Cada vez mais acredito que só se pode ter tudo quando pouco se quer. O tudo é uma abstracção, ninguém sabe o que é o tudo, pela simples razão de o seu autor nada saber, ao certo, sobre ele: nós. O tudo está nesse nós, um emaranhado de laços que fazem um eu, ímpar e abastado. Se imaginarmos o ser humano como um conjunto de nós, desde os ossos ao seu último reduto, os pêlos, quem consegue descobrir o primeiro e o último endereço desse sentido? Ou seja, onde está a definição do tudo o que somos ou do pouco que temos? Talvez o princípio das diversas respostas esteja na realidade que construímos com o nosso imenso eu: a respiração e a aspiração, e a transpiração para quem não se concentra no todo. O produto é a nossa riqueza, única e singular. Então, assim como os nós só podem ser nós, com certeza o melhor caminho para os nossos objectivos é sermos o que mais ninguém pode ser com o nosso eu. Se o nós implica convergência e unidade, o eu, pelo contrário, é compósito e não tem igual. E como é a diversidade a nossa magnificência, deixemos, assim, o pouco para quem tudo quer.
NCR
1 comentário:
Eu sabia que havia por aí algum fundo espiritual...
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