políticas de prevenção de todos os riscos emergentes da sociedade, nacional ou global, a divinização dos meios de comunicação social para a resolução dos problemas pessoais e do colectivo, o intervencionismo ilegítimo do poder jurisdicional na esfera privada e governamental, todas elas, para mim, são algumas das novas crenças, ou perigos de crenças, que já se instalaram nas nossas vidas, resta saber se já estão ferradas nas almas, sobretudo das mais novas.
Portanto, estas novas crenças sim, provocam-me fincados desassossegos. E devem-no a a qualquer pessoa que veja na sociedade a razão da política e na política o sentido da liberdade. Por outras palavras, às pessoas que preferem ser responsáveis pelo seu destino e não o entregar às mãos alheias de todos, isto é, ao Estado.
A vontade das pessoas não é dirigida por nenhum fadário, e o sucesso das suas vidas não deve medir-se pela bitola da exposição pública. Assim como a verdade e a realidade.
NCR
Descarrilanços
Outro àparte: quando são os media o único refúgio público da dignidade dos cidadãos, alguma coisa parece não estar bem...
NCR
quarta-feira, 17 de maio de 2006
#1003
Curiosamente o post 1000, levou o titulo “A prova de que este blogue não é lido por ninguém...”, o que manifestamente não corresponde à verdade.
É pois, não pelo costume, ou sequer pela boa educação, mas sim porque sim, porque me apetece, que agradeço a todos os que passaram os olhos por estas mais de mil pulsões, pedaços de vida escrita, filmada, fotografada e sonorizada que têm sido dados à estampa, aqui, neste vosso ARCADIA, e com orgulho compartilhados com quem nos quer ler, ver e ouvir.
Obrigado a todos!
PSL
“Isto parece não estar fácil”
A quem possa interessar dar uma gargalhada com o esgar surpreso da jornalista, aqui fica o link para o vídeo.
Ao certo, o que sabemos é que nunca se falou tanto da Marta e do programa.
PSL
terça-feira, 16 de maio de 2006
A prova de que este blogue não é lido por ninguém...
E ninguém se queixa? Logo agora que estávamos a pensar criar aqui no ARCADIA um provedor do leitor. Afinal não há clientes...
Ou será que ninguém se lembra das aulas da primaria onde aprendeu tal coisa?
PSL
A quadratura da bola (0)
O Mundial de Futebol na Alemanha começou ontem!
Não me digam que não repararam?
PSL
ESPUMAS XXVIII
NCR
segunda-feira, 15 de maio de 2006
Músicas do fim-de-semana II uuuuuhuuuuuuuuuuuh
sexta-feira, 12 de maio de 2006
Campo Contra Campo (XLV)
Tinham saudades? Não! Eu tinha…, livra.
Não sei como é que isto aconteceu. Mas estive, talvez, uns dois meses sem ir ao cinema, perdendo irremediavelmente no grande ecrã desde clássicos a películas de série Z. Adiante.
Depois de tal pousio nada melhor do que reiniciar um novo ciclo cinematográfico com algo que dê pouco trabalho a ver e ouvir.
M:I-3, está naquele género de filmes que classifico de “bang-bang”. Assim, não vale a pena perder muito tempo com grandiloquências (ou vale?). Destes filmes ou se gosta ou não. Sendo certo que é preciso saber ao que vamos. Desde logo devo confessar que desconfiei da realização de J.J. Abrams, o mesmo de coisas inenarráveis como “Alias/A Vingadora” e “Lost/Perdidos” que mais não são do que pura perca de tempo
Mas eu gostei (bastante) de M:I-3. Porquê?
Porque o filme cumpre perfeitamente a sua (única) função de entreter. São mais de duas horas, filmadas e montadas no ritmo certo para nos agarram à cadeira torcendo pelos “bons” ou pelos “maus”, sendo que ambos são óptimos.
Porque o argumento é minimamente atraente e a estrela da companhia (Ethan Hunt/Tom Cruise) surge humanizado, o que até é moda nos super-herois de hollyodescos do momento.
Porque o “fogo de artifício” surge em quantidades verosímeis mas suficientemente espectaculares.
