terça-feira, 25 de março de 2008

As vinhas da ira

"Ontem" no lindíssimo romance de Steinbeck:

"- Quero inscreve-los na lista - disse - Quantos vão trabalhar?
Tom respondeu:
- Somos quatro homens. O serviço é pesado?
- É apanhar pêssegos - disse o funcionário. - É trabalho por peça. Pagamos a cinco cents a caixa.
- E as crianças podem ajudar?
- Podem, desde que trabalhem com cuidado.
(…)
- Tente explicar-lhes a situação, Tom. Assim que nos afastarem daqui, vão começar a pagar-vos a dois cents e meio. Você sabe o que isso significa: uma tonelada de pessegos colhida e carregada por um dólar. (..)"


Hoje no moderno Portugal do PS de Sócrates

Trinta e dois advogados começam hoje a trabalhar na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) para tentar evitar a prescrição de milhares de processos de contra-ordenação. Pela frente têm uma tarefa árdua: separar um mínimo de 1000 processos por dia, e fazer pelo menos 30 propostas de decisão diárias. Cada proposta é paga a 1,67 euros e cada lote de processos separados vale 50 euros. Se um jurista cumprir um daqueles objectivos ganha ao final do mês cerca de 1050 euros.

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