Magníficos Dias Atlânticos (MDA).
A partir de amanhã, bem cedo. Pop, superficial, quase vulgar, um registo bem fresco e fofo em horário de verão. "Silly", tal e qual como a "season".
Até lá!
PSL
quinta-feira, 30 de junho de 2005
O FIM DO PETRÓLEO: A grande tragédia do século XXI (II)
O impensável, ou nem sequer inimaginável está prestes a suceder.
O petróleo tem os dias contados!
Esta é a verdade nua e crua que todos teimam em esconder.
Não é "estoria" da carochinha nem sequer coisa produzida por cultores da teoria da conspiração. Não é sequer produção de hollywood. O petróleo que abastece de combustível os nosso veículos, os aviões que nos levam a locais paradisíacos, que nos aquece a casa ou nos dá conforto nos dias de canícula, está prestes a terminar.
A doutrina divide-se. Uns proclamam que o pico de produção será alcançado já no próximo ano. Porem, os mais optimistas adiam tal data até meados da década de 30 do século em que vivemos. Mas os dias petróleo estão contados. Hoje ou amanhã, o petróleo vai acabar.
Sempre pensei que tal não seria possível. Sempre pensei que a evolução tecnológica conseguiria achar petróleo onde hoje não se conhece. Mas isso é mentira!
Metade das reservas planetárias estão prestes a ser consumidas e depois…, será o caos.
Os mais jovens apenas conhecem o choque petrolífero da década de 70 do século passado, dos livros da escola ou talvez de algum documentário na TV.
Em traços largos, o que hoje é realidade foi alarme há pouco mais de 30 anos.
De um momento para o outro os especialistas avançaram com números terríveis. O petróleo terminaria em poucos anos. A subida dos preços foi inevitável, a economia ameaçou desabar nos países ocidentais. De lá para cá, economicamente tudo é Ocidente. O muro de Berlim caiu, o Leste deixou de olhar de soslaio para o rico Oeste. O terceiro Mundo quer ser primeiro. A Índia e a China explodem economicamente. Os EUA não param de consumir o ouro negro.
PSL
O petróleo tem os dias contados!
Esta é a verdade nua e crua que todos teimam em esconder.
Não é "estoria" da carochinha nem sequer coisa produzida por cultores da teoria da conspiração. Não é sequer produção de hollywood. O petróleo que abastece de combustível os nosso veículos, os aviões que nos levam a locais paradisíacos, que nos aquece a casa ou nos dá conforto nos dias de canícula, está prestes a terminar.
A doutrina divide-se. Uns proclamam que o pico de produção será alcançado já no próximo ano. Porem, os mais optimistas adiam tal data até meados da década de 30 do século em que vivemos. Mas os dias petróleo estão contados. Hoje ou amanhã, o petróleo vai acabar.
Sempre pensei que tal não seria possível. Sempre pensei que a evolução tecnológica conseguiria achar petróleo onde hoje não se conhece. Mas isso é mentira!
Metade das reservas planetárias estão prestes a ser consumidas e depois…, será o caos.
Os mais jovens apenas conhecem o choque petrolífero da década de 70 do século passado, dos livros da escola ou talvez de algum documentário na TV.
Em traços largos, o que hoje é realidade foi alarme há pouco mais de 30 anos.
De um momento para o outro os especialistas avançaram com números terríveis. O petróleo terminaria em poucos anos. A subida dos preços foi inevitável, a economia ameaçou desabar nos países ocidentais. De lá para cá, economicamente tudo é Ocidente. O muro de Berlim caiu, o Leste deixou de olhar de soslaio para o rico Oeste. O terceiro Mundo quer ser primeiro. A Índia e a China explodem economicamente. Os EUA não param de consumir o ouro negro.
PSL
A Liberdade como ideal
Do arquivo electrónico do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, retiro esta curiosa pagina da extinta revista flama, para ler aqui (link) e aqui (link).
O que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros?
Obviamente nada, porque não é diferente, mas sim igual aos outros..., ou quase. É com certeza uma casa portuguesa, e só prova que os portugueses não sabem lidar com o sucesso.
Deixem lá, que crises de crescimento já aconteceram a muitos bons blogues. Foi, não foi?
PSL
Deixem lá, que crises de crescimento já aconteceram a muitos bons blogues. Foi, não foi?
PSL
Choque tecnológico é...
...às 7 A.M. estar numa sala pequena, com menos de vinte metros quadrados, rodeado por mais de cinquenta computadores que loucamente trocam dados entre si.
Bolas!
Mas nesta estranha “madrugada” nem tudo é vazio.
Foi bom ver um céu carregado por nuvens baixas, que corriam desenfreadas ao toque de uma forte brisa de Norte. E uma luz imensa que vem de Leste, a querer romper o tecto cinza. Lembrei me de Turner e das suas aguarelas, porque estava tudo esbatido, nada definido.
Bom dia...
PSL
Bolas!
Mas nesta estranha “madrugada” nem tudo é vazio.
Foi bom ver um céu carregado por nuvens baixas, que corriam desenfreadas ao toque de uma forte brisa de Norte. E uma luz imensa que vem de Leste, a querer romper o tecto cinza. Lembrei me de Turner e das suas aguarelas, porque estava tudo esbatido, nada definido.
Bom dia...
PSL
Prémio "Melhor Série de TV 2004/2005"
As nomeadas são:
24
THE SOPRANOS
SIX FEET UNDER
E o prémio vai para... hummm.... bom, e o prémio vai para......humm...... Bem, o prémio vai para ......as três, pronto! Ninguém perdeu, todas ficam em 1.º lugar ex aequo!
Sim, é uma decisão à portuguesa! Reconheço, não resisti. Como é difícil escolher uma entre estas três! E agora só sobra uma. Para quando uma nova reprogramação?
NCR
24
THE SOPRANOS
SIX FEET UNDER
E o prémio vai para... hummm.... bom, e o prémio vai para......humm...... Bem, o prémio vai para ......as três, pronto! Ninguém perdeu, todas ficam em 1.º lugar ex aequo!
Sim, é uma decisão à portuguesa! Reconheço, não resisti. Como é difícil escolher uma entre estas três! E agora só sobra uma. Para quando uma nova reprogramação?
NCR
quarta-feira, 29 de junho de 2005
Habemus Campione
…também no futsal.
Já foi sexta feira passada, mas ainda vai bem a tempo de recordar a vitoria no play-off do campeonato nacional frente "à lagartada". Sabe sempre bem vencer. Então quando é ao Sporting, upa, upa!!
Ahh, este campeonato vem juntar-se à Taça de Portugal já há uns meses conquistada.
Havia ai um rapaz, que entretanto foi lá fora fazer pela vida, que sabia que ia ser primeiro ministro, só não sabia era quando. Pois…, eu também sabia que ia ganhar uma dobradinha, só não sabia era em que espécie de futebol.
Alias se a coisa não fosse importante para o ferrenho adepto "lampião", os NN não teriam exibido a mítica faixa que estes olhos humedecidos já tinha visto no bessa…
Habemus Campione
Na foto a imagem do dia: André Lima, capitão da equipa encarnada, com um sorriso de garoto, por carregar no seu braço, o nosso símbolo vivo!
PSL
terça-feira, 28 de junho de 2005
O FIM DO PETRÓLEO: A grande tragédia do século XXI (I)
segunda-feira, 27 de junho de 2005
O Homem do leme no próximo semestre europeu...
Aqui podem ver o discurso de Blair, de dia 23 de Junho, no parlamento europeu e obter o seu excelente e objectivo discurso.
Considero mesmo um discurso imperativo para quem se interessa com a análise e debate do futuro da Europa.
NCR
Museu do Prado com novo horário
A partir de 1 de Julho, um dos maiores museus do mundo, o Museu do Prado, será o maior museu do mundo com o maior horário de visita do mundo: abrirá às 9h00m e encerrará às 20h00m. E sabem qual foi a razão deste prolongamento? Maior acessibilidade para os espanhóis. Ou seja, há duas razões: uma geral, maior acessibilidade, outra específica, para os espanhóis. Não admira que alguns prevejam que a Espanha em 2025 seja mais rica que a Alemanha e o Reino Unido. Não por isto, mas também por isto.
NCR
Em breve neste blogue
O FIM DO PETRÓLEO: A grande tragédia do século XXI
PSL
PSL
domingo, 26 de junho de 2005
Campo Contra Campo (XVII)
Sinais Vermelhos, *
Todos sabemos que a vida não está fácil para quem dela vive escrevendo sobre cinema.
Os tempos que correm trazem-nos pouco mais que BD´S vertidas em película cinematográfica ou "actos preparatórios" daquilo a que em tempos idos se chamava cinema. Os filmes que se vêem nem à "tentativa" chegam. Falta-lhes o elemento subjectivo. Falta-lhe o "dolo". Ficam a léguas do que é cinema!
A teoria da infracção penal não é chamada para a sétima arte. Ou não?
Queria eu com este intróito, tentar encontrar uma resposta para o enorme aplauso com que "Feux rouges" chega até nós.
Os "nossos" críticos chama-lhe "hitchcockiano", "Kubrickiano". Dizem de "Sinais Vermelhos" que tem traços de Fritz Lang e de Jean-Luc Godard.
Sejamos claros, "os nossos" críticos devem ter bebido tanto como Jean-Pierre Darroussin, o protagonista de "Sinais Vermelhos", bebeu durante a rodagem do filme. Só assim se explica o forte aplauso que concedem a tamanho "churrilho" de fotogramas.
"Sinais Vermelhos" não é nada. Não é "thriller", não é "road movie", não é drama conjugal. É um monte de clichés vazios que soam tão oco como as pancadas que a personagem de Darroussin dá no corpo inerte do evadido da prisão com que se cruza numa tasca à beira estrada.
Qeixamo-nos que o cinema que se faz dentro de portas não têm argumento! É porque não damos de caras com lixo deste mais vezes.
O melhor que se pode dizer de "Sinais Vermelhos", é que não tem ponta por onde se lhe pegue.
No olhar de Darroussin só há medo, inveja, incomodo. Sentimentos vazios. Na câmara de Cédric Kahn só há lugares comuns mal "copiados" de grande olhares da sétima arte.
Qual o engodo, qual a magia, qual o feitiço que esta película provocou nos "nossos" críticos? "Ohhh tempo volta para traz!!!", parecem eles cantar, quais primas donas abandonadas pelos seus heróis.
A vida não está fácil para quem a ganha a escrever sobre cinema.