Porque ao velhinho cliché “da mala” se juntam umbilicalmente neófitos Clichés como “o do Vaticano” e “o da pequena quantidade de liquido prestes a provocar uma explosão nuclear”.
Porque a sonoplastia é perfeita, as cidades são magistralmente aproveitadas nos 70mm. Porque existem varias sequencias verdadeiramente impossíveis…, mas o filme não é isso mesmo…, uma missão impossível?
Porque Tom Cruise está numa forma incrivelmente invejável ao ponto de J.J. Abrams tere feito “copy-paste” de certos tiques do corpo de Cruise dum Top-Gun que já tem vinte (!!!) anos.
E last but not lest, porque Scarlett Johansson em boa hora foi afastada do projecto. Sim, ver a nossa menina dos braços desse galã seria o cúmulo do insuportável.
PSL
Isto sim é um protesto com qualidade
VIENA - Evangelina Cardoso, uma escultural ativista argentina do Greenpeace, usando um biquíni, se intrometeu entre os 60 governantes que posavam para a foto oficial da cúpula de Viena com um cartaz em protesto contra as fábricas de celulose que provocaram uma polêmica entre Uruguai e Argentina.
A ativista, que se apresentou como "rainha do carnaval da cidade de Gualeguaychú", se credenciou como jornalista para a IV Cúpula da União Européia, América Latina e Caribe. Assim, ela conseguiu passar por todos os controles de segurança e entrar no centro de convenções do Reed Messe Wien, sede do fórum.
Até nisto somos bem piores…, já imaginaram, por exemplo, a Odete Santos nestes propósitos…?
PSL
PALETA DE PALAVRAS XLIV
Steven Weinberg
ESPUMAS XXVII
- E qual é esse caminho da felicidade?
- Antes de mais, convém teres noção de que o caminho da felicidade não é feito de momentos sempre felizes, porque a felicidade é um fim nem sempre presente em todas as estradas do seu destino. É um caminho que exige, por vezes, não pensar somente na actualidade diária. É importante ter esta noção, para que não se pense que estamos perante uma única via da plena ventura e fortuna, ou um segredo sagrado da felicidade ou mesmo um atalho facilitador e miraculoso para se chegar à felicidade.
- E o caminho é?...
- É tão simples que raros são aqueles que acreditam nele. Tão simples e tão conhecido, mas ainda assim de complexa integração no nosso comportamento.
- O avô seguiu-o?
- Com a tua avó sim, no amor consegui, depois de todas as tropelias que nos passam pela cabeça e das dificuldades que atravessámos. No resto, acho que também tentei sempre ser uma pessoa honesta, sobretudo comigo mesmo.
- Mas, avô, ainda não se referiu ao caminho, ou melhor, a um dos caminhos da felicidade...
– Pois o caminho, como é fácil desviar-nos dele, até falar dele. O caminho é seguires o teu coração, o centro de tudo o que somos, mas nem sempre o reflexo daquilo que fazemos.
- Seguir o coração é muito vago
- A falta dele ainda é pior.
- Para além disso, acarreta sofrer muito, vermos em nós o que não gostamos nos outros, ou mesmo acabar com as nossas ilusões ou sonhos de juventude!
- Tens razão, mas falta-te o resto de toda ela. Seguindo o coração, não sofrerás mais do que a sua alternativa, que é evitá-lo, jamais verás em ti o que detestas nos outros e, quanto às ilusões e os sonhos, bem, só posso dizer que se completares poucos e bons, e que sejam verdadeiramente teus, já cumpres uma vida feliz.
- Ir aonde o coração nos leva parece, de facto, simples, demasiado simples, mesmo…
- O receio e a insegurança tolha-nos por vezes a razão, mas é pior quando nos colhe o coração. Como vejo e oiço muitos da minha idade, eles e elas. Eu tive a sorte de seguir o meu caminho e, de alguma forma, sinto-me bem, julgo que é um grande passo para a felicidade. A imagem que muitos dos meus amigos me dão é terrível: deitados nas suas camas, martirizando-se com viagens diárias a décadas passadas, questionando, indagando, combatendo, precisamente essas ilusões e sonhos que não prosseguiram, depois de toda uma vida aparentemente abundante e recheada de pessoas e bens.
