sexta-feira, 5 de agosto de 2005

A ultima esperança

“(...) o que está em causa nas próximas eleições presidenciais é não somente a estabilidade governativa, mas também a própria estabilidade do regime.(...)”.

Exactamente. As palavras são do “nosso colega blogger” Vital Moreira no Público de terça feira passada - que já pode e deve ser lido aqui (link) no aba da causa - e merecem, tal como todo o seu artigo, uma grande reflexão.
Vital Moreira facilmente compreendeu que nas presidenciais do inicio do ano que vem, muito mais está em jogo do que uma luta “histórica” entre duas visões do Mundo, personificados nos mais que putativos candidatos Soares e Cavaco.

Sejamos claros, e indo ao encontro das palavras de Vital Moreira, o que está em causa em Janeiro ou Fevereiro próximo “será a continuidade e estabilidade do nosso regime político vigente”. Nem mais.

Mas nem tudo são rosas no discurso de Vital Moreira. O que está na rua, e a muitos custa (muito) a ver é que somos chegamos ao fim da linha. O sistema de “rotatividade” gizado pelos nossos “founding fathers” na Constituinte termina aqui.
Assim resta ao candidato vencedor demitir este primeiro ministro e o seu (des)governo, avançar com um governo de salvação nacional. Despido de fungos e vírus partidários. Um governo feito de gente que trabalha e não gente que vegeta em torno dos partidos. O futuro imediato pede um governo da e para a Sociedade Civil, seguido de uma profunda reflexão sobre o presente e o futuro do nosso país. Reflexão, que se impoem, não fique apenas no limbo.. Esta a ultima esperança.

Contudo, isto não deve ser encarado como uma rotura com o regime ou um novo regime em perspectiva. Tal deve sim, ser encarado como a salvação deste regime, uma ultima oportunidade, a ultima esperança. A flexiva Lei Fundamental confere espaço a uma solução do género consubstanciada em “mais” presidencialismo.
Tal não deve ainda ser confundido com figuras “endeusadas” de “salvadores da pátria” ou de um qualquer iluminado que caminha sobre as aguas. Simplesmente tal deve ser encarado com naturalidade democrática e institucional. Afinal, as instituições são coisas dinâmicas, que devem obedecer aos ditames do tempo e encontrar respostas para as necessidades de um povo.

Obviamente só um homem tem condições para comandar tal empresa: Aníbal Cavaco Silva.
A continuidade e estabilidade do nosso regime político vigente assim o ditam.

PSL

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