terça-feira, 25 de julho de 2006

Campo Contra Campo (LIV)

The Squid and the Whale (A Lula e a Baleia), ****

De falta de bom cinema não nos podemos queixar.
Os distribuidores/exibidores decidiram, este verão, inundar as salas com cinema de qualidade, equilibrando a batalha da sétima na silly season, entre blockbusters e cinema de autor.
Por certo nesta (alta) fase do verão já todos sabem do que se fala quando falamos em The Squid and the Whale. Mas se não sabem, fazem muito mal, pois este é um dos filmes do momento, que rapidamente deixará de ser pois já se encontra em “fim de carreira”, como se dizia noutro tempo…
A roçar a perfeição técnica – câmara, ambiente, luz, montagem, direcção artística - se não fosse por mais nada o filme realizado e escrito por Noah Baumbach, destaca-se por um argumento extraordinário – nomeado para um Óscar, "secção a que os espectadores portugueses costumam dispensar tanta atenção como a antologias de poesia finlandesa pós-moderna", tal como escreve Alexandre Borges na Atlântico e no Noite Americana (link).

Por isso gostei muito de A Lula e a Baleia, mas também pelas interpretações, todas elas a um nível muito alto, e pelo ritmo do filme: História construída em mosaicos, onde pequenos fragmentos vão encaixando harmoniosamente no todo do descalabro familiar.
Sim…, este é mais um filme Americano sobre o incontrolável tema do momento: a família e/ou a sua ausência.
A Lula e a Baleia vê-se com um sorriso nos lábios. Por vezes triste, outra enigmático, mas também reprovador. E ninguém me tira da cabeça a semelhança entre Frank Berkman (Owen Kline) e o nosso herói Elliot de ET.

PSL

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