- Está a dizer que seguindo-se esse caminho que fala, a ilusão e a frustração não vem no final, ou seja, quando menos se precisa dela?
- É um pouco isso, e dá-nos a sensação que afinal de contas fomos sempre felizes. Diz-me, durante toda a tua ainda curta vida, reflectindo sobre o teu passado, as pessoas e as coisas que escolheste com o coração, não foram as mais importantes, independentemente do presente da tua relação com essas pessoas e bens?
- Foram as mais marcantes… e felizes, de facto, agora que me coloca a pensar nisso. Em todas as minha escolhas, por muito pequenas que tivessem sido, lembro-me delas como se ainda as vivesse hoje, o meu brinquedo preferido, os meus lugares, os livros, as raras paixões que tive, os momentos da sua realização, ainda que contra a racionalidade que estavam subjacentes a essas escolhas
- Actualmente, a razão tem uma grande aliada, quase inexistente no meu tempo: a ditadura da primeira oportunidade. Os tempos de hoje, como já deves ter-te apercebido, não oferecem segundas oportunidades. Na amizade, no amor, no desempenho profissional, não se pode falhar à primeira, porque raramente será dada uma segunda oportunidade. Não há tempo para o esforço, que dificilmente oferece bons resultados imediatos.
- Como diz um amigo meu quando saímos à noite, andamos a procurar ouro em lojas dos trezentos!
- De alguma forma, temos tudo ao nosso alcance, as pessoas são livres, por vezes nos limites com o livre arbítrio, tudo é barato, acessível, imediato, cómodo, indolor. Não há censura social para a desistência, a invocação da felicidade, paradoxalmente, serve também para a falta dela.
- As coisas ou dão ou não dão, ou dá prazer ou não se atura, ou sim ou sopas!
Tendo em conta o mundo que nos rodeia, e que de alguma forma vive em nós por interacção, acho que é muito difícil saber seguir o coração...
- O coração indica-nos o dever-ser, a razão apenas justifica a realidade e não explica o sonho. É a diferença entre o futuro e o presente, o eterno presente.
- Mas quem hoje pensa no futuro, avô? Nem com os olhos, quanto mais com o coração!
- Se o caminho fosse fácil, não era com certeza o da felicidade. E mesmo que o fosse, por miraculosas forças transcendentais, a felicidade tinha deixado de ser o que é hoje.
- Sim, mas é como ser-se honesto consigo próprio, o dia-a-dia em que vivo e trabalho, o comportamento e os objectivos das pessoas da minha geração já não têm nada que ver a ver com os do tempo do avô!
- Agora fizeste-me sorrir, mas não leves a mal. É que eu disse o mesmo ao meu avô e ele respondeu-me com a simplicidade que só a idade hoje me permite reconhecer e que te repito: «oxalá a tua vida culmine na velhice e descubras a razão do coração antes de lá chegares». Pouco mais te posso aconselhar, meu neto, mas asseguro-te, por muitas dúvidas naturais que tenhas quanto ao que te digo, também eu passei por elas. Contudo, esforça-te por aperceber-te que a história de gerações e gerações sucessivas será sempre corroborada pela nossa própria vida. O desenvolvimento económico, social, cultural, educacional, evolui ao longo dos tempos, é certo, mas as escolhas que os humanos faziam há dois mil anos são as mesmas de hoje. Todo o ser humano escolhe, na amizade, no amor, na família, no sucesso. A felicidade é também uma escolha, uma opção na dúvida. Assim como ouvir os velhos (sorriso).
- Eu oiço-o, sim. Disso não duvide!
- É um bom princípio. A felicidade não é uma ciência, nem é feita de palavras. Se fosse, bastava-nos um bom argumento para a atingir. E todos sabem, incluindo os jovens, o quanto isso é insuficiente.
NCR
quinta-feira, 11 de maio de 2006
Não! O “gato ferdorento” (ainda) não chegou ao poder…
Senhores e senhoras, meninos e meninas a anedota do dia de hoje é protagonizada por Lobo Antunes.
Quem?
Lobo Antunes, o Secretario de Estado da Defesa.
