sábado, 30 de julho de 2005
Effígie (0)
Effígie significa imagem na "nossa" língua morta.
Effígie porque uma imagem vale mais que mil palavras, sendo que algumas daquelas valem pelo menos um milhão destas. Effígie porque elas, as imagens, tomam cada vez mais conta do ARCADIA.
Effígie terá os seus dias…, e noites. Recuperando momentos passados; soltando emoções; vivendo o presente que passou à pouco mas que se recusa a ficar enterrado no passado. Effíge porque sim.
Cá vai.
Esta é a historia de um sábado de verão atípico. Pelo menos para mim.
De manhã, o pão nosso de cada dia…
…seguido do surripar de uma imagem surpreendentemente fresca e actual (espero que os senhores da Magnun e do CCB não se zanguem muito comigo…, já para não falar do autor)
E nem tudo é triste em Lisboa…
…em especial a noite que se avizinha.
PSL
sexta-feira, 29 de julho de 2005
DIA-MENTOS IV
Não são imagens de Marte, nem do vaivém Discovery, e tampouco de uma obra de arte. É simplesmente uma foto... o resto fica para quem a vê.
NCR
Campo Contra Campo (XXII)
Tanta, tanta “bolinha” em sito de “estrelinha” levou me ao King para ver “9 Songs”. Não acreditava que pudesse ser assim tão mau.
Vamos ao que interessa e rápido, pois não há tempo a perder. O filme em causa é uma merda e parece pretender inaugurar um novo conceito de filme “porno-hardcore-pos-moderno”.
Boy mets girl na noite de Londres e em seguida – durante um verão ou lá o que é, pois sol não há... - bebem, fumam, snifam uma linha ou outra, vão a concertos e fornicam.
Ora isto merece um filme?
Talvez, se houvesse arte na lente de um tal Michael Winterbottom, do qual não vi "24 Hour Party People".
Exceptuando algumas sequências bem filmadas logo no inicio da quente relação do jovem casal, o filme é um “arrastão” de quecas e “rockalhada”. Por falar na banda sonora..., também esta..., enfim. Há quem diga que para gostar do filme será necessário gostar da musica. Para mim não é esse o problema. O importante seria, haver musica de qualidade no filme, independentemente de gostarmos ou não dela. A banda sonora está em paralelo com o “escarro” cinematográfico.
Ora a má noticia é que “9 Songs” é pior do que a pronografia feita em Ofir ou Esposende. Mas nem tudo é mau. A boa noticia é que o filme tem pouco mais de uma hora. 71 minutos.
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (IV)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (III)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (II)
PSL
Pedimos desculpa por esta interrupção (I)
Não? Leiam Pacheco Pereira no Publico de ontem.
PSL
quinta-feira, 28 de julho de 2005
DIA-MENTOS III
The Box!
by David Troyer
Troyer chama-lhe A Caixa, e que nome tão sugestivo para um tubo de surf!
As fotografias de Troyer deixam quaisquer olhos em maiúsculas!
Em consonância, portanto, com o próprio desporto.
E temos de a ver no original.
Total Display!
NCR
Motores de busca
Ehhhh?
Nós por cá é tudo à grande, e em vez de um temos dois motores de busca dois:
Aqui e aqui.
PSL
Olha, olha...
Quem quer comprar o ARCADIA? Sim quem?
Eu não sabia, mas afinal parece que este blogue está à venda. Vale pouco, é certo, mas olhem que é uma excelente oportunidade de investimento. Digo eu!
Não acreditam? Vejam aqui (link) a bolsa, e aqui (link) a informação detalhada deste vosso blogue.
E surpresa das surpresas...,, estão muitos mais. Já viram quanto vale o vosso blogue?
Claro que "BlogShares is a fantasy stock market for weblogs". Apenas um jogo.
PS: Descoberta via Polegadas (link).
PSL
quarta-feira, 27 de julho de 2005
Os blogues são (muito) piores que as cerejas
Por hoje basta. Mas..., amanhã bem cedo saiba quanto pode custar este blogue. Sim este, o ARCADIA.
PSL
O que é feito do Reinaldo?
E agora pergunto eu: O que é que é feito do Reinaldo?
Entre a Cais e a Egoista, talvez o 24 horas o consiga achar, ou então perguntamos à doce “torpedeada”? Que é que acham? Laura Diogo, não era?
A muito provável “historia” do Reinaldo era contada..., andava eu na escola primária..., e de facto parece ter ficado perdida no tempo.
Recordar é viver..., talvez um monumento ao mito..., feito pelo Cargaleiro para substituir o “instrumento” murcho do alto do parque..., Eduardo VII.
Só para lembrar que a Oxigénio, tal como o Sudueste, é para baixo e para a direita, podendo também ser para cima ou para a esquerda. Depende. Sendo certo que onde se ouve bem é em 102.6.
PSL
E a resposta é!
A culpa, como juízo ético de censura, só poderá ser imputada ao Estado, na pessoa colectiva legislador. Este é em todos os sentidos um legislador ordinário, por se deixar pressionar e enganar de forma tão infantil.
PSL
Por falar em esperar...
PSL
Hoje, amanhã e depois
E naturalmente estou feliz porque as ondas estão de regresso..., mesmo que tenha de esperar por amanhã.
A minha mãe tinha razão quando me dizia que esperar é uma virtude.
Mesmo que longa se torne a espera.
E depois: esperarei.
PSL
terça-feira, 26 de julho de 2005
Não esquecer nunca, Sarajevo
A bullet and shell-scarred portrait of Jesus at an Orthodox Christian church near the frontline, Sarajevo, Bosnia and Herzegovina, January 1996.
A young woman runs to avoid being shot by a Serb sniper during the siege of the city, Sarajevo, Bosnia and Herzegovina, April 1993.
Infelizmente estas não são as imagens mais fortes do portfólio, mas são sem duvida as mais iconoclastas...
PSL
Brevemente...
Já tardava a discussão (ler aqui) do Surf Artificial - especialmente designado por Surf Indoor. Como em muitas coisas da nossa vida, a mente e o ambiente são mutáveis e assim será enquanto o homem continuar a sobreviver no seu habitat natural.
Mais uma vez, como em muitos outros mundos deste Mundo, os extremos confrontar-se-ão, desde os puristas conservadores aos neófitos pós-modernistas.
Como a Sócrates é devido por este Mundo pelo facto de o ter pensado em perene e constante dialéctica!
NCR
P.S. - A maior piscina portuguesa de ondas artificiais fica na Praia das Rocas, em Castanheira de Pera (distrito de Leiria). A piscina é circular e tem 7.000 m2 com uma ilha no meio, e outra de ondas com 2.100 m2 numa área aquática de 9.100 m2.
Se pudesse, ia surfar lá sempre que as ondas marítimas, os afazares e a vontade deixassem. Quando não se pode ter a perfeição ou a excel~encia, o importante é surfar.
Bis
«Mare Nostrum (local) vs. Mare Liberum (global)
O bodyboard, juntamente com o ténis, são os meus desportos de eleição, daí que quando leio, oiço ou vejo o seu espírito desportivo a ser atacado ou amesquinhado, algo me impele a reflectir e a responder na medida das minhas possibilidades.
Foi o que aconteceu quando li o último número da revista VERT, uma das minhas revistas preferidas de bodyboard, portuguesa por sinal, que leio e releio há alguns anos. Na verdade, fiquei (e continuo) estupefacto com as afirmações de certos bodyboarders e colunistas da VERT (revista de bodyboard) - com responsabilidade portanto na revista, assim como na pedagogia do espírito deste desporto - e das declarações de um bodyboarder supostamente conceituado, com 27 anos de idade e 14 de prática desta modalidade, ambas sobre um tema muito caro, sobretudo a quem tem espírito desportivo: o localismo ou, a sua pior dimensão, o abutrismo.
Seguindo as regras da legitimidade e transparência da crítica construtiva, refira-se que comecei a praticar bodyboard aos 16 anos, em 1987. No passado recente dia 16, fiz mais um aniversário da compra da minha primeira prancha digna desse nome, uma Mach 7-SS desenhada por Mike Stewart, da marca Morey Boogie. Comecei por surfar na Ericeira (terra que já na barriga de minha mãe frequentava, até hoje), desde S. Julião – passando, entre outras, pelo Lizandro, Abutre, Sul, Baleia, Peixe, Norte, Moita, S. Sebastião, Pedra Branca, Backdoor, Reef, Ribeira d’Ilhas, Pontinha, Coxos – até S. Lourenço, entre outros locais como Areia Branca, Consolação, Peniche, Furadouro, etc., etc., para chegar à zona de praias onde mais entro, actualmente, que é a da Costa da Caparica.
