terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Campo Contra Campo (XXXIII)

Broken Flowers - Flores Partidas, ****

Se há coisa que não compreendo é a diminuição de espectadores nas salas de cinema durante o ano que acaba de terminar. A invasão dos DVD e os ataques da pirataria não justificam tudo. No momento estão nas nossas salas em exibição uma mão cheia de filmes de grande qualidade, alguns deles a roçar a obra prima.
É o caso, de Broken Flowers - Flores Partidas de Jim Jarmusch de quem (shame on me) não conhecia obra.
Broken Flowers é grande cinema. A câmara de Jarmusch invoca os grandes clássicos (o longo travelling que anima a primeira cena é de uma enorme visão convidando desde cedo o espectador no sentido de estar atento aos deliciosos pormenores na tela) e o argumento é delicioso.



Bill Murray (ao Oscar, já!), que parece ser o actor fetiche de uma vaga de bons e independentes realizadores, “veste” impecavelmente o fato de um Don Juan sozinho e perdido no espaço e no tempo. Rico e bonito, mas pobre porque só!
Broken Flowers toca ainda em dois temas da moda no cinema Americano. Por um lado confere-nos um retracto (na verdade aqui são vários os retratos, pinceladas de génio que surgem um pouco ad-hoc pelo filme fora) de uma certa América, e por outro, a família. A família – ou a falta dela - está omnipresente no actual cinema Americano.
Inteligente, genial, mordaz, catartico, como se deseja que seja o bom cinema. Pleno de subtis contrastes. Broken Flowers, premiado em Cannes vencedor do Grande Prémio do Júri), é um excelente exemplo que com vontade e criatividade hoje também é possível fazer bom cinema nos Estados Unidos.
E a banda sonora..., verdadeiramente apaixonante!

PSL

3 comentários:

Nuno Cunha Rolo disse...

Tenho que te emprestar o «Dead man».
Abraço,
NCR

Unknown disse...

Fui ver...

Gostei da historia.. da sequencia..

Odiei o fim..

Nuno Cunha Rolo disse...

Não gostei do filme... depois posso explicar-te porquê.
abç.,
NCR