terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

"Estou pronto a morrer pela liberdade"

Ficou conhecido como o "General Sem medo", foi um opositor ao regime autoritário de Oliveira Salazar, e enfrentou a entourage salazarista ao candidatar-se às eleições para Presidente da República de 1958, em representação da Oposição Democrática.

Estas eleições ficaram conhecidas como as eleições da liberdade (com o seu famoso Comboio da Liberdade).

Depois, perdeu as eleições, fruto da fraude eleitoral e foi perseguido, exilado (no Brasil) e acossado por uma polícia política, a PIDE, que o vigiava constantemente, através dos serviços secretos, e que desenhou vários planos para o matar.

Em 1965 regressa a Portugal, atraído a uma cilada nos "Correios" da cidade espanhola de Badajoz, julgando que ia ao encontro de 'oficiais portugueses' que pretendiam derrubar o regime.

Bem pertinho de Olivença (terra usurpada que nunca mais volta às nossas mãos), juntamente com a sua secretária Arajaryr Campos, a 13 de Fevereiro, é assassinado por uma brigada da referida polícia política do regime salazarista chefiada por Rosa Casaco.

O cadáver foi escondido na estrada de "Los Malos Pasos", a aproximadamente sete quilómetros da aldeia de Villanueva del Fresno. Em 1990, os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional, ano em que foi nomeado a título póstumo, marechal da Força Aérea.

Um crime português, humanamente português, mesquinhamente português, comezinhamente português, miudamente português, astutamente português. Fica, como sempre depois da morte, o Exemplo, a Lição, o Nome. Chamava-se Humberto Delgado.



NCR

1 comentário:

Anónimo disse...

Só por curiosidade?
Sabes onde fica ou conheces Vila Neuva del Fresno, pois se um dia quiseres saber um pouco mais de historia Portuguesa, posso te levar ao exato local onde foram encontrados os restos mortais de Humberto Delgado. Nesse local ainda hoje parece respirar a traíção e história. FTP