segunda-feira, 30 de julho de 2007

"rigidez"

Quem não ouviu já dizer que o mercado laboral português é muito rígido? Que se fosse mais fácil despedir seríamos todos mais ricos? Que haveria menos desemprego?
Claro que quem tem essa cassete na boca nunca refere quatro realidades que desmontam inelutavelmente a cartilha dos herdeiros do condicionalismo industrial:
  1. É fácil despedir em Portugal, salvo pequenas excepções e que se prendem, normalmente com o montante da indemnização a que o trabalhador tem direito pela quebra contratual;
  2. Mais de 900 000 portugueseses são trabalhadores por conta de outrem disfarçadas de prestadores de serviços, logo, vivem em absoluta "flexibilidade";
  3. Mais de 100 000 portugueses são trabalhadores temporárias, logo, vivem em absoluta "flexibilidade";
  4. Mais de 600 000 portugueses são trabalhadores com contrato a prazo, logo, vivem em absoluta flexibilidade.
  5. Ora, sendo os trabalhadores por conta de outrem e com contrato sem termo (os "efectivos") mais de 3 000 000, vemos que o emprego precário em Portugal (e logo, flexível) ascende a mais de 50% do emprego total.

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