As novas regras foram aprovadas em conselho de ministros há duas semanas "para entrar em vigor já nesta época balnear", anunciou o secretário de Estado da Defesa, Lobo Antunes. (...)
Quem entrar no mar com bandeira vermelha (que proíbe a entrada na água) e quem nadar com bandeira amarela (que permite a entrada na água mas proíbe nadar) vai pagar pelo menos 55 euros de multa.
Se eu entrar no mar (na época balnear claro) com uma prancha também sou banhista?
E se me apetecer tomar uma rica banhoca nas quentes e agitadas águas setembrinas, terei de pagar os 55 paus? Ou vou ter de procurar uma praia sem vigilância para tranquilamente satisfazer um dos meus maiores prazeres?
Já estou a imaginar a Costa da Caparica num fim de semana de Junho ou Julho a rebentar pelas costuras de banhistas…., e Cabos-do-mar (como se dizia antigamente…) impecavelmente de branco vestidos apito na boca, bloquinho de multas na mão, a perseguirem praia fora os infractores.
Ahhhhhhgggggg, que só me apetece chamar nomes feios a esta gente idiota!
PSL
quarta-feira, 10 de maio de 2006
Analfabetos funcionais
Eu compreendo que o Digníssimo Francisco tenha vontade de rir, mas…, eu tenho mesmo é vontade de chorar. De chorar porque ainda gosto um pouquinho de Portugal e tenho pena de o ver governado por analfabetos funcionais.
Volta Platão estás perdoado! Pois onde na alma abunda a temperança em vez da sabedoria não pode haver um bom governante.
PSL
Velhos tempos, novas vidas
Damien Rice
«Older chests reveal themselves
Like a crack in a wall
Starting small, and grow in time
And we (always) seem to need the help
Of someone else
To mend that shelf
(of) Too many books
Read me your favourite line
Papa went to other lands
And he found someone who understands
The ticking, and the western man's need to cry
He came back the other day, yeah you know
Some things in life may change
And some things
They stay the same
Like time, there's always time
On my mind
So pass me by, I'll be fine
Just give me time
Older gents sit on the fence
With their cap in hand
Looking grand
They watch their city change
Children scream, or so it seems,
Louder than before
Out of doors, into stores with bigger names
Mama tried to wash their faces
But these kids they lost their graces
And daddy lost at the races too many times
She broke down the other day, yeah you know
Some things in life may change
But some things they stay the same
Like time, time, there's always time
On my mind
So pass me by, I'll be fine
Just give me time,
Time, there's always time
On my mind
Pass me by, I'll be fine
Just give me time»
Para ouvir, depois escutar, por fim receber. Receber é enriquecer.
NCR
Tal & qual
Para muita gente a filosofia é “aquela coisa com a qual e sem a qual tudo fica tal e qual”; “senso comum com palavras caras”, diz-se por vezes. Efectivamente, este é o provincianismo que Salazar nos deu. Mas não temos de ficar agarrados a esta falsa noção. Devemos contribuir para que a filosofia deixe de ser entendida como um clube de cérebros mortos que gostam de dizer banalidades com uma linguagem enrolada e portentosa, exibindo superioridades académicas de ficção. Descobrir a verdadeira filosofia é um imperativo cultural e escolar.
PSL
terça-feira, 9 de maio de 2006
O “mentirismo” como doutrina politica
A doutrina não diverge, os números, tal como o algodão não enganam.
Alguns preferem falar do passado, sustentando que é ele ainda hoje que nos empurra para o abismo. Mas pouco importa estudar o passado, quando no presente nada se faz para inverter o rumo. E para cumulo se mente descaradamente.
António Guterres foi o primeiro-ministro que inaugurou em Portugal o desavergonhado “mentirismo”. Este consiste em mentir, mentir, mentir… até à exaustão, com uma virginal candura em frente a microfones de rádios e câmaras de TV com direito a passar a mensagem até á exaustão ao ponto da mentira se cristalizar em verdade.
O “mentirismo” acabou na mesma noite em que Guterres morreu soterrado no pântano que ele próprio parira e acarinhara.