E quanto a "Feux rouges", é melhor ignora-los!
PSL
Todos sabemos que a vida não está fácil para quem dela vive escrevendo sobre cinema.
Os tempos que correm trazem-nos pouco mais que BD´S vertidas em película cinematográfica ou "actos preparatórios" daquilo a que em tempos idos se chamava cinema. Os filmes que se vêem nem à "tentativa" chegam. Falta-lhes o elemento subjectivo. Falta-lhe o "dolo". Ficam a léguas do que é cinema!
A teoria da infracção penal não é chamada para a sétima arte. Ou não?
Queria eu com este intróito, tentar encontrar uma resposta para o enorme aplauso com que "Feux rouges" chega até nós.
Os "nossos" críticos chama-lhe "hitchcockiano", "Kubrickiano". Dizem de "Sinais Vermelhos" que tem traços de Fritz Lang e de Jean-Luc Godard.
Sejamos claros, "os nossos" críticos devem ter bebido tanto como Jean-Pierre Darroussin, o protagonista de "Sinais Vermelhos", bebeu durante a rodagem do filme. Só assim se explica o forte aplauso que concedem a tamanho "churrilho" de fotogramas.
"Sinais Vermelhos" não é nada. Não é "thriller", não é "road movie", não é drama conjugal. É um monte de clichés vazios que soam tão oco como as pancadas que a personagem de Darroussin dá no corpo inerte do evadido da prisão com que se cruza numa tasca à beira estrada.
Qeixamo-nos que o cinema que se faz dentro de portas não têm argumento! É porque não damos de caras com lixo deste mais vezes.
O melhor que se pode dizer de "Sinais Vermelhos", é que não tem ponta por onde se lhe pegue.
No olhar de Darroussin só há medo, inveja, incomodo. Sentimentos vazios. Na câmara de Cédric Kahn só há lugares comuns mal "copiados" de grande olhares da sétima arte.
Qual o engodo, qual a magia, qual o feitiço que esta película provocou nos "nossos" críticos? "Ohhh tempo volta para traz!!!", parecem eles cantar, quais primas donas abandonadas pelos seus heróis.
A vida não está fácil para quem a ganha a escrever sobre cinema.
E quanto a "Feux rouges", é melhor ignora-los!
PSL
ARCADIA LIGHT
Esta coisa das novidades, traz sempre consigo os seus problemas.
Para quem tem ligações à net do tipo "Caracol-line", os últimos post com clip´s tem tornado a visita ao ARCADIA não um "mumento" mas sim um tormento.
Os "habitues", os outros, e todos os demais, podem sempre acompanhar o ARCADIA na sua versão light (aqui).
PSL
Para quem tem ligações à net do tipo "Caracol-line", os últimos post com clip´s tem tornado a visita ao ARCADIA não um "mumento" mas sim um tormento.
Os "habitues", os outros, e todos os demais, podem sempre acompanhar o ARCADIA na sua versão light (aqui).
PSL
quinta-feira, 23 de junho de 2005
MU-MENTO III
«DICE
I was crying over you
I am smiling I think of you
Where your garden have no walls
Breathe in the air if you care, you compare, don't say farewell
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear that your love's for me
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear that your love's for me
I was crying over you
I am smiling I think of you
Misty morning and water falls
Breathe in the air if you care, you compare, don't say farewell
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear your love's for me
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear your love's for me
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear your love's for me
Virtuous sensibility
Escape velocity
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear your love's for me
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear your love's for me
Nothing can compare
To when you roll the dice and swear your love's for me
Breathe in the air if you care, you compare, don't say farewell
Nothing»
Finley Quaye com Beth Orton.
NCR
E o roubo a Portugal continua...
«Dívida pública da Madeira quase duplica em dois anos,
por Tolentino de Nóbrega
A dívida pública da Madeira, directa e indirecta, quase duplicou entre 2001 e 2003, ao passar de cerca de 690 para 1134 milhões de euros.
No final de 2003 a dívida directa (434,2 milhões de euros), a dívida indirecta (341,6 milhões) a fornecedores por encargos assumidos e não pagos (350,1 milhões) pela administração pública regional ascendiam, no conjunto, a 1134,9 milhões de euros, revelando um acréscimo de 35,9 por cento relativamente a 2002, revela o Tribunal de Contas (TC) no parecer à Conta da Madeira relativa àquele ano. Se compararmos com o montante global (138,7 milhões de contos) apurado no final de 2001 - ano em que o governo de António Guterres cobriu o passivo do Serviço Regional de Saúde, no montante de 12 milhões de contos, depois de no ano anterior ter assumido 110 milhões de contos da dívida madeirense, ou seja, 70 por cento do total - verifica-se que a dívida administrativa da região governada por Alberto João Jardim sofreu um significativo aumento, apesar de nesse período ter entrado em vigor a norma do "endividamento zero" imposta às Regiões Autónomas e aos municípios pela ministra Ferreira Leite na Lei do Orçamento do Estado, aprovada pela Assembleia da República.
Face a uma execução de receita que se quedou nos 69,1 por cento, e àquele pressuposto de endividamento nulo, as necessidades de financiamento foram ultrapassadas, como refere o TC, com um crescimento acentuado quer da dívida indirecta, quer da dívida a fornecedores.
Num parecer em que se reedita as recomendações dos anos anteriores, não acatadas por Jardim, nomeadamente a de maior rigor na previsão da receita, limitação dos avales e transparência na atribuição de subsídios (que ascenderam a 98,7 milhões de euros, mais 93,2 por cento que no ano anterior), o TC, entre outras situações graves, regista também que alguns serviços do governo madeirense assumiram encargos sem dotação orçamental, no valor global de 1,2 milhões de euros, "situação que é passível de configurar responsabilidade financeira".
Outro ponto negativo apontado diz respeito aos encargos assumidos e não pagos pela administração regional directa, que atingiram o valor de 350,1 milhões de euros, representando um acréscimo de 80,8 por cento face a 2002 - ou seja, quase um quatro do orçamento de 2004 ficou, logo à partida, comprometido por esta "dívida administrativa", com os consequente agravamento de encargos relativos a juros. Daqueles encargos destacam-se os relativos aos investimentos do Plano que atingiram 275,7 milhões de euros, o que se traduziu no não pagamento de 47,6 por cento da despesa assumida em 2003.
No parecer à Conta da Madeira de 2003, aprovado terça-feira no Funchal em sessão presidida pelo juiz presidente do TC, Alfredo de Sousa - que confirmou a sua saída, no final do mandato e com 64 anos, do tribunal a que preside há um década -, regista-se que as receitas próprias geradas pela região, provenientes dos impostos directos e indirectos, atingiram 784 milhões de euros, valor inferior à própria dívida regional, que, por sua vez, representa 67,2 por cento do orçamento da Madeira (1688 milhões de euros) daquele ano.»
No jornal O Público de hoje
Com uma dívida destas quem é que não governa 'bem', melhorando a vida dos seus eleitores à custa daqueles que não podem votar?! Quem é que não faz da Madeira um jardim à beira-mar plantado com dinheiro injectado à medida das necessidades e suportado por impostos 'alheios'?! Como é possível que ninguém faça nada para parar estas atrocidades e estes ROUBOS?! Como?! E Porquê?! Onde está a autoridade do Estado nacional (leia-se central)?
NCR
por Tolentino de Nóbrega
A dívida pública da Madeira, directa e indirecta, quase duplicou entre 2001 e 2003, ao passar de cerca de 690 para 1134 milhões de euros.
No final de 2003 a dívida directa (434,2 milhões de euros), a dívida indirecta (341,6 milhões) a fornecedores por encargos assumidos e não pagos (350,1 milhões) pela administração pública regional ascendiam, no conjunto, a 1134,9 milhões de euros, revelando um acréscimo de 35,9 por cento relativamente a 2002, revela o Tribunal de Contas (TC) no parecer à Conta da Madeira relativa àquele ano. Se compararmos com o montante global (138,7 milhões de contos) apurado no final de 2001 - ano em que o governo de António Guterres cobriu o passivo do Serviço Regional de Saúde, no montante de 12 milhões de contos, depois de no ano anterior ter assumido 110 milhões de contos da dívida madeirense, ou seja, 70 por cento do total - verifica-se que a dívida administrativa da região governada por Alberto João Jardim sofreu um significativo aumento, apesar de nesse período ter entrado em vigor a norma do "endividamento zero" imposta às Regiões Autónomas e aos municípios pela ministra Ferreira Leite na Lei do Orçamento do Estado, aprovada pela Assembleia da República.
Face a uma execução de receita que se quedou nos 69,1 por cento, e àquele pressuposto de endividamento nulo, as necessidades de financiamento foram ultrapassadas, como refere o TC, com um crescimento acentuado quer da dívida indirecta, quer da dívida a fornecedores.
Num parecer em que se reedita as recomendações dos anos anteriores, não acatadas por Jardim, nomeadamente a de maior rigor na previsão da receita, limitação dos avales e transparência na atribuição de subsídios (que ascenderam a 98,7 milhões de euros, mais 93,2 por cento que no ano anterior), o TC, entre outras situações graves, regista também que alguns serviços do governo madeirense assumiram encargos sem dotação orçamental, no valor global de 1,2 milhões de euros, "situação que é passível de configurar responsabilidade financeira".
Outro ponto negativo apontado diz respeito aos encargos assumidos e não pagos pela administração regional directa, que atingiram o valor de 350,1 milhões de euros, representando um acréscimo de 80,8 por cento face a 2002 - ou seja, quase um quatro do orçamento de 2004 ficou, logo à partida, comprometido por esta "dívida administrativa", com os consequente agravamento de encargos relativos a juros. Daqueles encargos destacam-se os relativos aos investimentos do Plano que atingiram 275,7 milhões de euros, o que se traduziu no não pagamento de 47,6 por cento da despesa assumida em 2003.
No parecer à Conta da Madeira de 2003, aprovado terça-feira no Funchal em sessão presidida pelo juiz presidente do TC, Alfredo de Sousa - que confirmou a sua saída, no final do mandato e com 64 anos, do tribunal a que preside há um década -, regista-se que as receitas próprias geradas pela região, provenientes dos impostos directos e indirectos, atingiram 784 milhões de euros, valor inferior à própria dívida regional, que, por sua vez, representa 67,2 por cento do orçamento da Madeira (1688 milhões de euros) daquele ano.»
