Sempre votei. Votei com vontade de votar. Votei sem vontade de votar. E não votei com vontade de votar. Votar é manifestamente um acto externo. Mas com uma enorme dimensão interna. Mesmo sem ir à urna depositar o voto, porque algo nos impede de forma absoluta de o fazer, conformamo-nos com a possibilidade da escolha ser possível.
Sempre votei. Até hoje. Domingo não voto. E não voto porque não me apetece votar. Não é sequer uma escolha axiológica, com Valor, como no caso do recente referendo. Ai não votei porque a lei do refendo valoriza num dado sentido a abstenção. Domingo não voto. E não preciso de desculpas. Não quero. Estou-me nas tintas. Não tenho pachorra.
E se querem que vos diga mais, também me estou a borrifar para quem ganha e quem perde. Para mim é igual ao meio litro. Não quero saber se Carmona ou Negrão conseguem meter dois ou três vereadores. Se o Costa tem ou não a maioria. Se Roseta fica à frente de comunas e bloqueados. Não quero saber se o Telmo vai conseguir ser eleito. Muito menos quero saber se os fascistas conseguem um por cento dos votos.
No domingo não voto.
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