Todos os fins-de-semana Lisboa junta-os ao largo da mesma água, sobre a mesma erva dura de poucas sombras sob o sol capital sem luz igual para além das suas fronteiras. Junta seres, idades, etnias, línguas, gostos, feitios, forças, sonhos e viveres, todos eles diferentes, por razões semelhantes. Nacionais e estrangeiros, desportistas e comodistas, profissionais e amadores, conformados e espirituosos, mirones e pescadores, namorados e casados, pais e filhos, avós e netos, padrastos e madrastas, todos eles ou passeando, ou jogando, ou correndo, ou comendo. Tudo se move, a par do sol e do vento, contrastando com a velocidade das bolas que insinuam descaminho. Várias câmaras fotográficas confrontam a paisagem e a beleza de quem a mira. Ela acompanha quem quer esperar e cheirar a brisa avulsamente desassossegada pelo vaivém viário, sobretudo ferroviário. Lisboa, ao fim-de-semana ou ao final do dia, em Belém, junta as pessoas com a natureza biológica da cidade. É uma grande reunião. Sobretudo com nós próprios. Ajuda-nos a lembrar como fomos e como podemos melhorar. A biodiversidade que visitamos separa-nos da adversidade. E a fronteira está lá desenhada com forma de linha de comboio. Esse sentimento adensa-se com o nosso regresso, através da necessidade de não descarrilarmos a nossa vivência. Ou sobrevivência.
NCR
1 comentário:
Obrigada pela honra de estar no vosso mural...
Muitos Beijinhoss
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