No jornal O Público de hoje
Com uma dívida destas quem é que não governa 'bem', melhorando a vida dos seus eleitores à custa daqueles que não podem votar?! Quem é que não faz da Madeira um jardim à beira-mar plantado com dinheiro injectado à medida das necessidades e suportado por impostos 'alheios'?! Como é possível que ninguém faça nada para parar estas atrocidades e estes ROUBOS?! Como?! E Porquê?! Onde está a autoridade do Estado nacional (leia-se central)?
NCR
PALETA DE PALAVRAS XII
«A DITADURA DO ESQUECIMENTO
Bem sabemos que a União Europeia é uma construção inédita, instável, insegura e imperfeita. Temos também consciência de que a história europeia foi sempre feita de conflitos e diferenças. O velho continente tem várias culturas, várias línguas, várias identidades. Se é verdade que há raízes comuns de vária índole - religiosas, culturais, linguísticas, literárias, artísticas (quem é Homero senão um velho pai fundador da nossa civilização?) - não é menos certo que a história tem trazido à tona egoísmos, conflitos e divergências. Os cépticos e os cínicos preferem, por isso, dizer que os europeus estão condenados a não se entender. Daí o culto sacrossanto do Estado-nação para uns e do mercado global para outros. E o mais curioso é que os dois argumentos gémeos encontram-se e completam-se, misteriosa e estranhamente. O Estado-nação não morreu nem morrerá tão cedo, mas os que teimam em julgá-lo um absoluto, arriscam-se (esses sim) por irrealismo a apoucá-lo e a reduzi-lo a uma perigosa insignificância. O Estado de direito é uma base fundamental que não pode nem deve ser esquecida, desde que saibamos enriquecê-lo e completá-lo com instrumentos eficazes, através da abertura de fronteiras.
Como lembrou há dias Felipe Gonzalez, numa magistral intervenção, no cenário inspirador dos Jerónimos, nada compreenderemos da realidade actual se não nos lembrarmos que o muro de Berlim não caiu por acaso, e que o sucesso do projecto europeu teve nisso um papel fundamental. Do mesmo modo, caminharemos para o vazio, disse ainda, se não entendermos que não podemos continuar a olhar para os nossos problemas internos sem nos preocuparmos com o essencial: o que queremos ser como projecto activo e relevante na ordem internacional. Temos de compreender os novos sinais da opinião pública europeia que desperta. Ela deseja, a um tempo, a prosperidade europeia (e uma ideia de justiça distributiva eficaz) e a segurança atlântica. Eis o que temos de ter bem presente, em vez de julgarmos que há uma homogeneidade interpretativa. A Europa precisa de uma síntese actuante – que tenha resposta justa para uma globalização com efeitos contraditórios, desde o agravamento das desigualdades, a exigir maior cooperação política de natureza supranacional (mais Europa política e social), até ao risco de redução de bem-estar e dos privilégios das sociedades ricas (pela emergência do medo do outro, da ameaça da imigração etc., etc.).
O fantasma do Super-Estado europeu é acenado, assim, sistematicamente, para tentar criar condições favoráveis ao reflexo condicionado do proteccionismo. Eis por que um certo soberanismo emerge, às vezes puramente formal, esquecido de que hoje os parlamentos nacionais vão sendo esvaziados de poderes, sem que haja uma reforma séria e corajosa que ponha sobre a mesa o tema dos poderes e das competências da União, dos Estados, dos governos e dos parlamentos. Só uma União de direito poderá contrariar o Super-Estado, através da legitimidade democrática e do equilíbrio. Curiosamente, quase todos omitem o esforço muito sério, antes sem paralelo, no sentido do reforço dos parlamentos nacionais e da concretização política e jurisdicional do princípio da subsidiariedade… Percebe-se, porém, que a confusão seja um método para lançar as maiores suspeitas sobre uma reforma necessária da União Europeia. Quem duvida do facto de ser insustentável continuar a ter instituições criadas para uma Comunidade de 6, a funcionar numa União de 25? Quem duvida de que a União Monetária só poderá tornar-se uma União Económica se houver coordenação de políticas de investimento e de emprego, de desenvolvimento e de coesão económica, social e territorial? Quem duvida de que só uma União Política poderá concretizar uma parceria euro-atlântica entre iguais – que nada tem a ver com a ilusão de criar uma União Europeia como potência concorrente dos Estados Unidos.»
Guilherme D'Oliveira Martns, Casa dos Comuns
Bem sabemos que a União Europeia é uma construção inédita, instável, insegura e imperfeita. Temos também consciência de que a história europeia foi sempre feita de conflitos e diferenças. O velho continente tem várias culturas, várias línguas, várias identidades. Se é verdade que há raízes comuns de vária índole - religiosas, culturais, linguísticas, literárias, artísticas (quem é Homero senão um velho pai fundador da nossa civilização?) - não é menos certo que a história tem trazido à tona egoísmos, conflitos e divergências. Os cépticos e os cínicos preferem, por isso, dizer que os europeus estão condenados a não se entender. Daí o culto sacrossanto do Estado-nação para uns e do mercado global para outros. E o mais curioso é que os dois argumentos gémeos encontram-se e completam-se, misteriosa e estranhamente. O Estado-nação não morreu nem morrerá tão cedo, mas os que teimam em julgá-lo um absoluto, arriscam-se (esses sim) por irrealismo a apoucá-lo e a reduzi-lo a uma perigosa insignificância. O Estado de direito é uma base fundamental que não pode nem deve ser esquecida, desde que saibamos enriquecê-lo e completá-lo com instrumentos eficazes, através da abertura de fronteiras.
Como lembrou há dias Felipe Gonzalez, numa magistral intervenção, no cenário inspirador dos Jerónimos, nada compreenderemos da realidade actual se não nos lembrarmos que o muro de Berlim não caiu por acaso, e que o sucesso do projecto europeu teve nisso um papel fundamental. Do mesmo modo, caminharemos para o vazio, disse ainda, se não entendermos que não podemos continuar a olhar para os nossos problemas internos sem nos preocuparmos com o essencial: o que queremos ser como projecto activo e relevante na ordem internacional. Temos de compreender os novos sinais da opinião pública europeia que desperta. Ela deseja, a um tempo, a prosperidade europeia (e uma ideia de justiça distributiva eficaz) e a segurança atlântica. Eis o que temos de ter bem presente, em vez de julgarmos que há uma homogeneidade interpretativa. A Europa precisa de uma síntese actuante – que tenha resposta justa para uma globalização com efeitos contraditórios, desde o agravamento das desigualdades, a exigir maior cooperação política de natureza supranacional (mais Europa política e social), até ao risco de redução de bem-estar e dos privilégios das sociedades ricas (pela emergência do medo do outro, da ameaça da imigração etc., etc.).
O fantasma do Super-Estado europeu é acenado, assim, sistematicamente, para tentar criar condições favoráveis ao reflexo condicionado do proteccionismo. Eis por que um certo soberanismo emerge, às vezes puramente formal, esquecido de que hoje os parlamentos nacionais vão sendo esvaziados de poderes, sem que haja uma reforma séria e corajosa que ponha sobre a mesa o tema dos poderes e das competências da União, dos Estados, dos governos e dos parlamentos. Só uma União de direito poderá contrariar o Super-Estado, através da legitimidade democrática e do equilíbrio. Curiosamente, quase todos omitem o esforço muito sério, antes sem paralelo, no sentido do reforço dos parlamentos nacionais e da concretização política e jurisdicional do princípio da subsidiariedade… Percebe-se, porém, que a confusão seja um método para lançar as maiores suspeitas sobre uma reforma necessária da União Europeia. Quem duvida do facto de ser insustentável continuar a ter instituições criadas para uma Comunidade de 6, a funcionar numa União de 25? Quem duvida de que a União Monetária só poderá tornar-se uma União Económica se houver coordenação de políticas de investimento e de emprego, de desenvolvimento e de coesão económica, social e territorial? Quem duvida de que só uma União Política poderá concretizar uma parceria euro-atlântica entre iguais – que nada tem a ver com a ilusão de criar uma União Europeia como potência concorrente dos Estados Unidos.»
Guilherme D'Oliveira Martns, Casa dos Comuns
VII Revisão Constitucional, A Revisão Extraordinariamente Excepcional
Foi hoje votada na Assembleia da República a Revisão Constitucional mais rápida da nossa história constitucional. 3 reuniões da Comissão Eventual para a Revisão Constitucional (CERC) bastaram, incluindo a da tomada de posse, para que a mais célere, cirúrgica e circunscrita revisão tenha ocorrido no âmbito do nosso processo legislativo parlamentar. Ainda mais impressionante foi o facto de em 5 minutos os três partidos (PS, PSD e CDS/PP) que aprovaram o texto original do projecto em Comissão e levaram a votação em plenário, saído da CERC, tenham votado contra a sua proposta de projecto e a favor de uma outra, também dos mesmos três grupos parlamentares, que é substancialmente contrária àquela que tinham proposto inicialmente. Confusos?
Simples, símbolo da miopia vigente na classe política em geral, a ex futura VII revisão constitucional ficou desactualizada, ou seja, uma maioria do legislador constituinte elaborou uma lei de revisão constitucional para três meses e, na verdade, redigiu uma lei desta dignidade jurídica para ter aplicação uma só vez e a título excepcional (a saber, suspensão da proibição constitucional de referendar tratados constitucionais e simultaneidade de consulta popular eleitoral autárquica com a consulta referendária este ano sobre o tratado constitucional europeu). Complicado?
Elementar, a actual (em segunda versão) ex futura VII revisão constitucional hoje aprovada substituiu a primeira, 'revogou' a segunda parte do seu conteúdo e reformulou a primeira parte, através da consagração excepcional de uma permissão constitucional de os cidadãos decidirem sobre o sentido da deliberação (da Assembleia da República) sobre a aprovação do tratado constitucional europeu ou outro tratado que diga respeito à «construção» ou «aprofundamento» da União Europeia. Chegaram até aqui?!
E assim foi aprovada por 180 votos a favor (PS, PSD, CDS/PP e BE) e 13 abstenções (PCP e PEV).
Agora transformem isto numa história e contem a uma criança, mas convém que não tenha mais de 6 anos nem QI excepcional. Vá lá, não tem nada de extraordinário, era uma vez…
NCR
quarta-feira, 22 de junho de 2005
PALETA DE PALAVRAS XI
NCR
Damien Rice II
(Superem a fraca qualidade do som com a interpretação vocal, instrumental e musical de Damien Rice e a sua parte final, sobretudo a parte final, acompanhado pela voz nublada de Lisa Hannigan)
«The Professor
Well I don't know if I'm wrong
Cause she's only just gone
Here's to another relationship
Bombed by excellent breed of gamete disease
I'm sure when I'm older I'll know what that means
Cried when she should and she laughed when she could
Here's to the man with his face in the mud
And an overcast play just taken away
From the lover's in love at the centre of stage yeah
Loving is fine if you have plenty of time
For walking on stilts at the edge of your mind
Loving is good if your dick's made of wood
And the dick left inside only half understood her
What makes her come and what makes her stay?
