quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Um jornal não é um sabonete

A frase é de Daniel Oliveira num excelente texto sobre o novo Público – provando, Daniel, uma vez mais, que quando larga a capa ideológica é um dos melhores da nossa praça.
Estou desde segunda-feira para escrever sobre a remodelação no meu jornal.
Prescindido de considerações subjectivas (e esquecendo para já a questão da gestão das colunas de opinião), penso que o novo Público deu um passo gigante no abismo da tabloidização, afastando-se de uma linha sóbria e clássica (ex. El Pais) para abraçar o colorido mundo do pasquim. Um jornal não é um sabonete que muda de embalagem mensalmente para se tornar apelativo ao comprador. Um jornal é um porto de abrigo que abraçamos para nosso conforto. E como gostamos de conhecer a arrumação das coisas que nos são queridas…
Esta vertigem do novíssimo, da cor, do ruído, do espalhafatoso é uma praga transversal que contamina as traves mestras da sociedade. Estranho foi ter ouvido tanto aplauso de parte da blogosfera…
Uma nota mais quanto à capa, usando de novo, as palavras do Daniel: o “Público” morreu. Sobrou o “P”, que parece a capa de um suplemento. Não tem dignidade.

PSL

2 comentários:

Nuno Santos Silva disse...

É curiosa a escolha do nome do suplemento do Público: "P2".
Há trabalhos de casa que podiam ter sido feitos, para evitar embaraços ao ler o jornal em público, por exemplo, em Itália...

Smeagol disse...

Um jornal chama pela informação não pela capa. Quando chegamos aqui é porque de facto ele está morto.