Voltando ao que importa, é de facto aterrador, em termos desportivos, o que leio neste número da VERT sobre o tema já citado: o localismo, que não se restringe ao boogiesport(refiro-o em homenagem a Tom Morey – actualmente conhecido por Y -, considerado o Pai deste desporto, fundador da Morey Boogie, a primeira marca de pranchas de bodyboard, apesar de ter sempre recusado esta designação bodyboard, preferindo boogieboard).
Ora leiam isto:
João Godinho, no seu Editorial de adjunto (pág. 78), depois de chamar aos cultores do localismo (e a si próprio) de «pandilha», «imberbes», «leões» e «bárbaros», após enunciar algumas das suas práticas, como «brandir de tacos de basebol», «pedras arremessadas do molhe contra os que ousavam invadir aquelas que considerávamos as nossas águas», ou recorrer «às ameaças para demarcar o seu território» ou a consciência de que «tudo aquilo não passou de uma daquelas manias de afirmação que acompanham os putos na adolescência», depois, ainda, de considerar a sua prática como meras «criancice» ou «atrocidades», a final, sossega-nos e diz o seguinte: «Mas estejam descansados que nunca matámos ninguém e raramente – arriscaria mesmo dizer nenhuma – chegámos a vias de facto» (jocandi causa, duas coisas se impõem dizer: uma, como diria Shakespeare, «too much ado about nothing», outra, mais prosaica, que raio de adolescência é esta que depois de tantas «histórias que davam para escrever um livro – daqueles bem grossos!» [sic] nunca chegou a vias de facto?!)
Na 4.ª coluna do seu artigo, João Godinho concretiza a grande confusão e contradição entre o imberbe e o adulto (com «mais de 16 anos» de surfada). Aliás, não é por acaso que a coluna começa com um «Mas», explicitamente adivinhava-se a soltura do «leão», depois de um discurso parece-nos ingenuamente incorrecto («uns fumam ‘ganzas’, nós éramos localistas»). João Godinho arremata a sua escrita com a seguinte tese: o localismo «mais do que uma lei» (!) «é um costume»! E, continua, «já diz o Direito que os costumes se sobrepõem às leis»!
De facto, é uma a seguir à outra. Sou jurista (e advogado) e professor de Direito, e não me lembro de ter aprendido tal coisa de forma tão dogmática. Julgava que os usos só eram juridicamente atendíveis se (e quando) a lei assim o determinasse e que as normas prevaleciam sobre os usos, mas devem-me ter ensinado outro Direito (talvez o de Hamurabi, onde era uso o afogamento ou a empalação dos escravos que se banhavam nos mares contra a vontade dos homens-livres) ou comprei o meu Código Civil com gralhas.
João Godinho finaliza, at last, com este primor:
«Racionalmente, deveriam ser eles [os ‘estrangeiros’, gíria que gosta de repetir] os primeiros a perceber que as honras são sempre para os da casa. Em última instância, em vez do habitual sinal da cruz, uma espécie de superstição entre a classe – crentes e descrentes -, o surfista ou bodyboarder deveria começar cada surfada em pico alheio a interiorizar a frase : “Jesus disse: se não nasceste aqui, então as melhores não são para ti.” Tudo em prol de um mundo melhor» (sic)!
Leiam agora, com a máxima objectividade que conseguirem, esta passagem da entrevista de Filipe Cardoso (FC), local de Supertubos:
«VERT: És conhecido como um dos abutres locais nos Super. São apenas bocas ou tens algo a dizer sobre isso?
FC: Sim, é verdade que quando estou na água tenho cara de poucos amigos, principalmente se estiver nos Super. (...) Não tenho por hábito dropinar, gosto de fazer as minhas ondas sozinho. Quando remo para uma onda e outra pessoa que não é local também o faz, eu só lhe digo que eu vou. Se ele insistir em ir eu não considero que o estou a dropinar, mas essa pessoa vai ter que me ouvir porque em em Peniche só faço ondas sozinho. Se isto se passar com um local aí tento simplesmente chegar primeiro. Quando estou na água não estendo a passadeira vermelha para ninguém, só não vou nas melhores ondas se não puder. Há pessoal que vem de fora para surfar os Super que tem que ter consciência que, como em qualquer outra onda de qualidade, existem locais que estão sempre lá quando esta funciona. É preciso, acima de tudo, saber respeitá-los [!] e só desta maneira é que poderão pensar [pensar, não é surfar] em apanhar umas quantas ondas do set.» (a brincar, apetece dizer, Obrigadinho pá, pela esmolinha! És um gajo bacano!).
Com afirmações destas quase não sobra nenhum ateu no mundo! São, na verdade, declarações surpreendentes. Confesso que quando acabei de ler isto pela primeira vez fiquei chocado! Ao mesmo tempo, duvidei da minha ingenuidade. Como é que é possível, já no século XXI, existir esta mentalidade territorialmente xenófoba e ideologicamente fundamentalista. Sendo o mar um bem de todos (ou não?!), público portanto, e sendo este país, um país livre (ou não?!), porque carga de água o apanhar das ondas deve ter outros critérios para além do mérito?
A incoerência e a contradição são dos maiores cancros do campo da discussão.
Este discurso, também extensível a alguns colegas meus (inclusive amigos) é assaz contraditório com o que defendem: exultam o desenvolvimento do bodyboard, apela-se ao fortalecimento e presença da dinâmica organizativa no bodyboard, queixa-se da falta de novos apoios publicitários e patrocínios para a modalidade assente, sobretudo, no crescimento da modalidade, endeusa-se o vício e o prazer das ondas e dos mares, paternaliza-se os «jovens miúdos» bodyboarders nos line-ups das nossas praias, reivindica-se uma não discriminação deste desporto («não tentem discriminá-lo como fazem há anos»), exulta-se a comunhão de valores e a coesão no bodyboard («somos na realidade uma praga assumida e unidos pelos mesmos valores», António Fonseca, p. 8) -e, no entanto, fazem-se declarações com a substância e o estilo de um tal radicalismo em relação à afectação dessa mesma liberdade e união da modalidade, que só deveria ter lugar nas manobras do nosso desporto.
Verificada esta tendência, não admira que a prática regular e competitiva do bodyboard esteja em declínio em todo o mundo (nos EUA o debate está bastante aceso por várias razões, entre as quais, o fecho de muitas publicações desta modalidade, o facto de a cultura não se diferenciar do surf e o discurso e imagem não serem apelativos às novas gerações, a acrescer o rápido e impressionante crescimento da modalidade do handboard, afiliada no bodyboard: pratica-se com duas pequenas pranchas, uma em cada mão e barbatanas-pato).
Um dos grandes problemas dos desportos radicais e dos seus praticantes é o défice de democraticidade e de cultura ou mentalidade abertas, factores condicionantes do desenvolvimento democrático. A naturalidade e o hábito de alguns comportamentos levam, por vezes, à involuntária implementação de regras restritivas ao acesso e funcionamento de qualquer disciplina. Acontece assim em todas as actividades humanas, profissionais e lúdicas, por conseguinte, e infelizmente, o bodyboard não escapa à regra.
Tenho esperança nas novas gerações, como o Miguel Contreras (Lisboa) e o Ricardo Ribeiro (Espinho) que, na pág. 10 da VERT fazem afirmações lúcidas e pedagógicas sobre o localismo. Quanto à velha geração (a minha), espero que um dia mudem de ideias e façam recuar o passado das suas acções através do seu novo ensinamento aos seus filhos, baseados nos princípios do desportivismo, da boa-fé, do mérito e da liberdade de surfar, seja em prancha de surf ou de bodyboard.
Como é que se respeita um desporto, sem respeitar os seus praticantes? Respeitá-lo não é baseá-lo numa lógica de local vs. estrangeiro, nobre vs. vassalo, senhorio vs. inquilino, entre outros exemplos picturais.
Ao contrário do que alguns argumentam, a supremacia que deriva do nível de manobras não é localismo, é saber, é técnica, é perícia. O localismo não tem (nem deve ter) nada a ver com experiência, até porque o localismo simplesmente não devia existir. Se um atleta for iniciado, independentemente de onde venha, seja da zona, de Portugal, do resto da Europa ou do Mundo, se atingir o pico primeiro, e segundo as regras desportivas, tem este atleta todo o direito de surfar a onda. Não vislumbro outro valor de regulação aplicável à prática do bodyboard ou no surf. O valor segundo o Direito (regras e princípios) e a Democracia (liberdade de acesso e de exercício), sem discriminações. As únicas discriminações que são admissíveis são as positivas, ou seja, aquelas que beneficiam ou o interesse geral de todo o desporto (por exemplo, ocupar uma praia para a realização de uma prova competitiva) ou os mais jovens ou iniciados na modalidade (para que não passem uma manhã inteira sem apanhar ondas, é de fair play solidário deixá-los, com alguma frequência, apanhar ondas, ou então ensinar-lhes como se devem posicionar próximo do pico ou no outside).
