«Caí num copo de água. Felizmente, não tinha água. Se tivesse, diluía-me nela, espraiando-me como um átomo num buraco negro. Cair num copo de água é mesmo assim: ser uma estrela cadente a caminho da felicidade de algum céu de boca. E o copo, pobre coitado, ainda me disse:
- Não gosto de aspirinas e elas também não devem gostar de mim. Sou como uma cadeira eléctrica para um condenado à morte, quando entra nela já não sai, vivo. Treme, esperneia e a sua vida desaparece. E tudo para bem da nação do corpo e do governo da mente. A aspirina é a minha pena de prisão. E morre, para mal do meu cúbico sentido.
Cúbico sentido?! Então e eu?! E vem este agora falar-me em cúbicos, quando estou no ‘corredor da morte’ à espera de um tsunami torneiral? Toda a gente se queixa neste país, safa!»
Miguel Pessoa Campomaior
1 comentário:
Ai que aspirina marota :) ehehheh
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