Este ano estive totalmente "fora" dos Óscares. Mas nem tudo é mau na grande festa Universal do cinema. Reparo agora que dois dos filmes mais fantásticos que vi o ano passado foram premiados. Curiosamente são duas obras de “famílias cinematográficas”, que raramente tocam o grande público (ou que são menorizadas por este). Para mim, existe ainda algo que aproxima estes dois filmes: não escrevi sobre eles. Como nunca é tarde…
Ratatui (****), venceu o Óscar para Melhor Filme de Animação. É uma fábula incrível e bela que nos lembra como é bom estar vivo e que não há tempo para desistir de lutar por aquilo que mais desejamos. Relembro ainda de Ratatui a sua beleza plástica. Hoje o “grande cinema espectáculo” aproxima-se com uma velocidade impressionante da criação de “mundos virtuais e paralelos”. E a animação não foge a esta tendência.
Taxi To The Dark Side (*****), venceu o Óscar para Melhor Documentário. Foi num Domingo – ultimo dia do DocLisboa 2007, pelas onze (!) da manhã, que entrei no São Jorge para ver o pesadelo do pobre Dilaware, taxista afegão. Partindo da história simples deste homem simples, o filme demonstra de forma rigorosa (não panfletária) os exageros e atropelos cometidos pelo amigo americano na batalha contra o terrorismo. Num post já antigo, o suspeito Daniel Oliveira, escreve assim sobre o objecto deste filme: “Não são os campos de concentração nazis, mas ali está tudo a que se referem: a bestialidade, a desumanização do outro, o absoluto desrespeito pela vida humana, o fim de todas as fronteiras em nome de uma causa.”. Tem razão, o Daniel.
Este prémio trará o reconhecimento e exposição devida a este soberbo documentário. Em DVD ou em exibição comercial não pode deixar de ser visto por todos. A propósito, fiquem com o trailer, que não revela nem um pouco a dureza da obra.
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