No desporto não há hierarquias, antes níveis diferentes de prática desportiva. E no desporto, ganha quem chega primeiro (no caso do bodyboard, à onda). Não é assim em todos os desportos? No bodyboard, o facto de se ser um dos melhores – se é que existem nos desportos náuticos - para além da maior probabilidade de se chegar ao pico ou de apanhar a onda em primeiro lugar, só dá para ganhar provas e campeonatos!
Não se pense que a questão do localismo não é ideológica ou que não tem sentido no campo das ideias, porque esta questão divide os boogieboarders, precisamente entre localistas vs. globalistas.
Os localistas são territorialmente limitados, com cariz egocêntrico, de cultura fechada e não liberal, adepta de uma hierarquia de comportamentos, em estrutura piramidal, atravessada por uma relação de domínio. São praticantes de zona, estáticos e conservadores no que respeita às regras que melhor servem o seu interesse pessoal. Defendem uma lógica desportiva assente, preferencialmente, na experiência do desporto e na antiguidade da naturalidade do local da(s) praia(s). Advogam a subalternização dos não locais, por cima da supremacia física e da perícia desportiva dos estrangeiros. Os localistas são tendencialmente mais sectários e corporativistas no que respeita ao desporto, daí que enfrentem o seguinte paradoxo: reclamar direitos e liberdades para a modalidade e, simultaneamente, defender a sua restrição para os seus praticantes, com base em critérios de mobilidade/naturalidade geográfica, revogatórios, deste modo, da liberdade de circulação e de exercício da modalidade. Por último, normalmente um local diz «a onda é minha!» (sucessor do mare nostrum), quando não é, e «respeitinho por quem é daqui!», sintoma de insegurança interior e de dificuldades em lidar com a concorrência e a adversidade desportivas.
Os globalistas defendem a liberdade de surfar acima de qualquer outro valor, uma liberdade colectiva exercida individualmente, pertencente a todos os indivíduos, como factor de promoção da dignidade humana, da igualdade de oportunidades e do desenvolvimento da modalidade. Consideram as praias e as ondas um bem público, explorável por todos, afirmando-se contra a atribuição de privilégios ou prerrogativas de utilização dos mares seja a quem for. Para os globalistas, a concorrência para a disputa da onda e a competição entre os praticantes da modalidade, mais do que bem-vindas, fazem parte da essência desportiva do bodyboard, quando praticada pelas regras e princípios de regulação da exploração das ondas e convivência dos bodyboarders, designadamente, os princípios da igualdade (proibição da discriminação, de hierarquias e do livre arbítrio), da liberdade responsável, do mérito, da solidariedade e entreajuda (sobretudo, com os praticantes de nível desportivo inferior, sobretudo os mais jovens e os mais velhotes), do bom senso e do revezar na disputa da onda quando se torna difícil clarificar o melhor posicionado segundo as regras gerais de prioridade, da convivência pacífica, racional e dinamizadora de todos os que surfam ondas (bodyboarders, surfistas no sentido restrito, entre outros). Os globalistas sublimam o prazer individual na viagem da onda, sem prejuízo de consideração da onda como um bem que não é propriedade de ninguém e, assim, nem do seu rider.
Esta divisão não é nenhuma separação entre o Mal e o Bem, nem uma diabolização dos localistas ou uma angelicalização dos globalistas. Ambas as correntes têm as suas vantagens (por exemplo, o localismo potencia o sentimento de protecção ambiental e de ordenamento da(s) praia(s)) e deméritos (no que respeita ao globalismo, a não fixação territorial pode implicar desvantagens financeiras e comerciais para a localidade ou desvalorização do património local) e muito menos não comportam excepções, porquanto não há liberdades ou direitos absolutos, todos os direitos e liberdades têm limites, tese que todos os anos insisto, e repito, em transmitir aos meus alunos. Ora, mas um direito ou liberdade só pode ser restringida em prole da consecução de um valor, direito ou liberdade de importância igual ou superior e de natureza geral e abstracta. Estes requisitos não vislumbro como possam ser aplicados ao localismo, quando um surfista, servindo o seu interesse individual e concreto, restringe a liberdade a outro surfista segundo regras limitativas que visam prosseguir satisfações individuais e temporárias.
Na Alemanha, porventura traumatizada pelo período ditatorial nazi que viveu e a que sobreviveu, ao nível da discussão jurídico-constitucional, defende-se que «não deve haver liberdade para os inimigos da liberdade», como princípio de protecção de uma ordem democrática, livre e de direitos fundamentais. Pessoalmente, não defendo este princípio, soa-me a radicalismo destemperado, sou avesso a radicalismo ideológicos, talvez seja por isso que faço bodyboard, para compensar a minha falta de radicalismo ideológico. Julgo que o caminho deve antes passar pela discussão e
Ideias, culturas e mentalidades que restrinjam a liberdade e o seu justo e igual desfrutar, não obrigado! Era só o que faltava, ainda por cima vindo de quem vem (muitos sem experiência de vida alguma), quando há décadas a Europa já proclama a liberdade de circulação (e fixação) de pessoas e bens por todo o espaço europeu, ter agora que cedê-la e anulá-la perante uns pseudo-desportistas, mimados pelo tempo e espaço do mar que ocupam há anos. Penso mesmo que, acima de tudo, é uma questão de bom senso e de senso comum. Que legitimidade terá quem ensina a vida baseada no mérito e na liberdade, perante os seus filhos, se alguma vez defendesse que em determinados bens públicos (o mar, as ondas) é defensável e admissível obliterar a liberdade dos outros (dropinar), independentemente do mérito das suas capacidades (abutrismo)?
E já que João Godinho gosta tanto da tradição e dos usos, sugiro-lhe (e a todos os que pensem como ele e, também, aos localistas extremistas) o estudo e a análise da política do Mare Liberum, sublimada pelos portugueses no tempo dos Descobrimentos, uma doutrina defendida pelos luso-navegadores, apesar do domínio destes e apesar de Portugal (juntamente com a Espanha), ser a maior potência marítima do mundo! Estes sim, são abutres dos mares, no sentido de grandiosidade, para quem o respeito vem de cima. Aquela sim, é a autêntica tradição e o verdadeiro costume portugueses, respeitante à fruição de um mar de liberdade, de que todos os que surfam o mar são legítimos aspirantes a sucessores dos daqueles navegadores e exploradores marítimos de outrora.
Esta sucessão não se pode ficar pelo espírito ao nível da garganta. Há que realizar o espírito de aventura, de descoberta e de liberdade, todos os dias, em cada praia, em cada onda, em cada manobra. E, acima de tudo, em cada comportamento relacional com os colegas exploradores de ondas, sejam do bodyboard ou do surf, sejam do caiaque ou do kite-surf.
O desporto é globalista. Parafraseando João Godinho (infelizmente com outro contexto), tudo em prol de um mundo melhor! Mas um mundo melhor, é um mundo colectivo, pacífico e tolerante, com pessoas e ideias diversas e adversas, não é um mundo só nosso. Não há vitórias sem adversários, nem prazer em ondas furtadas. Carl Lewis, considerado o melhor atleta de todos os tempos, dizia «I’m number one when I’ am alone». Somos sempre os melhores quando estamos sozinhos... até numa onda.
Que a discussão, neste país amorfo, (re)comece...
NCR
P.S. - Agradeço à VERT (e aos seus editores) sem a qual, provavelmente, nunca teria escrito o que escrevi.»
segunda-feira, 25 de julho de 2005
Desafio
Alguém por ai me saberá explicar a quem interessa manter o tempo de espera de dois anos – que na pratica se materializam em dois anos e meio -, para ser possível concorrer ao Centro de Estudos Judiciários?
Sendo certo que (quase) todos concordam que tal tempo de espera é nefasto para a escolha dos melhores, quem impede uma alteração que tem estado em cima da mesa da ultima “mão cheia” de Ministros da Justiça?
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (VIII)
Tão lesto que a silly season desliza sobre as aguas com as velas enfunadas. Ou a todo o vapor conforma a perspectiva.
Foi divertido o fim de semana, apesar da falta de sol no domingo.
Alias, bastava passar os olhos pelos jornais para nos rirmos a bandeiras despregadas.
No sábado o Público jurava na primeira pagina que Manuel Alegre era candidato a Presidente da Republica (PR). Logo ao lado no Expresso podíamos ler que afinal o alegre candidato da esquerda era o ex-PR Soares. Bom, em que ficamos?
