quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Há tontices (IV)

Cavaco Silva, na noite em que venceu as eleições presidenciais, com 50,6% dos votos expressos, afirmou o seguinte:
Vamos lá a ver isto por partes:
A eleição presidencial termina aqui: isto significa que Cavaco entende que a luta eleitoral e as divisões ente portugueses terminam quando o voto é exercido.
Neste exacto momento se dissolve a maioria que me elegeu: Terminando a divisão entre candidatos e entre os respectivos apoiantes, deixa de haver votantes em Cavaco, Alegre, Soares, etc., a vontade popular nascida do voto deixa de ser de parte da população e passa a ser a de toda a população.
Ora, assim sendo, e salvo melhor opinião, entendo que Cavaco mudou de agulha na apreciação aos resultados do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, em que o "sim" ganhou com 59,25% dos votos expressos:
O Presidente da República (já agora, ele apelou à participação popular no referendo?...) diz agora que espera que as forças políticas encontrem soluções moderadas e equilibradas que possam contribuir para atenuar as divisões entre os portugueses, numa matéria que pode ter causado rupturas.
Agora Cavaco já não entende que a maioria que teve vencimento no referendo se dissolveu nessa noite, e já não entende que a instrução dada à Assembleia da República é de todo o povo português e não de apenas parte. Ou será que Cavaco intimamente entende que é Presidente de apenas 50,6% dos portugueses?...

1 comentário:

José Raposo disse...

Tudo perfeitamente normal. Aliás, não me recordo bem quantos portugueses votaram nas eleições presidenciais. Será que se a lei eleitoral fosse igual à dos referendos, as presidenciais teriam sido vinculativas :)