Há dias contava um conto infantil, inventado na hora, e depois de o contar lembrei-me da notícia velha que domina o mundo novo: a professora, a aluna e o telemóvel.
Era uma vez uma raposa que conhecia muito bem a floresta onde desde sempre viveu, nela nasceu, e que muitas vezes dizia que a conhecia melhor que as palmas da sua pata. Sempre com ares de quem tudo sabe o que existe e acontece naquela floresta, um dia enquanto farejava algo para comer pisou um ratinho e assustou-se:
- Ei! Vê lá por onde rastejas ó rato anão!
O ratinho, a tentar recompôr-se da dor sentida pela pisadela, respondeu-lhe:
- Grande raposa, se és assim tão grande, porque não me viste?
A raposa, desafiada, disse:
- Rato insolente, eu domino esta floresta como as minhas próprias patas e elas andam sempre pelos sítios mais seguros e cómodos de pisar, e sei há muitos anos tudo o que passa neste terreno e tu nunca se me atravessaste no meu caminho! Como poderia esperar que te irias atravessar no meu caminho?!
O ratinho,sereno mas dorido, respondeu:
- Se conheces tão bem o terreno que pisas, não devias assustar-te com os mais pequenos, e se és mais sábia do que os outros animais diz-me como posso curar, nesta floresta, a ferida que me fizeste.
Um lição para a opinião pública dos telejornais.
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