No domingo o Público esclarece, deixando entender que Sócrates considera Soares o “Pai da Pátria”, afinal o alegre candidato não é o Manuel mas sim o Mário.
Hoje o auge.
Enquanto na edição on line o Público continua a dizer que Soares vais reflectir na candidatura, a edição papel diz que Soares formaliza a candidatura em Setembro. Diversão e boa disposição é o que não falta à rapaziada de Picoas.
Uma coisa é certa, com Alegre ou com Soares é desta que o Rato Mickey ganharia uma eleição se concorresse. Cavaco não precisa de se aborrecer muito para vencer as Presidenciais de 2006.
A cereja no topo: antes de tais eleições - embora para a histérica comunicação social portuguesa não pareça - teremos as autárquicas. Já a seguir, em Outubro.
PSL
sexta-feira, 22 de julho de 2005
No surender, no surender...
Esta imagem, que faz hoje a capa em diversos matutinos Londrinos (destaque para o The Times), só nos faz apetecer gritar como um bom adepto do “football association”.
PSL
Urge ler
Por estes tempos que correm, urge ler o sexto tema ai apresentado pelo Professor Figueiredo Dias: o direito penal na "sociedade do risco".
Só como aperitivo..., do que está para vir. Claro.
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (VII)
Por este andar e se nos descuidamos, ainda vamos parar a Agosto. Lá chegados lá teremos de ir por essa estrada fora. E iremos, e iremos...., à procura da Europa dos Mouros. Mouros outros que não do Rif ou do Atlas. Mouros a serio, de outras paragens que por cá (Europa) ficaram até hoje.
Enquanto não chega esse tempo, tempo há para fazer o que não foi feito durante todo um Inverno..., dai a pausa nos MDA. Que regressam hoje, cheios de vento. Magníficos não sei se serão os próximos dias. Mas atlânticos, e bem atlânticos serão de certeza.
PSL
quinta-feira, 21 de julho de 2005
Serviço Público II
Luís Campos e Cunha*
A qualidade da despesa pública está relacionada com todos os aspectos da despesa, mas, em particular, com o investimento. A ideia de que o investimento é sempre algo de bom é errada. (...) Hoje viveríamos melhor se certos investimentos não tivessem sido realizados.
Os últimos dez dias foram férteis em notícias económicas para o nosso país: o anúncio do Plano de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias (PIIP) (dia 3); a aprovação do Orçamento Rectificativo (dia 4); a resolução do Ecofin sobre o Programa de Estabilidade e as previsões do Banco de Portugal (dia 12); o relatório da missão do FMI (dia 14). Vale a pena fazer uma reflexão conjunta.
1 - O Ecofin - Conselho dos 25 Ministros das Finanças da União Europeia - apreciou o Programa de Estabilidade e Crescimento (Prec) para Portugal à luz das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e fez um conjunto de recomendações a Portugal.
Dessas recomendações podem retirar-se as seguintes ideias centrais: (i) importância da redução do défice de forma rápida; (ii) dever de evitar operações financeiras que aumentem a dívida; (iii) controlo da despesa, melhorando a sua qualidade; (iv) garantia da sustentabilidade a longo prazo das finanças públicas.
No "novo" PEC o limite de 60 por cento para a dívida passou a ter um papel mais central, a par do limite de 3 por cento para o défice.
Estas ideias traduzem-se em políticas concretas que todos podem entender facilmente.
2 - A rapidez da redução do défice implica que o ajustamento previsto no Prec seja visto por Bruxelas como o ajustamento mínimo necessário. Tal impõe especiais responsabilidades num contexto de crescimento mais fraco. O Banco de Portugal e o BCE acabaram de tornar públicas as suas previsões económicas para 2005 e 2006, para Portugal e para a zona euro, que estão abaixo das anteriores, por razões de todos conhecidas. Assim, impõe-se uma cautela ainda mais vigilante na disciplina orçamental, o que pode implicar mais medidas de contenção da despesa, possivelmente já para 2006.
3 - A sustentabilidade a longo prazo das finanças públicas assenta em três aspectos: a Segurança Social, a Saúde e os investimentos públicos.
A evolução demográfica mostra um envelhecimento acelerado da população portuguesa, ou seja, as despesas da Segurança Social e da Saúde têm uma tendência natural para crescer muito acima do PIB nominal.
4 - A Saúde tem vindo a desenvolver acções e programas de contenção da despesa e de melhor gestão dos recursos e das unidades de saúde; contudo, a tendência natural para o crescimento de tais despesas implicará medidas adicionais de contenção dentro de parâmetros que conciliem os objectivos orçamentais com imperativos de serviço público e de justiça social.
5 - A Segurança Social, no que se refere aos Funcionários Públicos (vulgo CGA/ADSE e outros regimes), tem um vasto e difícil programa de reformas que permitem poupanças significativas nos próximos anos, imprescindíveis à sua sustentabilidade financeira de longo prazo. Na Segurança Social (regime geral) estão ainda em fase de estudo as medidas que, analogamente, se destinam a concorrer para o mesmo objectivo, única forma de se manter a viabilidade do Estado Social.
6 - A qualidade da despesa pública está relacionada com todos os aspectos da despesa, mas, em particular, com o investimento. A ideia de que o investimento é sempre algo de bom é errada. Mesmo na economia familiar, cada um de nós já fez certamente investimentos de que se arrependeu. Hoje viveríamos melhor se certos investimentos não tivessem sido realizados.
Consequentemente, uma boa decisão de investimento impõe a necessidade de uma análise prévia de rendibilidade. Por exemplo, quando se investe numa frota de carros de aluguer (despesa de investimento) não podemos esquecer que, no futuro, devemos fazer a sua manutenção (despesa corrente futura) e ter clientes que suportem a despesa corrente e a amortização do investimento (qualidade do projecto de investimento). Este simples exemplo chama a atenção para a difícil mas necessária selecção dos projectos de investimento. Caso contrário, hipotecamos, gastando em investimento, o presente e comprometemos o futuro com prejuízos de exploração.
7 - O mesmo se passa com o investimento público. A qualidade da despesa pública passa pela criteriosa e apertada selecção dos investimentos. Caso contrário, temos, hoje e no futuro, menos benefícios do Estado ou mais impostos.
Note-se a este propósito que, historicamente, o crescimento económico tem uma vaga relação com a quantidade do investimento público realizado.
Portugal, nas décadas de 1981-90, de 1991-00 e, mais recentemente, nos períodos de 1995-04 e 2000-04, teve esforços de investimento público praticamente constantes e rondando os 3,7 por cento do PIB. No entanto, o crescimento anual médio da economia não parou de cair de valores acima dos 3 por cento para cerca de 1 por cento!
Pelo contrário, a Suécia, para os mesmos períodos, baixou drasticamente (para menos de um terço) o esforço de investimento público, tendo aumentado o seu crescimento para valores acima de 2,5 por cento. Certamente que melhorou a qualidade do investimento. Estes casos são exemplares, mas outros poderiam ser citados a este propósito.
8 - O investimento público é muito importante, mas a sua qualidade é o elemento crucial para contribuir para o crescimento económico sem pôr em causa a redução da dívida pública. Como é referido pelo FMI, o investimento público deve dar prioridade aos projectos com a maior rendibilidade económico-social possível. Naturalmente, na concretização do PIIP não deixará de se ter em conta estes aspectos.
A boa qualidade do investimento público é fundamental para que este seja parte da solução da crise das finanças públicas e não parte do problema, ou seja, que promova efectivamente a retoma económica.
9 - O crescimento económico depende ainda, crucialmente, de vários factores como sejam a qualidade das leis, o funcionamento da justiça, a estabilidade das leis fiscais (só possível com finanças públicas em ordem) ou o nível de educação científica e técnica.
Portugal enfrenta desafios urgentes. Em causa está o seu desenvolvimento e a necessária manutenção do Estado Social. Resolver o problema das contas públicas é apenas a condição necessária. Mas não é suficiente!
*Ex-ministro das Finanças
A Análise de Pacheco Pereira
É incrível a capacidade e a qualidade analíticas e intuitivas de Pacheco Pereira. Para quem (ou)viu a sua opinião na "Quadratura do Círculo" ontem na SIC sobre o artigo de Campos e Cunha no Público, que foi gravado antes da demissão deste, põde comprovar a excelência do seu raciocínio e o exame acutilante e sistemático sobre os factos políticos. Deveras impressionante.
NCR
Bora lá bombardear Meca
…o congressista Norte Americano (republicano) que numa entrevista radiofónica (link), sugeriu a hipótese extrema de destruir locais sagrados do Islão.