Mas, à falta de melhores politicas o “mentirismo” está de regresso para mal dos pecados deste (des)governo. Foi penoso, ontem, à noite, assistir ao papel ridículo de Sócrates e de Teixeira dos Santos tentando desesperadamente dar a volta à realidade…, mentindo, mentindo, mentindo com (quase) a mesma candura virginal gueterrista.
O que mais me espanta em tudo isto é que pessoas muito mais inteligente e atentas que eu, não consigam ver a evidencia. Como sempre são as emoções a condicionar as percepções.
PSL
Sonho ou realidade?
PSL
Relação decide que SMS não precisam de autorização judicial para valerem como prova
Dizem os desembargadores citados pelo publico aqui: "Como em qualquer outra comunicação, também as comunicações por via electrónica ocorrem durante certo lapso de tempo; começam quando entram na rede e acabam quando saem da rede. (...) Quando o momento do seu recebimento já pertence ao passado, qualquer contacto com a comunicação feita não tem qualquer correspondência com a ideia de intercepção. (...) As mensagens que depois de recebidas ficam gravadas deixam de ter a natureza de comunicação em transmissão; são comunicações recebidas pelo que deverão ter o mesmo tratamento da correspondência escrita já recebida e guardada pelo destinatário."
Um acórdão a ler com atenção.
PSL
Série B: Em exibição no Norte da Europa
Parlamento da Estónia ratifica Constituição Europeia.
Depois querem que o Zé Povinho por esse velho continente fora…, leve “o projecto Europeu” a sério.
PSL
segunda-feira, 8 de maio de 2006
Músicas do fim-de-semana
A Música:
Transatlanticism
The Atlantic was born today, and I'll tell you how:
The clouds above opened up and let it out.
I was standing on the surface of a perforated sphere
When the water filled every hole.
And thousands upon thousands made an ocean,
Making islands where no island should go.
Oh no.
Most people were overjoyed; they took to their boats.
I thought it less like a lake and more like a moat.
The rhythm of my footsteps crossing flat lands to your door
Have been silenced forever more.
The distance is quite simply much too far for me to row
It seems farther than ever before
Oh no.
I need you so much closer [x8]
I need you so much closer [x4]
So come on, come on [x4]
Podem encontrar esta soberba música também numa das melhores bandas sonoras de 2005: "Six Feet Under, Vol. 2: Everything Ends".
Outras Músicas:
Wait
Soul Meets Body
A Lack of Color
Tiny Vessels
E para terminar, porque eles agradecem:
405
NCR
domingo, 7 de maio de 2006
N PERGUNTAS XVIII
Se não, há uma verdadeira alteração ideológica no socialismo democrático, transformando-o em social-democracia-liberal.
Se sim, então nada mudou de essencial no PS. E esta seria uma triste verdade.
NCR
sábado, 6 de maio de 2006
Antaquestões
Uma, é saber se um presidente do partido, vencedor no respectivo congresso, pode afastar politicamente o grupo parlamentar que o representa, ou supostamente o deveria representar, na AR? Ou seja, na perspectiva 'antagónica semelhante': deverão os deputados opositores, leia-se derrotados, da moção vencedora do congresso pôr o lugar à disposição?
O líder do grupo parlamentar do CDS/PP referiu que a sua legitimidade não provém do actual congresso. E tem toda a razão, porque a legitimidade a que ele se refere é a legitimidade jurídica. Ora, a legitimidade que é posta em causa neste congresso dos populares é, antes, a legitimidade política. Não se trata de saber se há correcção na juridicidade da representação, mas questionar a representação política do grupo parlamentar do partido político em causa.
Mas, todavia, ainda aqui se suscita uma questão: na verdade, os deputados são eleitos em nome do partido (juridicamente, em nome do povo, bem sei) na respectiva lista partidária, no entanto, não são os partidos que são eleitos - apesar de na quase totalidade dos casos, os cidadãos votarem no partido ou no seu líder e de só os partidos políticos poderem concorrer às eleições legislativas -, os eleitos são os candidatos inscritos naquelas mesmas listas partidárias.
Sobrevir a legitimidade jurídica ou a legitimidade política na representação partidária, eis a questão! Se é que, como é normal em Portugal, depois de todas as questões atacadas, nenhum acto se lhe corresponde. Nem que fosse pôr o cargo à disposição, coisa que, em Portugal, vai sendo apanágio de uns poucos ingénuos idealistas.