What make the animal run, run away yeah
What makes him stall, what makes him stand
And what shakes the elephant now
And what makes a man?
I don't know, I don't know, I don't know
No I don't know you any more
No, no, no, no...
I don't know if I'm wrong
'Cause shes only just gone
Why the fuck is this day taking so long
I was a lover of time and once she was mine
I was a lover indeed, I was covered in weed
Cried when she should and she laughed when she could
Well closer to god is the one who's in love
And I walk away cause I can
Too many options may kill a man
Loving is fine if it's not in your mind
But I've fucked it up now, too many times
Loving is good if it's not understood
Yeah, but I'm the professor
And feel that I should know
What makes her come and what makes her stay?
What make the animal run, run away and
What makes him tick apart from him prick
And the lonelier side of the jealousy stick
I don't know, I don't know, I don't know
No I don't know, I don't know, I don't know
No I don't know, I don't know, I don't know
Hell I don't know you any more
No, no, no no...
Well I don't know if I'm wrong
'Cause she's only just gone
Here's to another relationship
Bombed by my excellent breed of gamete disease
I finished it off with some French wine and cheese
La fille danse
Quand elle joue avec moi
Et je pense que je l'aime des fois
Le silence, n'ose pas dis-donc
Quand on est ensemble
Mettre les mots
Sur la petite dodo»
NCR
terça-feira, 21 de junho de 2005
Campo Contra Campo (XVI)
Der Untergang, ***
Ainda em exibição.
Quis o destino que precisamente no dia em que se completavam 60 anos, não da capitulação, mas da queda de Berlim, assiste-se ao seu desenrolar em imagens no escuro de uma sala de cinema.
“A Queda” retracta de forma impar os últimos dias do III Reich.
Sobre o filme pouco importa falar. Bruno Ganz, o Adolfo, é monumental, mas para alem disso pouco mais fica. O filme vai muito bem enquanto se passa dentro do bunker, mas perfeitamente banal quando dele sai.
O mais importante de “Untergang” é toda a discussão que envolveu a película. Saber se o monstro deve ser retractado como homem, saber se por de traz daqueles corpos haviam almas..., bom será sempre uma discussão longa.
O filme tem algumas cenas que impressionam. É o caso da sequência em que Magda Goebbels, a mulher do Ministro da Propaganda Nazi, mata os seus filhos, porque não os quer ver viver num mundo onde não haja Nacional-Socialismo.
É aqui, a meu ver, que a discussão em torno do filme se deve situar. O que foi o Nacional-Socialismo?
O Nacional-Socialismo, foi progresso económico, sistema social, as raízes do estado providencia – a tese não é minha mas de autores alemães que têm gerado acesa polémica na Alemanha - Socialismo, nacionalista...?
Ou o Nacional-Socialismo foi morte, terror, racismo, violência...?
Provavelmente o Nacional-Socialismo não foi nem uma, nem outra coisa!
Interessa, muito, conhecer melhor o que foi o Nacional-Socialismo, destinguindo desde logo a doutrina económica e social, das loucuras de um conjunto de Homens assassinos.
Paradoxal?
Apesar de tudo o que foi dito e escrito é um debate que esta por fazer!
PSL
Ainda em exibição.
Quis o destino que precisamente no dia em que se completavam 60 anos, não da capitulação, mas da queda de Berlim, assiste-se ao seu desenrolar em imagens no escuro de uma sala de cinema.
“A Queda” retracta de forma impar os últimos dias do III Reich.
Sobre o filme pouco importa falar. Bruno Ganz, o Adolfo, é monumental, mas para alem disso pouco mais fica. O filme vai muito bem enquanto se passa dentro do bunker, mas perfeitamente banal quando dele sai.
O mais importante de “Untergang” é toda a discussão que envolveu a película. Saber se o monstro deve ser retractado como homem, saber se por de traz daqueles corpos haviam almas..., bom será sempre uma discussão longa.
O filme tem algumas cenas que impressionam. É o caso da sequência em que Magda Goebbels, a mulher do Ministro da Propaganda Nazi, mata os seus filhos, porque não os quer ver viver num mundo onde não haja Nacional-Socialismo.
É aqui, a meu ver, que a discussão em torno do filme se deve situar. O que foi o Nacional-Socialismo?
O Nacional-Socialismo, foi progresso económico, sistema social, as raízes do estado providencia – a tese não é minha mas de autores alemães que têm gerado acesa polémica na Alemanha - Socialismo, nacionalista...?
Ou o Nacional-Socialismo foi morte, terror, racismo, violência...?
Provavelmente o Nacional-Socialismo não foi nem uma, nem outra coisa!
Interessa, muito, conhecer melhor o que foi o Nacional-Socialismo, destinguindo desde logo a doutrina económica e social, das loucuras de um conjunto de Homens assassinos.
Paradoxal?
Apesar de tudo o que foi dito e escrito é um debate que esta por fazer!
PSL
Jornal d’O Incrível
Depois do terceiro lugar de Tiago Monteiro num Grande Premia de F1, o Jornal d’O Incrível continua aqui neste blogue. É a “silly season” a entrar em força...
“Três quadros pintados pelo chimpanzé Congo nos anos cinquenta venderam-se hoje por 14.400 libras (21.600 euros) num leilão da casa Bonhams de Londres, muito acima do preço estimado de 1.200 euros.”
PSL
“Três quadros pintados pelo chimpanzé Congo nos anos cinquenta venderam-se hoje por 14.400 libras (21.600 euros) num leilão da casa Bonhams de Londres, muito acima do preço estimado de 1.200 euros.”
PSL
segunda-feira, 20 de junho de 2005
Estado em que deveria estar este blog
PSL
Tiago Monteiro
O El Pais diz que «El portugués fue ayer el único tipo feliz en Indianápolis.».
Este era o aspecto da grelha de partida no circuito estado-unidense, único na história da F1
NCR
Para quem gosta de Arte, e de Museus
«Every picture tells a story. And so does each and every one of our objects. We are reorganizing the great works in the DIA’s collection so you can understand the power of each object, and see them in new historic and social contexts. Thoughtful gallery presentations and new learning tools will help you trace connections across the art of all eras and cultures.
Your favorite things will be back, to stay. Van Gogh’s Self-Portrait. Bruegel’s The Wedding Dance. Romare Bearden’s mosaic Quilting Time. All of these great masterworks will be presented in new galleries, to ensure that the DIA’s permanent collection provides a touchstone for every visit.
We’re listening to you. More seating in the galleries, more restrooms throughout the building, improved signage and a single corridor that provides a north-south path through the building: all of these things will make for a more comfortable stay in the new DIA. What’s more, we’re building a new education center, where our education team will develop new programs and expand the boundary of museum education to ensure an enriching, interactive experience for all who visit.»
NCR
domingo, 19 de junho de 2005
Alerta vermelho para a Europa
Apesar da minha inclinação para o Não no desiludido referendo português do tratado constitucional europeu, não deixa de ser preocupante a falta de acordo dos estados-membros na fracassada Cimeira 'luxemburguesa', em Bruxelas. Preocupante, mas não necessariamente fatal ou dramática. Aliás, como seria o próprio voto Não no eventual referendo europeu. Entre outros argumentos, na crise tudo fica mais transparente, logo a responsabilidade dos governantes é conhecida e, até, partilhada pelas opiniões públicas respectivas às quais prestam contas.
A Europa perde com este desacordo orçamental para 2007/2013 porque, acima de tudo, paralisa-a, pelo menos temporariamente, a um nivel interno e fragiliza-a na cena internacional ao nível da imagem e da posição negocial. Muitas questões ficaram por resolver nesta Cimeira, como o apoio à proposta de Kofi Annan sobre a reforma da ONU, a operacionalização do serviço diplomático europeu, o embargo de armas à China.
Contudo, foi chocante ver os dez países de leste recém-chegados à UE, liderados pela Hungria, a admitirem o decréscimo das suas ajudas comunitárias na tentativa de salvarem a Cimeira e dela sair um acordo mínimo entre todos os estados-membros. Foi de facto vergonhoso verificar a total desunião desta instituição entre os países ricos e pobres, por interesses e estratégias que desconhecemos, mas que naturalmente suspeitamos. E os culpados têm nome: França, Reino Unido, Holanda e Suécia, apesar de também aproveitar à Espanha.
Estes dez países pobres, todavia mostraram a sua grandeza. E não é por serem dos países mais beneficiados com a distribuição do bolo comunitário, pois são de facto os mais pobres economicamente, é que por esta via podem ter prejudicado as suas posições-base de negociação no futuro, pois os 'mais ricos' já sabem até que ponto eles estão dispostos a 'descer'. Foi a chamada proposta de risco e correram-no. Ao contrário, os outros, mais uma vez demonstraram falta de sentido europeu, reflectiram as grilhetas da popularidade interna e aprisionaram-se à opinião pública nacional, dando mais uma vez mostras de falta de liderança, visão e carisma na política europeia.
Quando um dos maiores receios de Delors sobre o futuro da Europa era o conflito entre os países ricos e pobres dentro da União, está a verificar-se que o maior perigo para o futuro da Europa é surpreendentemente, ou não, o desacordo entre os mais ricos. Uns dirão que a causa desta falta de futuro euopeu está no apressado alargamento, eu digo que a causa está na personalização doméstica da governação.
NCR
A Europa perde com este desacordo orçamental para 2007/2013 porque, acima de tudo, paralisa-a, pelo menos temporariamente, a um nivel interno e fragiliza-a na cena internacional ao nível da imagem e da posição negocial. Muitas questões ficaram por resolver nesta Cimeira, como o apoio à proposta de Kofi Annan sobre a reforma da ONU, a operacionalização do serviço diplomático europeu, o embargo de armas à China.
Contudo, foi chocante ver os dez países de leste recém-chegados à UE, liderados pela Hungria, a admitirem o decréscimo das suas ajudas comunitárias na tentativa de salvarem a Cimeira e dela sair um acordo mínimo entre todos os estados-membros. Foi de facto vergonhoso verificar a total desunião desta instituição entre os países ricos e pobres, por interesses e estratégias que desconhecemos, mas que naturalmente suspeitamos. E os culpados têm nome: França, Reino Unido, Holanda e Suécia, apesar de também aproveitar à Espanha.