A coisa vale o que vale…, e só pode ser interpretada como “fruta da época”..., ainda assim..., recomendamos a Campos e Cunha – que decidiu entrar de ferias mais cedo, ou será que foi “mandado” de férias mais cedo - não viajar para locais sagrados do Islão.
Nunca se sabe quando vem lá uma bomba...
PSL
quarta-feira, 20 de julho de 2005
Campo Contra Campo (XXI)
Aqui (link) podemos ler – desculpem o “Brasileires”: Star War Revelations é um filme de curta-metragem com 47 minutos e 19 segundos, feitos por profissionais fãs de Star Wars. Ele foi feito de forma colaborativa por uma equipe de cerca de 200 pessoas e levou três anos para ser concluído, sob a orientação da pequena empresa Panic Struck Productions.
Os profissionais que trabalharam no filme, incluindo técnicos, diretor e atores participaram do projeto sem receber nenhum salário. Muitas das despesas do filme, como por exemplo, as roupas das personagens, tiveram que ser custeadas pelos próprios atores. O trabalho foi feito em fins de semana, em horários em que as pessoas envolvidas estavam de folga e livres de suas verdadeiras atividades profissionais.
A história de Star Wars - Revelations se passa depois de Star Wars Episode III - The Revenge of the Sith. O Templo Jedi foi destruído, o Imperador Palpatine ascendeu ao poder ajudado por Darth Vader. Quase todos os cavaleiros Jedi foram eliminados pelo Império e os poucos sobreviventes são fugitivos caçados.
No filme há uma nova vilã: Zahana, a "Mão do Imperador". Ela e Darth Vader, em sua tradicional armadura negra, procuram conquistar a confiança do Imperador através da eliminação dos últimos Jedi.
A heroína do filme é Taryn Anwar, uma rebelde que conseguiu escapar do controle imperial e que procura por um artefato Jedi antigo que poderia ser usado para destruir o Império.
Podem tentar o download aqui (link). Boa sorte.
PSL
O FIM DO PETRÓLEO: A grande tragédia do século XXI (IV)
Com tais níveis de consumo, os especialistas dividem-se. Para uns o pico de produção será atingido nos próximos meses, para outros daqui por poucos anos. No meio estará por certo a virtude. E porquê? Porque é impossível encontrar mais petróleo no nosso planeta. Este é o grande problema. Não há mais. Acabou!
Nos últimos anos tem sido descobertas enorme jazidas. Na Arábia Saudita foi descoberta uma enorme reserva, totalmente por explorar. No mar Cáspio, foi descoberta uma reserva calculável em cerca de três por cento do total mundial. Noutros pontos do globo, v.g. Nigéria, Golfo do México, São Tomé, Angola; há muito ouro negro por extrair. Tais descobertas fizeram o petróleo ser algo relativamente barato durante os últimos anos. Entretanto…, o consumo nos EUA, e o crescimento económico a Oriente vieram por fim aos "dias de festa".
O preço não sobe porque há guerra no Golfo, nem porque há um ditador de esquerda na Venezuela e muito menos porque as tempestades tropicais se transformam em ciclones ou furacões. O preço sobe, porque o mercado sabe que acabou o produto que negoceia.
E depois do adeus?
O modo de vida até aqui conhecido terá de ser totalmente alterado.
Outra ideia feita, mas falsa é que no mercado dos veículos automóveis ainda não se encontrou solução para o petróleo porque não se quis. É falso. Não há solução à vista para os veículos motorizados do nosso dia a dia. Mas mesmo que houvesse isso seria "uma gota num oceano" de desolação.
Para alem do consumo nos milhares de milhões de motores de explosão que existem por esse Mundo fora, outra grande parte do petróleo consumido, vai directamente para criar outras fontes de energia, especialmente electricidade. Para escrever este post, para ver TV, para ouvir musica, mas sobretudo para alimentar as maquinas gastadoras que temos em casa. Maquinas de lavar e secar roupa, maquinas de ar condicionado.
E as aeronaves? Faz o leitor ideia de quanto barris de petróleo são consumidos pelas milhares de aeronaves que diariamente cobrem o planeta? Em termos relativos o consumo de carros e motos comparado com o consumo dos aviões chega a é ridículo.
PSL
terça-feira, 19 de julho de 2005
O maior filósofo de sempre
1 - Karl Marx: 27.93%
2 - David Hume: 12.67%
3 - Ludwig Wittgenstein: 6.80%
4 - Friedrich Nietzsche: 6.49%
5 - Platão: 5.65%
6 - Immanuel Kant: 5.61%
7 - São Tomás de Aquino: 4.83%
8 - Sócrates: 4.82%
9 - Aristóteles: 4.52%
10 - Karl popper: 4.20%
A minha lista seria esta:
1 - Immanuel Kant
2 - Karl Popper
3 - Sócrates
4 - Aristóteles
5 - Locke
6 - Marx
7 - Nietzsche
8 - Platão
9 - Spinoza
10 - Kierkgaard
NCR
ESPUMAS X
NCR
Manhãs FM..., manhas FM
A excepção está mesmo aqui ao lado em 102.6.
Algo sóbria, sem patetices, sem um caudal de informação inútil e com muita, muita musica para respirar. E também com um blog (link).
PSL
segunda-feira, 18 de julho de 2005
Façam o favor…
E se bem repararem o vento está rodar para Leste. Vai fazer muito calor nos próximos dias.
PSL
Campo Contra Campo (XIX)
É mais uma deliciosa surpresa “made by Tim Burton”.
Burton é provavelmente o único realizador genial do momento. Em todo o Mundo.
Link roubado no CineBlog.
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (VI)
E pelo meio..., umas caipirinhas naquele que podia muito bem ser o Café del Mar Português.
E ainda deu tempo para ir à Luz ver “fruta da época”. Duas equipas em (re)construção, ainda indolentes (como o tempo), mas a prometer vitorias e com sorte bom futebol.
PSL
domingo, 17 de julho de 2005
sexta-feira, 15 de julho de 2005
A Republica já merecia ter um presidente assim
Aviso desde já que a ser verdade, “deslocalizarei” o meu “sagrado” voto do candidato Viera (Manuel João, sim o dos Ena Pá), para o candidato Jardim.
A Republica já merecia ter um presidente assim
Viva a Republica!!!
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (V)
Depois de uma pausa forçada por compromissos académicos (ainda que voluntários) – ainda falam daqueles radicais Islâmicos do Hamas que se chicoteiam nos seus passeios pelas viélas da Palestina – dizia eu, que depois de tal paragem, voltaram..., enfim, os magníficos dias atlânticos. E com eles os seus dilemas muito próprios...
Ontem fiquei verdadeiramente zangado..., zangado não..., furiosos.
Então não é que descobri que 85 cêntimos não dá para comprar um gelado. Oitenta e cinco cêntimos não dá sequer para um geladito de picolé como dizem os Brasileiros. Eu traduzo, picolé é geladinho de pauzinho assim tipo..., perna de pau ou super maxi. Daqueles dos bons..., da nossa infância...
Pois é, 85 cêntimos não serve nem para comprar um épá. Maldito capitalismo!!!
E o mias grave de tudo isto é que tive de me arrastar durante penosos 150 metros, para lá, mais 150, para cá ;) para ter tal funesta noticia.
Decidi que a vingança é a solução e hoje vou comer os Magnun cinco sentidos de uma só vez. Pimba!!
Avante.
Depois de um fim de tarde agradabilíSsimo quis o destino que a noite fosse dedicada a Crash, “Colisão” em Português.
Crash é bom demais para surgir num MDA, merece um “Campo Contra Campo”. Para já digo vos apenas que é uma enorme surpresa. Fresco, catártico, actual, polemico e muito, muito, muito bem filmado. Se ainda não viram não deixem passar este fds sem vê-lo. Façam lá esse favor.
Entretanto os MDA seguem para Sul.
Para o segredo mais bem guardado de Portugal.
Se não nos virmos mais hoje bom fds.
PSL
quinta-feira, 14 de julho de 2005
Efeito-concha
E se as explosões e as mortes continuarem, o mundo ficará 'guetizado'? Será que um dia só europeus e americanos poderão circular nestes continentes? E mesmo assim, com uma liberdade e vigilância apertadíssima?
O mundo está a fechar...
NCR
DIA-MENTOS II
Esta foto, neste momento, devia chamar-se "Sadismo" ou "Castigo" ou "Inveja" ou simplesmente "Tubinho", se fosse cómica. Pois, mas rir só mesmo quem nela viaja, porque esta foto só dá vontade mesmo é de chorar... E é por estas que isto não é coisa de putos.
NCR
Assim sim, eu voto Carrilho
Ohhhh que bom, oito novas praças em Lisboa, diz o candidato.
