quarta-feira, 3 de agosto de 2005

ESPUMAS XI

Uma boa companhia nem sempre é uma companhia que nos quer bem, simplesmente maravilhamo-nos a observá-la. Uma companhia de amor é uma companhia que nos acompanhará para sempre. E para o bem, apesar de não o reconhecermos de imediato. Pode estar perto ou muito longe, mas está lá, sempre que é possível estar. Se é de amor, está lá. É a nossa companhia constante, mesmo na ausência, que não está verdadeiramente porque está connosco. É uma companhia que cerca e apraz a nossa auto-estima. É uma coisa de dentro, sem ser uma coisa porque são milhares delas. É tudo aquilo que não podemos ter sozinhos, no prazer e no pavor, no sonho e na saudade. Não é às vezes, não é sempre, mas é a nossa vida toda, a melhor companhia do homem é a última companhia que se tem. Não admira assim que o amor seja uma corrida contra o tempo e contra nós próprios. O tempo obriga-nos a superar o receio de não termos tempo para esse amor. Permanentemente sentimos que claudicamos com a falta desse tempo e que essa falta impluda em ardor todo o nosso amor. Nos tempos que correm - cá está o nosso medo do tempo e da sua corrida - é arriscado falar de tempo ou de amor. Com a vida que levamos, falar deles é tão passageiro como a vida que se leva. Mas quero acreditar em várias coisas. Na vida, com tempo. Na companhia, como um dos sentidos da vida com amor. No amor das pequenas coisas, tal como a nossa atómica dimensão. Quero acreditar que o tempo não é nosso inimigo, pelo menos necessariamente. O tempo é apenas nosso adversário. E a companhia é a prova em como, apesar de não o superarmos, o tempo pode ser vencido no seu próprio terreno. É possível ele estar ao nosso lado. A companhia é mesmo a maior vitória que o tempo nos pode dar. Uma vitória de amor. E como em todas as lutas, é o tempo que declara os vencedores. Nesta corrida, o toque de alvorada só pode ser dado por nós.

Bom Dia!

NCR

1 comentário:

Star * Dust disse...

O tempo é a grande prova de fogo com a qual o amor trava uma luta eterna! O tempo passa e o amor muda e adapta- se às condições que o tempo lhe impõe se for suficientemente forte, caso contrário perde- se e nem para companhia serve!