NCR
Sem vergonha!
Por tudo o que fez na vida política e académica, Freitas do Amaral, não precisa de fazer mais nada na vida para comer, beber, dormir e ter roupa lavada.
Fartos estamos todos!
Eu também estou farto do meu trabalho e as cadeiras em que me sento também me dão dores nas costas e noutros sítios. Depois de um dia de trabalho, eu e tantos outros, ainda temos de experimentar durante quase cinco horas o desconforto dos bancos da escola. As vezes também fico farto das aulas nocturnas que se prolongam há quase cinco anos. Por vezes sinto-me tão fartinho…, tão fartinho que nem pachorra tenho para me aturar a mim mesmo quanto mais aos outros.
Estou farto, andamos todos fartos, mas não somos Ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
Basta de tanta falta de vergonha no focinho, para não lhe chamar outra coisa!
Num pais onde tanta gente se debate com falta de oportunidades, com falta de um sitio onde ganhe o pão de cada dia, não existe espaço para um servidor publico, um Ministro (…de Estado…) que se diz farto do lugar que ocupa. Não existe espaço para um Primeiro Ministro que admite tamanha falta de vergonha no núcleo central do seu governo a poucos meses de assumir a presidência rotativa da UE. Não existe espaço para um agente político que ressabiado com o seu antigo partido decide ocupar as headlines, logo no fim de semana em esse tal partido faz o seu XXI Congresso e discute o seu presente e futuro.
O problema não são as palavras, os actos, as posições, as opiniões de Freitas do Amaral. O problema é de quem o convidou para o lugar e mantêm a aposta em alguém que já deu múltiplos sinais de não estar bom da cabeça.
Irra, haja um pouco de vergonha!
PSL
sexta-feira, 5 de maio de 2006
Minuto TIM com Kelly Slater…
…ou como encontrar o equilíbrio!
Vale bem a pena ver este spot comercial da operadora de telemóveis TIM que está passando do outro lado do Atlântico.
Infelizmente a dramática beleza das imagens impares colhidas na parede da onda, em especial aquela onde se vislumbra uma luminosa costa paradisíaca que suavemente se apaga por detrás de uma magica espuma azul, perde-se bastante nesta versão compactada do spot.
Na televisão o esplendor é outro mas ainda assim fica o convite.
PSL
Mysteries
A vida é um mistério. E dá-nos tantas surpresas. O que seria a vida sem as coisas que nos acontecem que não controlamos? Sem necessidade de alinhamentos com gurus de excelência e do bom comportamento. Sem os planeamentos, os objectivos e todas as demais coisas que na vida interior não são mais do que fugas para a frente? Umas boas, outras más. As boas só são mais e melhores, quando consideramos que as más vêm por bem. É um bom caminho pensar-se assim. Reflecte-se no comportamento e no nosso aperfeiçoamento. É mais uma escada.
NCR
quinta-feira, 4 de maio de 2006
PALETA DE PALAVRAS XLIII
esse lugar de sonhos e de desejos onde o limite é o próprio mundo
um mundo que fosse o reflexo de si próprio, claustro da temperança,
um mundo de honra pela palavra e de dignidade pela humanidade
um mundo melhor do que aquele que desejamos para os nossos filhos
um mundo de bem-estar, de assertividade, com personalidade
um mundo de aperfeiçoamento e de excelência
um mundo de segurança
um mundo de comunicação, de mãos dadas, sem medos alheios
um mundo de envolvimento harmonioso e de solidariedade
um mundo infinito de créditos e de meios
um mundo cheio de nós
um mundo cheio de Nós.
Nada há que possa não existir
no mundo que queremos construir.»
@ Miguel Pessoa Campomaior, in “Poesias Urbanas”
N PERGUNTAS XVII
Se com o assassínio de uma pessoa salvassem cinco pessoas, faziam-no?
Outros dilemas, aqui.
NCR
Cultura da diferença na Eurásia — Passado e presente no diálogo da civilização
Soube da coisa enquanto estive do lado de lá do Atlântico pelas excelente coluna de Merval Pereira n’ O Globo.