Para alem disso o “ponta de lança” Coelho disse que o povo gosta da Barbara.
E sendo eu do povo, então eu gosto da Barbara.
Assim sim, isto é que é fazer política.
PSL
Aequo animo (II)
O regime da invalidade dos actos em Processo Penal
Nas faculdade de Direito e em dias quentes como os que vão correndo, frequentemente se coloca a questão: O regime das nulidades expressamente previstas no Código de Processo Penal (CPP) abrange todas as situações de vícios de actos processuais?
Desde já devemos sublinhar que o CPP é pouco claro no tocante ao regime das invalidade processuais.
As normas vazadas nos art. 118 a 123 do CPP regulam as consequências da inobservância das prescrições legais estabelecidas para a pratica de actos processuais
Todavia, tais disposições não esgotam tudo o que diz respeito a tal matéria. Temos ainda de atender a variadas outras normas espalhadas pelo CPP, à guisa de determinados actos ou de certos vícios.
São disso exemplos os art. 321/1 e 330/1 quanto a nulidades insanáveis, bem como os art. 86/1, 92/1, 103/3, 134/4, bem como o 174/5, 177/1 e 3 ou mesmo o 179/1 e 2, 180/2, 189, 309 e 313/1 todos eles referentes a nulidades dependentes de arguição
Obedecendo ao principio da tipicidade dos vícios, principio esse que sublinhamos não ser absoluto pois sofre os seus desvios, são espécie de invalidades - em sentido amplo a invalidade dos actos processuais surge como o efeito da violação ou inobservância das disposições da lei sobre o processo - previstas na lei: a nulidade insanável, a nulidade dependente de arguição e ainda a irregularidade.
A provar que o regime das nulidades expressamente previstas no CPP não abrange todas as situações de vícios de actos processuais encontramos a inexistência
Contudo a inexistência, embora não expressamente prevista entre tais espécies de invalidade, constitui a manifestação mais grave de invalidade, afastando-se tal categoria do principio geral supra enunciado.
Alias, a função desta categoria é mesmo a de ultrapassar a barreira da tipicidade das nulidades, bem como a da sua sanação pelo caso julgado, i.e., a inexistência é insanável.
Pelo labor da doutrina e da jurisprudência a categoria da inexistência afasta-se de toda a previsão normativa
Como exemplo de inexistência podemos apontar uma simulação de audiência de julgamento, constituído por funcionários do tribunal fruto da ausência dos magistrados judiciais.
À margem dos vícios dos actos processuais a que a questão em analise nos reporta devemos ainda atender á importância do art. 118/3, que dita que o regime das invalidade processuais, não prejudica as normas do CPP relativas a proibições de prova
Assim, o art. 126 contem o regime quanto aos métodos proibidos de prova, sendo o preceito enformado pelos art. 5 e 12 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, bem como pelo art. 32/8 da Lei fundamental.
Assim sendo a resposta à questão supra, só pode ser negativa, ie, O regime das nulidades expressamente previstas no Código de Processo Penal (CPP) não abrange todas as situações de vícios de actos processuais.
PSL
quarta-feira, 13 de julho de 2005
10 milhões e 600 mil ...
NCR
N PERGUNTAS VII
NCR
Campo Contra Campo (XVIII)
Como todos os grandes filmes, o novo Spielberg é uma gigantesca metáfora.
“Guerra dos Mundos” não é um filme sobre Homens contra monstros, ou ficção cientifica “light-popchunga” com criaturas verdes e simpáticas que chegam alegremente do espaço.
“Guerra dos Mundos” é um filme sobre os Homens, a sua natureza e condição.
Totalmente “apanhado” pelo enorme trauma do 9/11, Spielberg filma gente que foge de um inimigo desconhecido.
“Pai são terroristas”, pergunta a pequena Rachel, magistralmente interpretada por Dakota Fanning (ao oscar, já!) . Mas a pergunta é feita varias vezes...
-“(...)Vêm de outro sitio”, afirma Ray (Tom Cruise)
-“De outro sitio onde? Da Europa” pergunta o desajeitado Robbie (Justin Chatwin)
Noutra (terrivelmente marcante) cena, do céu caem pedaços de roupa. Roupa apenas sem corpos, mas é impossível não nos recordamos das Torres Gémeas em chamas e do voo da morte dos seus prisioneiros. Depois há pó, toneladas dele, comboios em chamas que continuam dantescamente o seu percurso. Destruição e destroços por todo o lado.
Sejamos claros, “Guerra dos Mundos” é um filme de terror.
Mas não são as maquinas que metem medo. Porque elas são conduzidas por seres de “outros mundos”. Também de “outros mundos” parecem ser aqueles que espalham no nosso Mundo o caos, a mentira, a ignominia, a fome a desgraça.. São os Homens que metem medo.
Os belos anos 80 e 90 do século passado já lá ficaram. Hoje, Spielberg, não pode fazer mais “ET´s” ou mais “Encontros Imediatos do Terceiro Grau”. O optimismo vergou. O pessimismo impera, e o verdadeiro medo impregnado no filme, é que os que estão deste lado da barricada se desunam. Enlouqueçam com tudo isto, e não deve ser assim tão difícil. E ai o Homem será o bicho do Homem.
Sobre tudo isto nos fala “Guerra dos Mundos”, e é um filme cheio. Pleno de citações, referências cinematográficas, está lá tudo o que já foi feito; dos filmes de serie B (ou Z?) dos anos 40, a Hitchcock (há quem fale de enorme homenagem a este magico da sétima arte...); do próprio Spielberg a Tim Burton. É também um filme cheio porque muito bem filmado – e não falo dessa coisa chamada efeitos especiais onde tudo é possível. Em “Guerra dos Mundos” vamos encontrar planos clássicos mas reinventados. Mágicos movimentos de câmara e gruas impossíveis.
O filme, dividido em vários blocos de sequências, só não é uma obra prima, porque a o bloco de sequências do “ferry boat”, em Athens, meio caminho entre New York e Boston, tem planos tão mal imaginados, tão mal filmados que chegam a ser ridículos. Como (quase) sempre, no melhor pano cai a nódoa
Mas é um filme grande, do melhor que Hollywood produziu este ano.
PS:Achei que este “Campo Contra Campo” estava demasiado cinzento; vai dai tomem lá alguns cartazes da anterior versão de “War of Worlds” e de outros filmes de serie B. "Os Pássaros" de Alfred também cá moram. Se nunca viram esta obra prima de Hitchcock, inspiradora de tantos, tantos filmes não percam a oportunidade quando surgir. Frequentemente o filme é transmitido na TV.
PSL
terça-feira, 12 de julho de 2005
segunda-feira, 11 de julho de 2005
DIA-MENTOS I
© David Troyer
«COLD WATER
cold cold water surrounds me now
and all i've got is your hand
lord can you hear me now?
or am i lost?
no one's daughter allow me that
and I can't let go of your hand
lord, can you hear me now?
or am i lost?
don’t you know i love you
and I always have
hallelujah
will you come with me?
cold cold water surrounds me now
and all i've got is your hand
lord.. can you hear me?
or am i lost?»
Damien Rice
NCR
Magníficos Dias Atlânticos (IV)
Corre lesto este verão, se não temos cuidado um estes dias acaba e depois é uma chatice. Já vamos a caminho da segunda quinzena de Julho e ainda poucos deram conta. Não é?
Uma das coisas boas de trabalhar manhã cedo, é poder ver a cidade a acordar. Hoje estava mal disposta, a cidade; e cheia de olheiras. O fim de semana dever ter sido gostoso.
O nevoeiro perdeu o respeito ao leito do rio, e invadiu a cidade pelo menos até à segunda circular.
Fez me lembrar um amigo menu que divide a vida toda em “para cá” e “para lá” da segunda circular, sendo o “para cá” tudo o que vai do Tejo até ela.
Também o nevoeiro é coisa esperta, e não se mete em alhadas..., queda-se “para cá” da segunda circular.
Com tão pouco vento deu-se um inédito. Jantar dois dias seguidos no terraço. Isso é que soube mesmo bem..., então o fondue de sábado...
Entretanto, também as ondas forma de ferias..., mas chegou “A Guerra dos Mundos”. A dos cinemas e a do trabalho. Quanto á primeira lá iremos no local proprio. Quanto á segunda: por causa da batalha de Londres, agora estamos “todos” de prevenção 24 (vinte e quatro) horas. Ouviram bem..., vinte e quatro horas. Ah e dizem-me que não é só aqui, é também na tropa.
Uhhhmmmm, estou a ver! Cá está mais uma manifestação da época. “Silly”.
