E depois de escrever aqui sobre lamúrios, leio no Abrupto o que transcrevo de seguida. Boa coincidência. Nunca ninguém está sozinho numa opinião. É uma das grandes virtudes da racionalidade humana.
«Lendo a imprensa impressiona como é cada vez mais forte o derrotismo puro, em versões brutas ou sofisticadas, mas derrotismo. Não sou particularmente optimista por sistema, bem pelo contrário, não costumo tomar os meus desejos por realidades, mas também não gosto de dar a pele quando querem tirar-ma e o espantoso é que mil e uma variantes do better red than dead circulam por aí. A forma mais peculiar do derrotismo é a de achar que tudo está mal, mas também não há nenhuma receita para ficar bem. Os que agem (EUA, Reino Unido, Israel) fazem tudo mal e só agravam o problema; os que não agem (França. UE, “comunidade internacional”, ONU) fazem também tudo mal porque não agem. Bem faz o Irão, o Hezbollah, a Al Qaida, o Hamas, e, numa versão mais caseira, os émulos de Zapatero.
Isto vai durar sempre? As minhas últimas reservas de optimismo alimentam debilmente a esperança de que não, em grande parte por um argumento ad terrorem: as coisas ainda vão piorar muito, muito mesmo, e pode ser que a catástrofe possa ser salvadora. Não é garantido, mas é uma esperança. Entretanto a tribo dos últimos moicanos continuará a ser dos últimos moicanos. Até ao último.»
NCR
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