segunda-feira, 7 de março de 2005

Campo Contra Campo (IV)

SARABAND, *****

Finalmente o post…
O que escrever sobre Saraband? O que dizer sobre Saraband?
Será um filme sobre o amor ou sobre o ódio?
Haverá amor mais forte do que aquele que sente por quem já não está? E ódio maior do que aquele que se sente por quem se "devia" amar, ou já se amou?
Dizer que Saraband é um enorme fresco será um lugar comum. Dizer que Saraband é catártico é uma banalidade.
Falar da beleza de Karin? Do erotismo, perturbante, como Bergman filma? Da musica?
Saraband é belo e incomodo. Carregado de surpresas a cada cena, e felizmente não são muitas. Cinema do antigo, clássico, infinitamente belo. Tragicamente doentio.
Sinceramente não sei dizer mais sobre Saraband. Filmado digitalmente e divinalmente, coloca o cinéfilo no eterno dilema. Para onde o futuro leva o cinema "analógico"?
Não sei. Sei, sim, que o azul daqueles olhos nos entra pela alma, como os nossos olhos entram por aquelas almas.
Aqueles contrastes, impossíveis em película, carregam ainda mais os traços do cinema de Ingmar Bergman.
Mas somos uns sortudos. Porque aqui ao lado (link) podemos ler o Mestre João Benard da Costa. E ele vê sempre muito mais do que nós. E explica-nos. E aprendemos.
Ao lê-lo ficamos, por vezes, com a sensação que vimos filmes diferentes….
Não foi o caso. Porque também eu não vi apenas corpos em Saraband, vi almas.

PSL

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