Por este blogue fora encontram vários escritos meus onde defendo a escassez do ouro negro mas também o seu baixo preço. Leram bem, baixo preço.
A arte do pensamento contrário é um desporto divertido, não deve ser esquecido, e pode conduzir a revelações surpreendentes. Se é fácil aderir à tese que defende estar o petróleo a dar as ultimas (ver, por exemplo, aqui e aqui), difícil é defende-lo como uma pechincha. Mas é verdade, o petróleo, pelo menos para nós que pagamos em moeda europeia, está baratíssimo. E se pensarmos na gasolina, composta essencialmente por petróleo, então rapidamente chegaremos à conclusão que (retirados que sejam os impostos) é quase dada.
E é fácil chegar a esta conclusão. Basta fazer umas continhas simples. Compare-se o preço do barril de petróleo e da gasolina durante o duplo choque petrolífero dos anos 70 com os valores de hoje descontando a inflação.
Mas não pensem que sou o único lunático a chegar a estas conclusões básicas. Hoje no Jornal de Negócios (link), Matthew R. Simmons, CEO e "chairman" do banco de investimento Simmons & Co International, comenta de forma deliciosa o momento actual: "Acho que o petróleo, nos actuais níveis, está uma pechincha. Senão vejamos: um barril está a 42 galões [3,7 litros] e em cada galão há 16 "cups". Cada "cup" corresponde mais ou menos a um copo de vinho ou uma chávena de café. Com o preço a 100 dólares por barril, isso corresponde a 14,9 cêntimos por "cup". O que compra você a esse preço hoje em dia? Quando fui recentemente a Londres, um taxista disse que a gasolina estava a 9 dólares por galão, o que dá 19 cêntimos por "cup". No hotel eu paguei 12 libras por um copo de vinho".
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