Estes dez países pobres, todavia mostraram a sua grandeza. E não é por serem dos países mais beneficiados com a distribuição do bolo comunitário, pois são de facto os mais pobres economicamente, é que por esta via podem ter prejudicado as suas posições-base de negociação no futuro, pois os 'mais ricos' já sabem até que ponto eles estão dispostos a 'descer'. Foi a chamada proposta de risco e correram-no. Ao contrário, os outros, mais uma vez demonstraram falta de sentido europeu, reflectiram as grilhetas da popularidade interna e aprisionaram-se à opinião pública nacional, dando mais uma vez mostras de falta de liderança, visão e carisma na política europeia.
Quando um dos maiores receios de Delors sobre o futuro da Europa era o conflito entre os países ricos e pobres dentro da União, está a verificar-se que o maior perigo para o futuro da Europa é surpreendentemente, ou não, o desacordo entre os mais ricos. Uns dirão que a causa desta falta de futuro euopeu está no apressado alargamento, eu digo que a causa está na personalização doméstica da governação.
NCR
N PUBLICIDADE IV
Mais uma amostra dos melhores anúncios feitos pelo mundo inteiro:
Responsible Young Drivers Association - "Don't Drink and Drive" (Televisão)
TIME - "Pendulum"(Outdoor)
Médicos Sem Fronteiras - "Blanket" (Imprensa)
PAMPERS - "Crying" (Televisão)
PlayStation 2 - "Laughing Mouths" (Televisão)
Toyota - Tacoma Cabine Dupla (Televisão)
Nestlè Tratto - Purina (Televisão)
NCR
P.S. - Para verem todos devem possuir o Windows Media Player e o QuickTime (são gratuitos, caso não tenham).
Responsible Young Drivers Association - "Don't Drink and Drive" (Televisão)
TIME - "Pendulum"(Outdoor)
Médicos Sem Fronteiras - "Blanket" (Imprensa)
PAMPERS - "Crying" (Televisão)
PlayStation 2 - "Laughing Mouths" (Televisão)
Toyota - Tacoma Cabine Dupla (Televisão)
Nestlè Tratto - Purina (Televisão)
NCR
P.S. - Para verem todos devem possuir o Windows Media Player e o QuickTime (são gratuitos, caso não tenham).
«PASSARAM AINDA ALÉM DA TAPROBANA» I
Esta rubrica que já vem do Ad Libitum é aqui e agora inaugurada, facto que só me apercebi quando vi o histórico do Arcádia. Quase que corei. Todavia, dado que tem sido por mim abandonada no seu fazer, mas não no seu pensar, e como sabemos que o pensar não ocupa lugar, apenas tempo, aqui está ela a ocupar o seu, devidamente:
- O Partido Socialista, com o seu resultado nas últimas eleições legislativas
- A ratificação da Rússia do Protocolo de Quioto
- "Fish", o anúncio da Johnnie Walker (pode vê-lo aqui)
- O programa "60 Minutos", da CBS norte-americana, na excelência de conteúdos que é a SIC Notícias
- Damien Rice, com o seu álbum "O"
- José Gil, com o seu livro "Portugal Hoje - O Medo de Existir"
- O Benfica, com a sua vitória no Campeonato de Futebol da 1.ª Divisão (eu sei...prefiro assim!)
- Mais uma vez, aqui no Taprobana, os Bliss, com o seu recente álbum "After Life"
ADENDA (Última Hora):
- Tiago Monteiro, 1.º português a atingir o 3.º lugar num pódio de Fórmula Um, ainda que tenha sido uma corrida 'apenas' contra 5. É um feito histórico sem dúvida.
NCR
- O Partido Socialista, com o seu resultado nas últimas eleições legislativas
- A ratificação da Rússia do Protocolo de Quioto
- "Fish", o anúncio da Johnnie Walker (pode vê-lo aqui)
- O programa "60 Minutos", da CBS norte-americana, na excelência de conteúdos que é a SIC Notícias
- Damien Rice, com o seu álbum "O"
- José Gil, com o seu livro "Portugal Hoje - O Medo de Existir"
- O Benfica, com a sua vitória no Campeonato de Futebol da 1.ª Divisão (eu sei...prefiro assim!)
- Mais uma vez, aqui no Taprobana, os Bliss, com o seu recente álbum "After Life"
ADENDA (Última Hora):
- Tiago Monteiro, 1.º português a atingir o 3.º lugar num pódio de Fórmula Um, ainda que tenha sido uma corrida 'apenas' contra 5. É um feito histórico sem dúvida.
NCR
sexta-feira, 17 de junho de 2005
Estado em que se encontra este blog
PSL
A História repete-se...
...e regressa ciclicamente em períodos de tempo diferenciados por gerações diferentes e sem ligação sucessiva. Por isso a memória dos povos é curta, soçobrando para os costumes e as tradições os restos das lembranças dos antepassados que, como todos os ascendentes, esforçam-se por transmitir ‘conselhos’, ‘valores’ e ‘princípios’.
A História repete-se quando o antigo prevalece sobre o moderno, quando o passado era melhor do que o futuro, quando os homens de ontem é que são sérios e honestos, quando o tempo ido lá longe deixa saudade na vivência presente, quando, enfim, a nostalgia do passado é um paraíso comparada com a desesperança do futuro.
A humanidade já passou por várias histórias, desde a Antiga Grécia, para não ir mais longe, até ao século XXI, formas de organização política outrora condenadas, singraram (como a democracia), concepções filosóficas sobre o Homem e o mundo centraram-se já desde o cosmos, passando por Deus e “terminando” no homem, o centro da política já foi Deus, o Rei, as elites classistas, o povo.
Já foram muitas as ideias que a humanidade regressou e que os tempos fazem com que se repita. Podemos ver isso na Arte, na Cultura, na Política, no Direito (sobretudo criminal), na Filosofia, na importância das ideias, do dinheiro, dos pobres, dos nacionalismos, dos estados, da Europa, da família, do trabalho, etc.
O que eu receio neste Portugal, em arrastão com o mundo, é um dia confrontar-me com a vontade do povo português (e europeu e mundial) em viver neste quarto ibérico em permanente conflito contra os imigrantes, contra os socialmente marginalizados, contra os políticos, numa palavra contra o humanismo. Quando isto acontecer, não duvido que estamos a regressar a tempos obscuros, a raciocínios primários, a linguagens opressivas, a processos acríticos de argumentação, a uma espécie de cultura espúria dos hábitos humanos.
A maioria pressente ou preconiza tal cenário como possível, mas ninguém sabe como evitá-los. Eu não sei como parar este processo que em várias notícias, posições e medidas quase todos os dias verifico nos diversos “órgãos sociais” ser quase um processo imparável. E não é dizer, pois tal é pura hipocrisia – mesmo para os mais pobres - que vivemos uma vida muito má ou que os tempos actuais, a um nível geral, são dos piores por que já passámos. Afinal de contas, Portugal está no top 30 dos países mais ricos do mundo.
Ainda que não sirva de justificação para qualquer exultação, e muito menos para a inacção - bem pelo contrário -, podemos procurar ser todos bem melhores, por dentro e por fora, para nós e para os outros, honrando a ideia aristotélica que o sentido da vida repercute-se desde os antepassados aos respectivos descendentes, ainda que não vivos. O melhor, aqui, tem o sentido de progredir em frente, para o futuro, munidos com a melhor e garantística sabedoria e experiência dos antigos, só e apenas. E que nada mais, no que respeita à concepção do homem na sociedade, venha do passado.
NCR
A História repete-se quando o antigo prevalece sobre o moderno, quando o passado era melhor do que o futuro, quando os homens de ontem é que são sérios e honestos, quando o tempo ido lá longe deixa saudade na vivência presente, quando, enfim, a nostalgia do passado é um paraíso comparada com a desesperança do futuro.
A humanidade já passou por várias histórias, desde a Antiga Grécia, para não ir mais longe, até ao século XXI, formas de organização política outrora condenadas, singraram (como a democracia), concepções filosóficas sobre o Homem e o mundo centraram-se já desde o cosmos, passando por Deus e “terminando” no homem, o centro da política já foi Deus, o Rei, as elites classistas, o povo.
Já foram muitas as ideias que a humanidade regressou e que os tempos fazem com que se repita. Podemos ver isso na Arte, na Cultura, na Política, no Direito (sobretudo criminal), na Filosofia, na importância das ideias, do dinheiro, dos pobres, dos nacionalismos, dos estados, da Europa, da família, do trabalho, etc.
O que eu receio neste Portugal, em arrastão com o mundo, é um dia confrontar-me com a vontade do povo português (e europeu e mundial) em viver neste quarto ibérico em permanente conflito contra os imigrantes, contra os socialmente marginalizados, contra os políticos, numa palavra contra o humanismo. Quando isto acontecer, não duvido que estamos a regressar a tempos obscuros, a raciocínios primários, a linguagens opressivas, a processos acríticos de argumentação, a uma espécie de cultura espúria dos hábitos humanos.
A maioria pressente ou preconiza tal cenário como possível, mas ninguém sabe como evitá-los. Eu não sei como parar este processo que em várias notícias, posições e medidas quase todos os dias verifico nos diversos “órgãos sociais” ser quase um processo imparável. E não é dizer, pois tal é pura hipocrisia – mesmo para os mais pobres - que vivemos uma vida muito má ou que os tempos actuais, a um nível geral, são dos piores por que já passámos. Afinal de contas, Portugal está no top 30 dos países mais ricos do mundo.
Ainda que não sirva de justificação para qualquer exultação, e muito menos para a inacção - bem pelo contrário -, podemos procurar ser todos bem melhores, por dentro e por fora, para nós e para os outros, honrando a ideia aristotélica que o sentido da vida repercute-se desde os antepassados aos respectivos descendentes, ainda que não vivos. O melhor, aqui, tem o sentido de progredir em frente, para o futuro, munidos com a melhor e garantística sabedoria e experiência dos antigos, só e apenas. E que nada mais, no que respeita à concepção do homem na sociedade, venha do passado.
NCR
.d...e.:.v:..a..n:.e..i.:.o..s.:.d..o..s..:t:.r..i..n:t..a..:s...
"Get to work!"
"What are you thinking about?"
What?!
NCR
"What are you thinking about?"
What?!
