domingo, 26 de junho de 2005

Campo Contra Campo (XVII)

Sinais Vermelhos, *

Todos sabemos que a vida não está fácil para quem dela vive escrevendo sobre cinema.
Os tempos que correm trazem-nos pouco mais que BD´S vertidas em película cinematográfica ou "actos preparatórios" daquilo a que em tempos idos se chamava cinema. Os filmes que se vêem nem à "tentativa" chegam. Falta-lhes o elemento subjectivo. Falta-lhe o "dolo". Ficam a léguas do que é cinema!
A teoria da infracção penal não é chamada para a sétima arte. Ou não?



Queria eu com este intróito, tentar encontrar uma resposta para o enorme aplauso com que "Feux rouges" chega até nós.
Os "nossos" críticos chama-lhe "hitchcockiano", "Kubrickiano". Dizem de "Sinais Vermelhos" que tem traços de Fritz Lang e de Jean-Luc Godard.
Sejamos claros, "os nossos" críticos devem ter bebido tanto como Jean-Pierre Darroussin, o protagonista de "Sinais Vermelhos", bebeu durante a rodagem do filme. Só assim se explica o forte aplauso que concedem a tamanho "churrilho" de fotogramas.
"Sinais Vermelhos" não é nada. Não é "thriller", não é "road movie", não é drama conjugal. É um monte de clichés vazios que soam tão oco como as pancadas que a personagem de Darroussin dá no corpo inerte do evadido da prisão com que se cruza numa tasca à beira estrada.



Qeixamo-nos que o cinema que se faz dentro de portas não têm argumento! É porque não damos de caras com lixo deste mais vezes.
O melhor que se pode dizer de "Sinais Vermelhos", é que não tem ponta por onde se lhe pegue.
No olhar de Darroussin só há medo, inveja, incomodo. Sentimentos vazios. Na câmara de Cédric Kahn só há lugares comuns mal "copiados" de grande olhares da sétima arte.
Qual o engodo, qual a magia, qual o feitiço que esta película provocou nos "nossos" críticos? "Ohhh tempo volta para traz!!!", parecem eles cantar, quais primas donas abandonadas pelos seus heróis.



A vida não está fácil para quem a ganha a escrever sobre cinema.
E quanto a "Feux rouges", é melhor ignora-los!

PSL

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