O governo Socialista descobriu que estamos em guerra. Ainda bem que foi um governo socialista e não um governo PSD/PP (leia-se: perigoso governo de extrema direita) a descobrir que estamos em guerra. Como diria o outro: Afinal o mundo anda mesmo perigoso.
PSL
domingo, 10 de julho de 2005
CDTECA I
- "Hotel", Moby - o segundo CD "Ambient" é fantástico para os gostos minimalistas
- "Let's Bottle Bohemia", The Thrills, álbum já do ano passado (na senda pop britânica mais característica por terras de Sua Majestade)
- "Six Feet Under", OSD de Thomas Newman - da série traduzida por Sete Palmos de Terra, uma das melhores séries de TV de sempre. A não perder bandas como Lamb, Stereo MC's, The Beta Band, Shuggie Otis e, claro, Craig Armstrong, entre outros
- "Live in Tokyo", Brad Mehldau - 'jovem' clássico pianista de jazz, sendo mais do que um discípulo de Bill Evans
- "AM/FM", dos The Gift - numa Caixa de CD digna de maiúscula, com músicas para todos os gostos, dentro do género The Gift (talvez seja esse o único provável defeito deste álbum)
- "Narcotango", Carlos Libedinsky - junta o útil ao agradável que é como quem diz o vício com o prazer!
- "Two Way Monologue", Sondre Lerche - norueguês da bonita cidade postal de Bergen, mais um singer/song writer que faço questão de apoiar. Qualquer músico que escreve, compõe e arranja as músicas que canta é digno dessa actividade
- "The Grotto", Kristin Hersh - outro caso de talento musical
- "Stand With The Stilness of This Day", Elizabeth Anka Vajagic - álbum de 2004, mas que descobri só este ano. Se gostarem da voz desta canadiana, prometo-vos que ficam fãs
- "Chester", Josh Rouse e Kurt Wagner - este é o álbum mais antigo desta lista, é de 1999, e, como todas as descobertas, é uma maravilha de som para os nossos sentidos
- "The Runaway Found", The Veils - que bom que é ouvir este disco por uma música ("The Leavers Dance") e depois considerar que é das piores (dentre as melhores) do álbum
- "The Passion of the Christ", OSD de John Debney - um ateu melómano muitas vezes tem que ir contra os seus princípios:-)
- "Inspiración Espiración", Gotan Project
- "Remixes 81-04", Depeche Mode - Banda inglesa eternamente mundial, sobretudo para a Geração de 70
- "The Cure", The Cure - por falar em Geração de 70, outra banda(eira) do pop/rock doas anos 80
- E, por último, um álbum dos melhores grupos de sempre para o meu gosto e falta de autoridade musical, os Sigur Rós, no álbum "Angels of the Universe", com Hilmar Örn Hilmarsson. Fabuloso.
NCR
sexta-feira, 8 de julho de 2005
PALETA DE PALAVRAS XV
Jean Paul Sartre
Quiz
É mais bela que simetria, mais ímpar que sinonímia, mais brava que sinfonia e mais perfeita que sincronia...
Chama-se Sintonia.
Não é difícil, está é ao alcance de poucos... difícil é conhecer o seu conteúdo, não é para todos... democraticamente, não é para qualquer um, apesar de qualquer poder lá chegar.
Eu, infelizmente, ainda não cheguei... porque não basta uma onda, uma prancha, uma vontade, um sol e uma lua... é muito mais do que isso... no surf, o que não parece, é.
NCR
O FIM DO PETRÓLEO: A grande tragédia do século XXI (III)
Muito mudou neste planeta em trinta anos.
Hoje os EUA consomem mais do dobro dos barris/dia que consumiam há trinta anos. A China, com quase um quinto da população mundial, cresce (em termos de PIB) a mais de dez por cento ao ano.
A Índia duplicará o consumo do "ouro negro" nos próximos dez anos. Não há combustível fóssil que dure eternamente.
O aumento de consumo nos EUA e o crescimento económico do terceiro mundo, são os dois grandes factores que destablizaram profundamente os mercados petrolíferos. Especialistas dizem que em breve os 100 dólares por barril deixará de ser uma miragem. Naturalmente quando tal barreira psicológica for atingida, o disparo do preço do barril será inevitável. O caos para breve.
Muito se escreve lá fora…, v g aqui, obras inteiras sobre o tema, mas por cá, pouco ou nada nos vai chegado. E estamos na era da Sociedade da Comunicação…
Procure tambem por: "Twilight in the desert, de Matthew Simmons, Wiley, 2005. The end of oil, Paul Roberts, Mariner Books, 2005.
Na sua edição de 24 de Junho, o excelente Courrier Internacional, traz um dossier esclarecedor sobres esta matéria.
Ai se escreve, com origem no Panorama de Milão:
"Por que razão aumenta o consumo? Por causa do crescimento económico na China e Índia. O consumo chinês aumentou 17 porcento num ano e deverá duplicar nos próximos 15 anos. A procura Indiana vai crescer 30 porcento nos próximos cinco anos. Os EUA absorvem só por si um quarto da produção mundial e aumentou o seu consumo em 200 mil barris dia".
Citando o Britânico The Guardian ai se escreve a bold: "Está excluída a hipótese de haver mais jazidas".
O que a Courrier Internacional não escreve é o que se passará depois do adeus.
PSL
MU-MENTO IV
Grave's disease, de Matt Pond Pa
«you do not worry
you do not try
the winter froze all of your things and you went inside
it’s not surprising
no there’s no surprise
this cold here is one of the properties of the elements
this cold here is one of those i wish not to defend
don’t wait in the last light and the warmth of the winter sun
don’t get caught out with the temperature going down
don’t try to defy the properties of your decisions
i’m heating this space that’s been saved for warmer conditions
there is no future
if you think you know better
the year ends in december
so why even bother
above the weekends
above the thrills
beyond the worth of every day there is to fill
if you’re distracted
i’m letting you go
out into nature
noble and cannot be owned
to live for the weekends
to live for the thrills
i want the worth of everyday there is to fill
don’t wait in the last light and the warmth of the winter sun
don’t get caught out with the temperature going down
we’ll see next summer there could be something so much better
off come the sweaters and who are you to stop it»
NCR
quinta-feira, 7 de julho de 2005
A Nova Direita Nãocola
As Noites à Direita que assisti com tolerante paciência, contrastando com a audiência bem posta e postante que a elas acorreu, foram decepcionantes. Não me arrependi de ter lá ido, mas confirmei aquilo que já suspeitava: quando se vai discutir a direita, discute-se mais a esquerda, quando se juntam pessoas da suposta direita liberal, fala-se essencialmente de liberalismo, e a maior parte das pessoas fica na mesma, inclusive leitores da matéria. Outra suspeição confirmada foi a incapacidade das pessoas que simpatizam e aderem a esta Direita Liberal de definir a tópica comum de pilares teóricos e princípios estruturantes deste “novo” élan direitista. E esta tarefa é deveras complicada, pois têm que se demarcar da Direita, da Esquerda, da Esquerda Liberal, do designado Liberalismo europeu e, sobretudo este, do 'Centro'. Como se pode verificar, a missão é quase impossível. Sem exageros, talvez esteja mais perto da quase improbabilidade.
Assim, numa palavra, estas “Noites à Direita” venceram, mas não convenceram. E quanto à Nova Direita (quer queiram quer não queiram, é nova pelo menos na sua dinâmica e vontade de a reformar ou refundar), para mim, não colou. Restou o convívio, valor fundamental para a manutenção da liberdade.
NCR
A nova justificação para o aumento do petróleo (II)
Ontem foi a Cindy, hoje é o Dennis!
PSL
quarta-feira, 6 de julho de 2005
A primeira vez
A iniciativa foi um claro sucesso, pelo menos a olhar ao numero de presentes.
De um lado, como “agente provocador” encontrámos Vicente Jorge Silva, um homem de esquerda. No outro lado da “barricada” António Pires de Lima, representou a Direita Liberal.
Mas nem tudo foram rosas, senhores.
O Nicola pode ser dos cafés mais bonitos de Lisboa, e é. Pode ser um local emblemático e algo “fetiche”..., mas não tem as mínimas condições para juntar tanta gente numa tertulia-debate. Calor, barulho, desconforto..., as próximas “Noites à Direita” deviam de mudar de local.
Também reconheço que o CDS/PP precisa e muito, de repensar o seu futuro. Não estava era à espera, de encontrar na noite de ontem, tanta vontade de deixar isso publicamente claro. Espero, no entanto, que as “Noites à Direita” sejam bem mais do que um simples esforço do CDS/PP de se manter à tona d’água, com algum debate refrescante.
Quanto ao mais importante, devo dizer desde já, que me revejo quase por inteiro nas ideias deste Direita Liberal, pelo menos se considerar os excelentes textos de Henrique Raposo (aqui, aqui e aqui), no blogue oficial das Noites à Direita.
