quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Quatro notas sobre política externa

HIPOCRITAS: Tanta guerra verbal e agora beijam-se na boca. Chega a meter asco tanta palmadinha nas costas que o W. Bush tem recebido por essa Europa fora. Tudo o que é líder Europeu, nos últimos dias, não tem feito outra coisa que bajular o Sr. América. Depois das recentes desavenças sobre o Iraque, alguém entende o inchaço de Barroso, o cinismo de Chirac? Um passeio triunfal, qual Rei do Mundo…

IRÃO: Militarmente cercado, politicamente isolado. Teerão é claramente o próximo alvo a abater. Cercado a Oriente pelo Afeganistão, a sul pelo Qatar, a Ocidente pelo Iraque e a Norte pela Turquia e por ex-Republicas Socialistas Soviéticas como o Turquemenistão…, Teerão está cercado por tropas Norte Americanas. Muito mais do que o Afeganistão, o Irão é a grande plataforma giratória de oleodutos e gasodutos que fará o transito da energia entre a Russia é as hiper populosas cidades da Índia e do Paquistão. A este propósito valerá a pena ler ou reler "O Islão e o novo grande jogo na Ásia Central" de Ahmed Rashid. O Irão é uma peça chave nesse grande jogo, por isso a comunidade Ocidental não perderá tempo em retirar os Ayatholas do poder…

BRATISLAVA: Será hoje a capital mundial desse grande jogo que falámos supra. O que pensam que Putin e Bush têm para conversar? A este propósito a SIC entrevista o embaixador da Eslováquia em Lisboa. Diz o senhor que os dois paise são muito parecidos! Fiquei preocupado. Visitei Bratislava há cinco anos. Era uma terra de gente muito pobre, onde um jovem casal de Lisboa vivia "à grande". Um "Big Mac" era coisa de ricos para um eslovaco e coisa de pobres para um Português. Foi o único sitio do Mundo onde ainda pude ver Traban´s, muitos, a circular…Foi à cinco anos, senti me a viajar no tempo, do outro lado da cortina de ferro, e hoje Bratislava é igual a Lisboa? Estamos mal, muito mal…

COREIA DO NORTE: Quem quer saber dela, mesmo que pugne por armas nucleares? Totalmente isolada, do lado errado da historia. A dialéctica ideológica terminou à quase 15 anos, mas eles insistem. Pior, civilizacionalmente estão longe dos seus irmãos do Sul e dos seus primos Japoneses, mas são estes que se tem de preocupar. Washington quer lá saber. Bruxelas muito menos. Nós também não, apesar da ameaça! É a cultura, estúpido!

PSL

1 comentário:

Nuno Cunha Rolo disse...

Nas relações internacionais o maquiavelismo, por vezes, dá mais resultados...é a constante e tradicional tensão entre o realismo e o idealismo da política externa. A zona dos interesses dos Estados é uma zona cinzenta e movediça.
NCR