NCR
quinta-feira, 16 de junho de 2005
Question time
Quem não gosta de um controlo parlamentar como este*?
NCR
* - Sobretudo sobre o estado de arte da 'Constituição' Europeia. Aconselho a ver até ao fim.
NCR
* - Sobretudo sobre o estado de arte da 'Constituição' Europeia. Aconselho a ver até ao fim.
quarta-feira, 15 de junho de 2005
Damien Rice
Mágico, magistral, talentoso, são adjectivos apropriados ao irlandês Damien Rice e seu álbum de estreia intitulado (na senda da escola islandesa?) simplesmente "O" (2003). Rice faz parte do clube restrito dosO singer/songwriter e é, ainda, um formidável 'artworker', como se pode verificar no álbum e no seu site.
A sua música é magistralmente composta, a notarem-se as influências e as respectivas desinfluências num toque musicalmente pessoal, sábio e de excelência interpretativa. Viajando pelos céus do folk rock, a palavra e a interpretação vocal e dedal fazem de Damien Rice uma das maiores promessas (certas) da música alternativa mundial.
Música poética, operática, sinfonicamente orquestrada, ela prospecta , acima de tudo, a qualidade das obras-primas musicais: a harmonia perfeita de momentos singularizados da voz, técnica, palavra e interpretação.
Cliquem nos seguintes títulos para poderem ver e ouvir excertos dos seus concertos 'acústicos'. Apesar de não serem as minhas preferidas, com excepção para a última, são algumas das disponíveis no seu site.
Blower's Daughter
Cannonball
Woman like a man (genial)
NCR
A lição de Cunhal
Tal como a primeira letra do seu nome mais famoso, Cunhal era sobretudo um homem de combate, ou melhor, um homem do contra: na sua essência e na sua acção. Contra a liberdade, contra a democracia parlamentar, contra o mercado, contra os ricos, contra a propriedade, contra o sector privado, contra a despersonalização do regime político, contra a tolerância política, contra a predomínio dos direitos individuais e cívicos sobre os direitos sociais e económicos, contra os meios.
Coerente? Corajoso? Comunista convicto? Sem dúvida, mas a bem de que valores e princípios e de que direitos e liberdades? As pessoas que são um todo não gostam de partes, não se preocupam com os tijolos de uma casa, com as mãos que as fazem no grupo de trabalhadores, com as vidas que as vão habitar no conjunto da localidade. O importante é o todo, o fim, a utopia. O tu só vale enquanto pertenceres ao nós. O diferente, o indisciplinado, o desobediente, o criativo não tem lugar no todo, porque está contra ele. O eu nada vale, somente o conjunto de eus importa, mas no sentido abstracto, para cumprir com os desígnios do escol dirigente, da superestrutura, da democracia do proletariado.
Para além de ser do contra, lembro Cunhal como um homem totalitário numa dupla dimensão: no seu saber e no seu sonho. No seu saber, porque era em si mesmo um centro de inteligência e de habilitações, dizem, que abarcava e apreendia, com instinto genial, matérias diversas de qualquer disciplina, de todas as áreas, das humanidades às ciências, das artes às letras, da cultura física às ciências da natureza. Era assim um homem renscentista, dos sete ofícios e qualidadedes. Por outro lado, sabia bem demonstrar esse todo, cultivava-o e a sua arte e saber configura-lhe o sonho, o sonho de uma sociedade igualitária, unificada, organizada, funcionalizada e planificada, nas políticas, na administração e na distribuição dos bens e serviços produzidos e alocados. Tudo em nome do Estado, o pai, o patrão e o patrono da vida do ser humano, da vida pessoal, profissional e familiar do indivíduo, cujo valor seria medido pela sua mão-de-obra, número colectivo, colaboração ou alinhamento.
Cunhal tinha assim o sonho de uma sociedade totalitária, e toda uma vontade de transformar Portugal num regime cunhalista, ou seja, popular, controlador, ablativo, em nome da ideologia, do proletariado, do povo. Não o povo como centro de poderes e deveres, mas o povo como instrumento de consagração de uma sociedade feita de 'nós', sem lugar para os 'eus', sejam alinhados ou dissidentes.
A diferença entre o salazarismo e o cunhalismo seria essencialmente de nomenclatura dos predicados: Deus, Pátria e Família, para um, Marx, Povo e Partido, para outro. Nenhum sobreviveu. E ainda bem. Portugal está mal, mas não está pior!
Uma das lições de Cunhal, para mim, resta no campo da demagogia e da perigosidade dos sonhos totalitários para a sociedade. Cunhal não sonhava para ele ou para Portugal, sonhava para que ele e Portugal fossem o mesmo, agissem da mesma forma, tivessem os mesmos valores, os mesmos princípios, os mesmos desígnios. A lição que fica, portanto, é conselho bem actual na contemporaneidade que vivemos, nacional e internacionalmente, pois ela ensina que, nas ideias e medidas políticas, não devemos confundir o todo com as partes.
NCR
Coerente? Corajoso? Comunista convicto? Sem dúvida, mas a bem de que valores e princípios e de que direitos e liberdades? As pessoas que são um todo não gostam de partes, não se preocupam com os tijolos de uma casa, com as mãos que as fazem no grupo de trabalhadores, com as vidas que as vão habitar no conjunto da localidade. O importante é o todo, o fim, a utopia. O tu só vale enquanto pertenceres ao nós. O diferente, o indisciplinado, o desobediente, o criativo não tem lugar no todo, porque está contra ele. O eu nada vale, somente o conjunto de eus importa, mas no sentido abstracto, para cumprir com os desígnios do escol dirigente, da superestrutura, da democracia do proletariado.
Para além de ser do contra, lembro Cunhal como um homem totalitário numa dupla dimensão: no seu saber e no seu sonho. No seu saber, porque era em si mesmo um centro de inteligência e de habilitações, dizem, que abarcava e apreendia, com instinto genial, matérias diversas de qualquer disciplina, de todas as áreas, das humanidades às ciências, das artes às letras, da cultura física às ciências da natureza. Era assim um homem renscentista, dos sete ofícios e qualidadedes. Por outro lado, sabia bem demonstrar esse todo, cultivava-o e a sua arte e saber configura-lhe o sonho, o sonho de uma sociedade igualitária, unificada, organizada, funcionalizada e planificada, nas políticas, na administração e na distribuição dos bens e serviços produzidos e alocados. Tudo em nome do Estado, o pai, o patrão e o patrono da vida do ser humano, da vida pessoal, profissional e familiar do indivíduo, cujo valor seria medido pela sua mão-de-obra, número colectivo, colaboração ou alinhamento.
Cunhal tinha assim o sonho de uma sociedade totalitária, e toda uma vontade de transformar Portugal num regime cunhalista, ou seja, popular, controlador, ablativo, em nome da ideologia, do proletariado, do povo. Não o povo como centro de poderes e deveres, mas o povo como instrumento de consagração de uma sociedade feita de 'nós', sem lugar para os 'eus', sejam alinhados ou dissidentes.
A diferença entre o salazarismo e o cunhalismo seria essencialmente de nomenclatura dos predicados: Deus, Pátria e Família, para um, Marx, Povo e Partido, para outro. Nenhum sobreviveu. E ainda bem. Portugal está mal, mas não está pior!
Uma das lições de Cunhal, para mim, resta no campo da demagogia e da perigosidade dos sonhos totalitários para a sociedade. Cunhal não sonhava para ele ou para Portugal, sonhava para que ele e Portugal fossem o mesmo, agissem da mesma forma, tivessem os mesmos valores, os mesmos princípios, os mesmos desígnios. A lição que fica, portanto, é conselho bem actual na contemporaneidade que vivemos, nacional e internacionalmente, pois ela ensina que, nas ideias e medidas políticas, não devemos confundir o todo com as partes.
NCR
VPV
Será que o artigo «Crescer com "o Álvaro"», publicado ontem no Público era mesmo do Vasco Pulido Valente?!
Um artigo com mais de 9 500 caracteres e com quase 2 000 palavras?!
Provavelmente, o artigo mais longo da carreira de articulista de Vasco Pulido Valente nas últimas décadas!
NCR
Um artigo com mais de 9 500 caracteres e com quase 2 000 palavras?!
Provavelmente, o artigo mais longo da carreira de articulista de Vasco Pulido Valente nas últimas décadas!
NCR
terça-feira, 14 de junho de 2005
Truth and falsity in The Da Vinci Code
Para os amantes do Da Vinci Code, entre os quais não me encontram, informo que foi publicado um artigo sobre a veracidade e a falsidade do mesmo no "The Times Literary Supplement". Podem consultar aqui. Para o Bem e para o Mal...
NCR
NCR
PALETA DE PALAVRAS X
Fado vivo!
«A vida está para quem pára,
Não para quem a separa.
Dantes era soneto «parar é morrer»,
Hoje é conferência «parar é viver».
Talvez seja estádio superior
Ou estado de alma interior,
Sei que ainda não alcancei
O triste dia das promessas que farei,
Sozinho ou solitário
Jamais, espero, em calada de falsário.
A morte há-de esperar pela vida,
Como as palavras esperam pela escrita.
E se nesta bandeja humana limpa e lisa
Plano dos restos da minha vivida rixa,
Creiam que regurgitarei infame
E nunca esquecido será o meu nome.
Aproveitemos a terra que nos firma acossados,
Revisitemos os oráculos trespassados à modernidade
A final, todos morremos parados
E nenhum fado nos pesará por solidariedade.
Cantemo-lo pois, dificilmente, à voz possível,
qualquer fado célere é fado inverosímil.»
Miguel Pessoa Campomaior, in "Poesias Urbanas"
«A vida está para quem pára,
Não para quem a separa.
Dantes era soneto «parar é morrer»,
Hoje é conferência «parar é viver».
Talvez seja estádio superior
Ou estado de alma interior,
Sei que ainda não alcancei
O triste dia das promessas que farei,
Sozinho ou solitário
Jamais, espero, em calada de falsário.
A morte há-de esperar pela vida,
Como as palavras esperam pela escrita.
E se nesta bandeja humana limpa e lisa
Plano dos restos da minha vivida rixa,
Creiam que regurgitarei infame
E nunca esquecido será o meu nome.
Aproveitemos a terra que nos firma acossados,
Revisitemos os oráculos trespassados à modernidade
A final, todos morremos parados
E nenhum fado nos pesará por solidariedade.
Cantemo-lo pois, dificilmente, à voz possível,
qualquer fado célere é fado inverosímil.»