Mas..., não gostei de algumas ideias lançadas por Pires de Lima na noite de ontem. Não compreendo minimamente da necessidade de rever a Constituição de 75, para que seja conferida mais liberdade, nomeadamente quanto à iniciativa económica, e não faz sentido falar em responsabilizar o excesso de liberdade, nomeadamente de liberdade de expressão por via constitucional. Alias esta é uma ideia perigosa, própria dos tais tiques de uma “certa direita”, que o próprio Pires de Lima identificou.
Pires de Lima devia de saber que tal responsabilização já é conferida pela lei civil. Se não é eficaz isso é outro problema. Aliás muito se falou em eficácia, ontem à noite.
O balanço?
Para mim é altamente positivo. Em Portugal fazem muita falta estes espaços de debate; a sociedade e a política são feitas de ideias e do seu confronto civilizado. Parabéns aos organizadores.
A seguir de muito perto.
PSL
A nova justificação para o aumento do petróleo
O seu nome: Cindy.
E para já é só uma tempestade tropical.
PSL
terça-feira, 5 de julho de 2005
PALETA DE PALAVRAS XIV
Vasco de Carvalho, 96 anos, ex-secretário-geral do PCP, in Público de 25 de Junho.
É para rir ou chorar?
Escreve o DN: “Com a pressa de apresentar rapidamente o programa, nem todas as áreas conseguiram o mesmo nível de compromisso entre as empresas interessadas nos investimentos e a disponibilidade do Governo para suportar a sua parte.”.
Podemos também ler no Publico que segurança e Justiça são “esquecidas” pela maioria no seu plano de investimentos. Segundo o diario o programa sera decomposto em "16,8 mil milhões para infra-estruturas básicas no domínio do ambiente, da energia, dos transportes, da cultura e do apoio social; 3,8 mil milhões para valorização do território, no domínio da política de cidades, património cultural e turismo; e 4,5 mil milhões para sistemas de informação e formação.".
Desde o 25 de Abril, este é o governo que mais desinvestiu na segurança e justiça. A seu tempo iremos pago-lo muito caro
A maioria PS anda a brincar com o fogo!
Todos devemos ainda ler, a entrevista dada ontem por Alberto Costa, Ministro da Justiça, ao Diário Económico. Lendo-a, ficamos a saber com o que podemos contar na área da Justiça durante os próximos anos. Desnorte, medidas avulsas, operações cosméticas e nada de reformas porque isso dá trabalho e custa dinheiro, muito dinheiro.
Escreve também o DN – a coisa é tão estúpida que até duvido da sua veracidade – ainda quanto ao novo plano de investimentos: “adiantou um membro do Executivo. "A mensagem será um convite à iniciativa privada 'Confiem, porque o Governo está a fazer os possíveis para que a retoma chegue rapidamente'. É um programa "keynesiano", mas suportado nos privados".”
Um programa "keynesiano", mas suportado nos privados?
Ou em S.Bento não sabem quem foi Keynes, ou então temos por lá algum génio escondido...
Bem mais grave é o que diz a televisão do Estado. Segundo noticia da RTP, o clima económico em Portugal agravou-se mais um pouco, sendo o pior dos últimos catorze meses. Diz o INE, que tanto comerciantes como consumidores retraem cada vez mais os seus investimentos e gastos.
A tudo isto devemos somar esta a do Diário Económico (link) , que nos dá que “O número de contratos de futuros que apostam numa subida do petróleo para os 80 dólares por barril em Dezembro aumentaram significativamente nos últimos meses”.
Com tudo isto apetece perguntar se o tal “plano da pólvora” a ser hoje apresentado é para rir ou chorar.
PSL
Assim fico chateado, claro que fico chateado
A noticia do dia
A cimeira do G8 ai está (para seguir aqui) e com ela os arruaceiros do costume. Sobre estes e os seus protestos, é obrigatório ler este (link) post de JPP
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (III)
Esta irritante ventania para alem de ontem ter invadido o céu de Lisboa de fumo e fuligem de mais um fogo florestal destruidor de mais um pouco da pérola que é a Tapada de Mafra, prejudica gravemente a leitura do publico na praia e isso é de facto a coisa mais chata que pode acontecer.
Assim sendo, hoje estou um bocado aborrecido!
PSL
segunda-feira, 4 de julho de 2005
E prontos...
PSL
Magníficos Dias Atlânticos (II)
Um fim de semana de excessos, foi o que foi.
Tendo culminado com uma noite de house music como há muito não tinha.
No clube W, a noite “he don´t work on mondays” continua a ser de muito, muito longe o melhor momento de Lisboa à noite.
O problema é que eu trabalho às segundas, logo o melhor foi mesmo não dormir...e sair do W para o trabalho directo com escala em casa para tomar banhinho.
O sono fica para mais logo....
Ahhh e estou muito mais bem disposto do que “o normal” para uma segunda feira de manhã.
A repetir muito mais vezes...., se me deixarem!
PSL
PALETA DE PALAVRAS XIII
Trazer uma máscara significa deixar de ser aquilo que se é. Desde cedo adoptamos uma atitude diferente, acreditando que essa atitude nos protegerá.
Crianças que sofrem de rejeição costumam ser frágeis. Tendem, por isso, a serem superprotegidas, sobretudo pela mãe, o que as leva a identificar ser amado com ser sufocado. Posteriormente, por medo que isso aconteça, tendem a rejeitar ou a fugir de alguém que as ame.
Pessoas que sofrem de rejeição têm tendência para não se apegar às coisas materiais, porque elas as impediriam de fugir à sua vontade. Consideram-nas supérfluas. Mais atraídas pelo mundo espiritual e intelectual, reconhecem que o dinheiro lhes é necessário, mas que não lhes traz prazer.»
Maria José Costa Félix, “O Medo da Rejeição”, in Revista Xis, de 21 de Maio de 2005
sexta-feira, 1 de julho de 2005
"Uns burros trabalham e outros “pensão”"
O terceiro mundo é aqui e agora! Não? Então, só como exemplo, vejam lá os últimos dois “foto-coices” lá no palheiro.
Arre macho!!!
PSL
Ate amanhã camaradas
Então o Barnabé acaba primeiro que o petróleo. E que o Benfica?
É estúpido o Barnabé acabar assim. Mas também não é a primeira vez que um blogue de referencia fecha as portas e não será, de certeza, a ultima.
A blogosfera também é assim.
PSL
Não te preocupes pá!...
...Oh Camarada deixe lá isso. Nós estamos cá para pagar a conta. E se não tivermos dinheiro pedimos emprestado, e alguém há de pagar por nós! A luta anti-fascista não tem preço, Camarada. Bem hajam, bem hajam....
Magníficos Dias Atlânticos (I)
Razão de (des)ordem:
Ontem apeteceu-me abrir esta rubrica no ARCADIA. E é para durar enquanto o verão dure, ou pelo menos até me apetecer.
Hoje é dia 1 de Julho e tudo muda. As minhas entradas neste blogue passam a obedecer a uma lógica de horário de verão. Matutinas em vez de vespertinas porque é tarde para perder a tarde em coisas chatas.
Levantar cedo e cedo erguer dá saúde e imenso prazer…, no verão!
Magníficos Dias Atlânticos, porque desde que o João Loureiro a cantou pela primeira vez, os nossos verões nunca mais foram os mesmos.
Tal como a canção dos Ban este será um registo mais pop, light, fresco e fofo. Dedicado ao dia a dia, porque essa continua a ser a melhor maneira de viver o verão. "Silly" como a "season", também assim serão as entradas "powered by MDA" - entendam como quiserem.
Porque o que lá vai, lá vai… e se foi, alguma coisa ficou. Ou não? Sim, claro!
Mais em diário do que em força, porque é tempo de viver e conviver, cantar, dançar, comer e beber, não necessariamente por esta ordem. Estar com quem e de quem gostamos. Vibrar.
E começamos bem, muito bem mesmo.
Ontem foi dia de dormir pouco e hoje também. Mais uma confirmação que estamos no verão. Quem quer passar o verão a dormir?
Depois de uma ventosa tarde na Morena um jantar muito agradável e na melhor companhia possível na sempre charmosa Brasserie De L’Entrecôte. Já não ia lá há uns anos. Está ligeiramente diferente, mas a essência mantém-se, como tal recomenda-se. E não é assim tão caro como se diz.
Aproveitem, enquanto houver petróleo para alumiar os candeeiros. A menos que sejam da facção que diz que ouro negro há muito. Está é guardado debaixo do chão. Espero que a razão com eles esteja.
Amanha é fds, boa viagem.
PSL