Eu, Tu e Todos os que Conhecemos, ***
Tenho-o dito, e já aqui o escrevi, que o cinema americano, em especial o cinema que se faz fora dos grandes estúdios, se encontra num debate tácito sobre o papel da família nos dias que correm. Me and You and Everyone We Know, (bem) escrito, (bem) realizado e (bem) interpretado por Miranda July é mais um capitulo nesse debate.
Num qualquer subúrbio de uma qualquer cidade uma serie de personagens, mais ou menos estereotipadas, cruzam-se subterraneamente sem que disso se apercebam. Pelo écran desfilam as suas historias de silencio e solidão num quase elogio ao vazio.
A câmara de Miranda July (premiada em Cannes e Sundance) sem rasgar com o convencionalmente clássico, por vezes é arrojada e surpreende. Tal como o argumento, onde brilham alguns diálogos delirantes. Estará a mais o pedaço escatologico da directora do museu? Talvez, mas essa é também neste filme a quinta-essência da solidão que a jovem realizador pretende apresentar.
Eu, Tu e Todos os que Conhecemos não apaixona nem entretém. Bem pelo contrario perturba. Mas o que faz falta é agitar a malta!
PSL
Sem comentários:
Enviar um comentário