Miguel Pessoa Campomaior, in "Poesias Urbanas"
segunda-feira, 13 de junho de 2005
Tenha cuidado com o seu coração!!!
"Freitas do Amaral fala em aumento do peso político de Portugal no Mundo"
Aumento do peso???
Olhe o seu colesterol.
É melhor começar a fazer dieta e exercício físico!!
PSL
Aumento do peso???
Olhe o seu colesterol.
É melhor começar a fazer dieta e exercício físico!!
PSL
Campo Contra Campo (XV)
Sin City, *
Não há muito a dizer sobre este filme.
Poucas foram as vezes que tive o desprazer de ver um filme tão demente.
Sin City é uma orgia de caos e violência gratuita, sem qualquer mais valia cinematográfica. Há mesmo quem se questione se a coisa é um filme.
Quando é para ter graça não tem piada nenhuma, quando é para ser eloquente não tem densidade nenhuma. Pura perca de tempo. Um "pecado" ter de assistir a mais de duas horas de tanto sangue espalhado.
Quem o apelidou de "pulp fiction" do novo milénio estaria por certo alcoolizado. E porque é que Tarantino assina uma sequência? Estranho!
Nem a narrativa em "flashback" o salva, nem alguns planos arrojados, nem a originalidade plástica.
E será tudo assim tão mau? Não! Sobram as mulheres…, lindas! Girls, girls, girls, girls, lindas de morrer a começar na "starlet" Jessica Alba e a continuar por todo um rol de "farrapos de luxo" que habitam e dominam a "cidade velha". Mesmo assim é de deixar para o DVD. Num dia em que não houver rigorosamente nada mais para fazer.
PSL
Não há muito a dizer sobre este filme.
Poucas foram as vezes que tive o desprazer de ver um filme tão demente.
Sin City é uma orgia de caos e violência gratuita, sem qualquer mais valia cinematográfica. Há mesmo quem se questione se a coisa é um filme.
Quando é para ter graça não tem piada nenhuma, quando é para ser eloquente não tem densidade nenhuma. Pura perca de tempo. Um "pecado" ter de assistir a mais de duas horas de tanto sangue espalhado.
Quem o apelidou de "pulp fiction" do novo milénio estaria por certo alcoolizado. E porque é que Tarantino assina uma sequência? Estranho!
Nem a narrativa em "flashback" o salva, nem alguns planos arrojados, nem a originalidade plástica.
E será tudo assim tão mau? Não! Sobram as mulheres…, lindas! Girls, girls, girls, girls, lindas de morrer a começar na "starlet" Jessica Alba e a continuar por todo um rol de "farrapos de luxo" que habitam e dominam a "cidade velha". Mesmo assim é de deixar para o DVD. Num dia em que não houver rigorosamente nada mais para fazer.
PSL
sexta-feira, 10 de junho de 2005
Aequo animo (I)
Hoje é dia de Portugal!
É um bom dia para nascer "Aequo animo". E é com Aequo animo que edito este post.
Este vosso ARCADIA, poderia ser muito mais um blawg. Mas não é, e é pena que não seja.
Como sabemos o tempo não estica, mas por vezes alguns "cantos" da lei, ou alguns casos da vida, merecem a sua atenção.
Aequo animo não será mais do que a exteriorização de alguns tormentos por que passarei. Mas também pode vir a ser muita coisa mais…
Aequo animo, serenamente ou com igual ânimo, mas sempre sem qualquer pretensão para alem de um pensamento em "letra alta".
Ah! E façam o favor de dizer quando estiver enganado. Obrigado.
A venda de Bens alheios
Tudo o que sempre quis saber sobre a articulação dos artigos 892 e ss do Código Civil, mas nunca teve coragem de perguntar!
Alertamos, contudo, que com este escrito não se pretende um estudo exaustivo de tal regime (para tal vide, entre outros, Menezes Leitão, III Vol., Direito das Obrigações, Almedina e Código Civil Anotado, Vol II, Coimbra Editora, de Pires de Lima e Antunes Varela), mas apenas a articulação dos referidos preceitos que nem sempre é clara e gera algumas duvidas pertinentes.
Para que a venda de bens alheios seja nula conforme a estatuição do art. 892:
a) O bem terá de ser alheio
b) O vendedor o venda como próprio
c) O vendedor careça de legitimidade para a venda
Tal nulidade é, contudo, atípica, desviando-se do regime geral dos artigos 285 e ss.
Sendo nula a venda de bens alheios:
a) O comprador de boa fé tem o direito de exigir a restituição integral do preço à luz do art. 894, ou
b) O contrato poderá convalidar-se automaticamente à luz do art. 895, com observância do art. 896.
Não operando qualquer destes mecanismos, o vendedor fica obrigado a sanar a nulidade da venda á luz do art. 897. Assim sendo poderemos dizer com segurança que neste sentido a venda de bens alheios pode consubstanciar uma fonte de obrigações, pois tal obrigação será em tudo idêntica a qualquer outra à luz do preceituado no art. 397.
Perante tal obrigação o vendedor:
a) Sana a nulidade, ficando, ainda assim, vinculado a indemnizar o comprador nos termos do art. 898 e 900, caso o vendedor tenha procedido com dolo, por todos os prejuízos que este não teria sofrido se o contrato fosse valido desde o inicio
b) Ou não sana a nulidade, sendo neste caso de aplicar:
i) O art. 898 e 900, caso o vendedor tenha procedido com dolo; ficando o vendedor obrigado a indemnizar o comprador de todos os prejuízos que não teria sofrido se o contrato não fosse celebrado, incluindo o interesse contratual negativo nos termos do art. 227.
ii) O art. 899 e 900/1, caso não haja dolo ou culpa, mas simples erro; compreendendo aqui a indemnização, apenas os danos emergentes que não resultem de despesas voluptuárias.
Parecendo difícil, não é nada fácil, como tal, não se fiem nesta "virgem" e em caso de necessidade consultem, pelo menos, os elementos de estudo supra indicados.
PS: A melhor forma de dar continuação a esta rubrica é "repostar" algumas notas sobre direito do trabalho e direito da família que "sucumbiram" no ad libitum. A seguir…
PSL
É um bom dia para nascer "Aequo animo". E é com Aequo animo que edito este post.
Este vosso ARCADIA, poderia ser muito mais um blawg. Mas não é, e é pena que não seja.
Como sabemos o tempo não estica, mas por vezes alguns "cantos" da lei, ou alguns casos da vida, merecem a sua atenção.
Aequo animo não será mais do que a exteriorização de alguns tormentos por que passarei. Mas também pode vir a ser muita coisa mais…
Aequo animo, serenamente ou com igual ânimo, mas sempre sem qualquer pretensão para alem de um pensamento em "letra alta".
Ah! E façam o favor de dizer quando estiver enganado. Obrigado.
A venda de Bens alheios
Tudo o que sempre quis saber sobre a articulação dos artigos 892 e ss do Código Civil, mas nunca teve coragem de perguntar!
Alertamos, contudo, que com este escrito não se pretende um estudo exaustivo de tal regime (para tal vide, entre outros, Menezes Leitão, III Vol., Direito das Obrigações, Almedina e Código Civil Anotado, Vol II, Coimbra Editora, de Pires de Lima e Antunes Varela), mas apenas a articulação dos referidos preceitos que nem sempre é clara e gera algumas duvidas pertinentes.
Para que a venda de bens alheios seja nula conforme a estatuição do art. 892:
a) O bem terá de ser alheio
b) O vendedor o venda como próprio
c) O vendedor careça de legitimidade para a venda
Tal nulidade é, contudo, atípica, desviando-se do regime geral dos artigos 285 e ss.
Sendo nula a venda de bens alheios:
a) O comprador de boa fé tem o direito de exigir a restituição integral do preço à luz do art. 894, ou
b) O contrato poderá convalidar-se automaticamente à luz do art. 895, com observância do art. 896.
Não operando qualquer destes mecanismos, o vendedor fica obrigado a sanar a nulidade da venda á luz do art. 897. Assim sendo poderemos dizer com segurança que neste sentido a venda de bens alheios pode consubstanciar uma fonte de obrigações, pois tal obrigação será em tudo idêntica a qualquer outra à luz do preceituado no art. 397.
Perante tal obrigação o vendedor:
a) Sana a nulidade, ficando, ainda assim, vinculado a indemnizar o comprador nos termos do art. 898 e 900, caso o vendedor tenha procedido com dolo, por todos os prejuízos que este não teria sofrido se o contrato fosse valido desde o inicio
b) Ou não sana a nulidade, sendo neste caso de aplicar:
i) O art. 898 e 900, caso o vendedor tenha procedido com dolo; ficando o vendedor obrigado a indemnizar o comprador de todos os prejuízos que não teria sofrido se o contrato não fosse celebrado, incluindo o interesse contratual negativo nos termos do art. 227.
ii) O art. 899 e 900/1, caso não haja dolo ou culpa, mas simples erro; compreendendo aqui a indemnização, apenas os danos emergentes que não resultem de despesas voluptuárias.
Parecendo difícil, não é nada fácil, como tal, não se fiem nesta "virgem" e em caso de necessidade consultem, pelo menos, os elementos de estudo supra indicados.
PS: A melhor forma de dar continuação a esta rubrica é "repostar" algumas notas sobre direito do trabalho e direito da família que "sucumbiram" no ad libitum. A seguir…
PSL
quinta-feira, 9 de junho de 2005
Muito mais que uma prenda…, uma surpresa!
Primeiro acto: AM/FM Tour em Lx, aula magana, dia 9, hoje. Há seis anos a falta do dom da ubiquidade não me deixou estar presente na apresentação do Vinil naquele local. Em 2005 a historia, ainda que com contornos diferentes (drama!) não me permitiria estar presente no regresso dos "cinco de Alcobaça" à capital.
Segundo acto: Concerto extra, ontem, dia 8. Nuno Gonçalves, promete no Público do dia, tocar como se esta fosse a ultima vez. Que se lixe a empreitada, o mutuo, o comodato a compra e venda seja ela de bens alheios ou de coisas defeituosas. Que se lixe o mandato…
Terceiro acto: Diz o adagio, a casamentos e baptizados não vás sem ser convidado. Mas o "debito conjugal" que tenho para com os The Gift fez me impingir de convidado…, à ultima hora. Afinal era um concerto extra "de passatempos e convites". E a sala nem cheia estava.
Quarto acto: Aqueles não eram os fans dos The Gift. O calor era real, mas não humano. Como no inicio foi necessário conquistar a audiência. O que só faz bem, mesmo que dos The Gift se trate.
