segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Só ondas

Ontem terminava mais uma etapa do campeonato nacional de surf. Com um swell possante e solido a beijar a costa Portuguesa, Ribeira D’ Ilhas só poderia estar vestida de gala para receber os seus herói. E heroinas...
Quem dera a muitas provas do circuito mundial ter condições de “power surf” - o verdadeiro surf - como as registadas no fim de semana na terra dos ouriços.
Assim, para alem de me ter divertido a valer com coisas bem mais simples, como as direitas de Carcavelos, esperei calmamente em frente à televisão para assistir ao resumo do dia na Sport TV.
Para tal, e como se não tivesse sido suficiente aturar, na luz, mais uma exibição paupérrima e desengonçada do nosso Gloriosos, tive de “chupar” com mais de uma hora “de bola”, para me contentar com dez minutos de ondas.
Assim foi, porque o programa em causa se chama “Só golos”. Eu, ingénuo, fui na conversa, esquecendo que tudo, mas mesmo tudo, no desporto (dito) Rei nacional é uma mentira.
Tudo é tudo, e ao “Só golos” só faltou a entrevista ao roupeiro do “mija-na-escada”, ao “apanha-bolas” da merdaleja e ao tratador da relva daquela equipa da terceira divisão distrital de Bragança que eu agora não me lembro o nome.


E assim chegámos às belas, poderosas e perigosas direitas da catedral na Ericeira.
Tudo isto para destacar duas coisas.
É uma sorte existir uma empresa que organiza, de forma altamente profissional, um campeonato nacional de surf, que suspeito ser caso raro em qualquer ponto do mundo. Para alem de outras coisas mais a alfarroba (link) sabe comunicar e consegue impor o surf, numa televisão de desporto, imediatamente após o resumo do fim-de-semana “da bola”. Quem nos dera que a alfarroba pega-se no bodyboard...
O outro destaque vai todo para uma menina chamada Francisca Pereira dos Santos. A “Xica”, como é carinhosamente tratada por todos, tem dezassete anos. E se provas fossem necessárias do seu valor como pessoa e como surfista, mais um capitulo das mesmas foi ontem superado. Com aquela tenra idade, a “Xica” não só disputa regularmente as finais das diversas etapas do campeonato nacional como ontem, carregada de nervos – imagino, não se deixou atrofiar por um mar gigante e foi lá para dentro lutar pela vitoria na prova com a local Joana Rocha. A “Xica” não venceu a prova, mas ganhou mais um pouco de respeito dos seus pares, e sobretudo superou mais uma etapa da sua evolução como ateleta. A continuar assim será, rapidamente, a melhor da Europa e provavelmente, uma d melhores do mundo. Se não se afstar dos seus objectivos, ainda havemos de ouvir falar muito nela

PSL

1 comentário:

snowgaze disse...

Uma foto desses e uma pessoa aqui tao longe, no meio do outono, com saudades do mar e da praia e do verao, e agora só me apetece pegar na prancha de bodyboard... a vida é injusta :P