[…não é por acaso que hoje já é a segunda vez que falo no matutino carioca…, gostei muito da forma, do estilo e do conteúdo…, uma imprensa seria e activa como não vejo em Lisboa. Basta fazer um registo no sitio do jornal para aceder gratuitamente a todos os conteúdos do jornal – mais um aspecto de vanguarda!]
De regresso à conferencia de Baku…
…procurei…, procurei…, e a única coisa que achei sobre o assunto escrito em Português de Portugal foi esta (link) paupérrima (ainda que louvável) referência de Maria José Nogueira Pinto no DN.
No nosso discurso velho não cabe, hoje, quase nada do que realmente importa. Só a título de exemplo, em Baku discutiu-se esta semana, no âmbito do Seminário da Academia da Latinidade, a revolução verdadeiramente antropológica que o mundo está a viver. Algo muito diferente da mera revolução histórica. A obsolescência do Homem ante a máquina é uma revolução que, segundo Jean Baudrillard, pode marcar o fim da História e um novo tempo "da inauguração do mundo sem o homem".
Aconselha-se, pois, umas consultas na net, para saber mais sobre o que se passou durante cerca de quinze dias nessa longínqua Baku, sendo que também nestas coisas o Rio de Janeiro parece mais perto do primeiro Mundo do que Lisboa.
PSL
quarta-feira, 3 de maio de 2006
Não sei, não quero saber e tenho raiva a quem sabe...
...mas estou muito triste e acho que isto vai de mal a pior!
PSL
Não terão sido trezentas e dezassete mil oitocentos e cinquenta e uma doses?
terça-feira, 2 de maio de 2006
Os três F´s é que mais ordenam!
Espantado pelo espanto porque das duas uma, ou não se passou mais nada de relevante neste pais entre a balda dos deputados na quinta feira santa e o discurso do dia da liberdade ou os nosso cronistas são um bando de pardais porque “estão cá mas não andam cá” e não conhecem Cavaco de lado nenhum.
Alias, bem me parece que o discurso do “Portugal dos Desgraçadinhos” está de novo em alta se bem atendermos a múltiplos pequenos pormenores.
Como devem imaginar, as saudades da Lusa pátria inundaram o meu espírito nestas ferias. Assim, de volta à espantosa Pátria amada a minha vontade é vos deixar um Fadinho bem alfacinha (e bem revelador desse espirito desresponsabilizador do “Portugal dos Desgraçadinhos” ) para juntar ao Futebol que ai vem em doses industriais, e à Fátima que vela por nós.
MALDITO FADO
Autor: Raúl Ferrão
Ele era um bom rapaz trabalhador
Um operário leal cumprindo bem
Vinte anos de ilusão brotando em flor
E uma eterna afeição por sua mãe
Mas um dia fatal os companheiros
Levaram-no a uma taberna onde parava
A malta de vadios desordeiros
Dos quais um à guitarra assim cantava
ESTRIBILHO
Um fadinho a soluçar
Faz de nós afugentar
A ideia da própria morte
Mata a dor mata a tristeza
O fado é bendita reza
Dos desgraçados sem sorte
Tem tal choro e mágoa tanta
Quando canta na garganta
De quem canta amargurado
Que o refúgio preferido
Para quem viver dolorido
Está na doçura do fado
Esta triste canção foi mau agoiro
Que a vida lhe viesse transtornar
Tomou gosto à taberna ao matadoiro
E em breve até deixou de trabalhar
Uma ideia tenaz e doentia
Trazia-lhe a cabeça transtornada
Chorar fazia a mãe quando o via
Já ébrio ao regressar de madrugada
Deixando a mãe sem forças para lutar
Vendo a fome do seu lar não se importou
E um dia sem razão sem vacilar
Abriu uma navalha e a assassinou
Para onde se vai sem mais voltar
Condenado ao degredo ele partiu
E quando a mãe tombava sobre o cais
Ao longe a voz dele ainda se ouvia
ESTRIBILHO
fonte: fados de lisboa
PSL
Regresso...
Ready?
Nem pouco, mais ou menos!
PSL