A guerra é uma «merda», escusava Bush de o adjectivar indiscretamente a Blair na Cimeira dos G8, referindo-se à ofensiva terrível (não digo terrorista por zelo) israelita. Tanto do lado árabe, como do lado judeu, a merda está em todo o lado. Apesar de ambos carregarem as culpas da bosta, sinto-me mais israelita que árabe na forma política e estilo de vida. Apesar de ateu e não circuncidado, em termos de cultura e valores estou mais perto do povo judaico. Mas não confundamos as epístolas com os apóstolos, como alguém me disse recentemente.
Se nesta merda, não se pode falar de culpados (conceito que os judeus e os cristãos entendem melhor do que eu), é, para mim, inequívoco o lado penitente do abuso de direito. Se o Partido de Deus (Hezbollah), uma mão cheia de xiitas radicais maioritariamente iranianos, não é mais do que uma shoah (catástrofe) no mundo terreno, os actos por ela praticados não justificam tal reacção israelita. Ela pode funcionar como pretexto para a demanda da protecção dos cidadãos e território judeus, mas não satisfaz as regras da legítima defesa, antes do abuso de direito.
E no meio desta «merda», as crianças brincam ao sol com o cheiro bélico dos restos mortais do dia anterior.
NCR
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