Quinto acto: A evolução em palco não acompanhou a temperatura da sala. De inicio faltaram as cordas e os metais. Sobra tecnologia e aquela voz imensa. Na parte final sobram guitarras. "Pop is simple" dizem eles nos led´s do fundo do palco. "We will rock you" ameaçam. E cumprem. Porquê? Para quê?
Sexto acto: Eles tentam o impossível e quase o conseguem. Quase. Mas a quem tenta o impossível a mais não está obrigado. O problema é que o ser humano é insaciável pela sua natureza. Queremos sempre mais. Mesmo que já tenhamos tanto.
Sétimo acto: Agridoce o sabor é! Quo vadis The Gift?
Oitavo acto: O amor não acaba, a paciência é que pode acabar. Lá estrei, de novo. Se não for no Hipe Optimus, será a 25 de Agosto no Casino do Estoril.
PSL
Segundo acto: Concerto extra, ontem, dia 8. Nuno Gonçalves, promete no Público do dia, tocar como se esta fosse a ultima vez. Que se lixe a empreitada, o mutuo, o comodato a compra e venda seja ela de bens alheios ou de coisas defeituosas. Que se lixe o mandato…
Terceiro acto: Diz o adagio, a casamentos e baptizados não vás sem ser convidado. Mas o "debito conjugal" que tenho para com os The Gift fez me impingir de convidado…, à ultima hora. Afinal era um concerto extra "de passatempos e convites". E a sala nem cheia estava.
Quarto acto: Aqueles não eram os fans dos The Gift. O calor era real, mas não humano. Como no inicio foi necessário conquistar a audiência. O que só faz bem, mesmo que dos The Gift se trate.
Quinto acto: A evolução em palco não acompanhou a temperatura da sala. De inicio faltaram as cordas e os metais. Sobra tecnologia e aquela voz imensa. Na parte final sobram guitarras. "Pop is simple" dizem eles nos led´s do fundo do palco. "We will rock you" ameaçam. E cumprem. Porquê? Para quê?
Sexto acto: Eles tentam o impossível e quase o conseguem. Quase. Mas a quem tenta o impossível a mais não está obrigado. O problema é que o ser humano é insaciável pela sua natureza. Queremos sempre mais. Mesmo que já tenhamos tanto.
Sétimo acto: Agridoce o sabor é! Quo vadis The Gift?
Oitavo acto: O amor não acaba, a paciência é que pode acabar. Lá estrei, de novo. Se não for no Hipe Optimus, será a 25 de Agosto no Casino do Estoril.
PSL
"Virtualmente morto"
Ainda sobre o Tratado Constitucional Europeu, ontem tinha escrito aqui um post intitulado: "Em coma e ligada às maquinas"
No entanto, Paulo de Pitta e Cunha, provavelmente uma das mais autorizadas vozes sobre a matéria, em carta publicada no Publico de ontem, vem dizer do Tratado se encontrar o mesmo "mais que moribundo, virtualmente morto".
Assim sendo, descanse em paz! O tratado, claro!
PSL
No entanto, Paulo de Pitta e Cunha, provavelmente uma das mais autorizadas vozes sobre a matéria, em carta publicada no Publico de ontem, vem dizer do Tratado se encontrar o mesmo "mais que moribundo, virtualmente morto".
Assim sendo, descanse em paz! O tratado, claro!
PSL
quarta-feira, 8 de junho de 2005
Obra de Bach descoberta numa caixa de sapatos
A obra é uma ária e foi escrita em Outubro de 1713 como prenda do 52.º aniversário do Duque Wilhelm Ernst da Saxónia-Weimar, patrono de Bach e em cuja corte trabalhou 9 anos. A obra foi encontrada numa caixa de sapatos que, para além de ter mais de 300 anos, conseguiu sobreviver a um incêndio recente na Biblioteca de Weimar onde se encontrava.
Não é a primeira vez que algo deste género acontece com obras de Bach, isto porque Bach teve um filho - chamado Wilhelm Friedemann Bach - que vendeu, perdeu e destruiu irresponsavelmente as suas obras após a sua morte. Para se ter uma ideia, ele utilizava manuscritos do pai como acendalhas para a fogueira!
Num mundo platónico provavelmente seria condenado por crimes contra a humanidade.
NCR
Denúncia Pública
«O presidente do Parlamento, Jaime Gama, recebeu uma carta do proprietário da Iberomoldes e ex-deputado do PS, Henrique Neto, onde é questionada a opacidade dos recentes negócios da Defesa e a situação do ex-ministro Pina Moura, simultaneamente deputado, administrador da Galp e presidente da Iberdrola Portugal, empresas onde mediou negócios e participou em processos de privatização enquanto governante, e que agora dirige. Neto apela a uma fiscalização por parte da AR.A carta, a que o PÚBLICO teve acesso, foi enviada a 19 de Maio e chama a "atenção" para "a passividade, para não dizer a demissão" da AR "na sua acção fiscalizadora dos actos dos diferentes governos". O resultado "mais visível desta realidade tem-se caracterizado por sucessivos casos, que chegam ao conhecimento dos cidadãos através dos meios de comunicação" e que "não prestigiam as actividades política e empresarial e comprometem a confiança dos portugueses, para já, nos seus representantes, e, a prazo, na própria democracia", diz. Contactado pelo PÚBLICO, Neto não quis comentar.Na carta, exemplifica com três casos: a opacidade registada à volta das negociação dos contratos das contrapartidas para a compra de material para as Forças Armadas, sem que tenha havido "execuções dignas de nota" nos últimos quatro anos, e os processos de privatizações da Petrogal/Galp e da EDP/Galp. Refere-se de modo detalhado aos contratos celebrados pelo Estado com grupos internacionais no âmbito reequipamento das FA, nomeadamente a aquisição de helicópteros e submarinos, cujas contrapartidas foram negociadas pelo ministro Paulo Portas.Gama não avança para já qualquer comentário. "O presidente aguarda resposta aos elementos adicionais que foram solicitados ao subscritor da carta", disse o porta-voz do presidente da AR, questionado pelo PÚBLICO. Na última edição do Expresso o ministro da Defesa, Luís Amado, classificou o "modelo" usado no programa das contrapartidas como "um embuste", que "não dá garantias de execução" e é "inaceitável". O valor das contrapartidas ascende a 2,3 mil milhões de euros, o equivalente a aproximadamente 24 por cento do défice para 2005. É uma quantia, sublinha, que "se for bem gerida, pode ter um peso relevante na economia". Ao PÚBLICO, a porta-voz do Ministério da Defesa adiantou que irá ser criada uma estrutura fixa para fiscalizar a execução dos contratos de contrapartidas. E vai igualmente, como o PÚBLICO já noticiou, reavaliar todos os programas. O actual regime de contrapartidas, de 2001, "em vez de atender às necessidades de Portugal", permite que os fornecedores disponibilizem o que entendem, disse a porta-voz do ministro. O Ministério passará também a participar na avaliação das contrapartidas."O Estado português negociou contratos de contrapartidas dos equipamentos militares adquiridos a empresas internacionais, com o objectivo de promover as exportações de empresas portuguesas em áreas tecnológicas, sem que, passados quatro anos, tenha sido realizada qualquer execução digna de nota", escreve. "Não se trata certamente de um acaso, mas de um sofisticado processo de simulação realizado pela empresa Escom (Grupo Espírito Santo) com a complacência do [anterior] presidente da comissão permanente de contrapartidas". A Escom interveio como consultora de dois consórcios a quem o Estado adjudicou os fornecimentos de equipamento militar. A empresa está a ser investigada pelo Ministério Público no caso Portucale, em que o administrador da Escom, Luís Horta e Costa, foi constituído arguido por suspeita de "tráfico de influências". "Não temos comentários a fazer", disse ao PÚBLICO um responsável da Escom, confrontado com as questões suscitadas por Neto. No entanto, Miguel Horta e Costa (irmão de Luís Horta e Costa), consultor da Escom para a área das contrapartidas, lembrou ao PÚBLICO que as várias comissões permanentes de contrapartidas "não têm tido condições para negociar com um nível de profissionalismo elevado com os consórcios internacionais". "Cabe ao Estado definir quais os sectores prioritários para alavancar a economia e criar uma CPC mais próxima do Ministério da Economia", acrescentou. A CPC foi presidida durante a maioria do Governo PSD-CDS por Brandão Rodrigues, dirigente do CDS. Neto afirma ainda que a "omissão da comissão" está "ao serviço de previsíveis interesses que não sei quantificar, no sentido de criar um capital de queixa das empresas fornecedoras sobre as autoridades nacionais". Isto para "impedir o Estado português de accionar os mecanismos legais conducentes a qualquer pedido de indemnização". O empresário acrescenta que as empresas EHI, AugustaWestland e Ferrostal AG e GSC, que assinaram com o Estado contratos de contrapartidas para fornecer submarinos e helicópteros, "não têm interesse, ou vontade, de honrar" os compromissos, contando para tal "com a cooperação activa e pouco clara da empresa portuguesa Escom". A Iberomoldes é uma das seis empresas que celebraram contratos com os últimos três governos no âmbito das contrapartidas, as quais ascendem a 20 milhões de euros. A empresa exporta anualmente bens de valor acrescentado no total de 55 milhões de euros. »
«Henrique Neto questiona na carta o facto de o ex-ministro da Economia e Finanças de António Guterres, Pina Moura, acumular em simultâneo com o lugar de deputado do PS as funções de administrador não-executivo da Galp e de presidente executivo da espanhola Iberdrola em Portugal. A Iberdrola entrou para o capital da GalpEnergia e da EDP, empresas de capitais públicos, quando Pina exercia funções governamentais e tutelava o sector energético. "Suponho", adianta Neto, "que não será ética e politicamente irrelevante que o mesmo ministro que incentivou a venda da Petrogal à ENI e que negociou a entrada da espanhola Iberdrola no capital da EDP e da Galp, seja agora, simultaneamente, deputado, administrador da Galp e presidente da espanhola Iberdrola em Portugal, sem que esta situação seja devidamente avaliada pelo Parlamento." Contactado pelo PÚBLICO, Pina Moura começou por afirmar que não queria alimentar "nenhuma conversa com o eng. Henrique Neto, directa ou por interposta pessoa", para esclarecer de seguida ter perguntado "à comissão de Ética da AR se existia alguma incompatibilidade entre as funções que exercia enquanto profissional liberal e as de deputado". Admitiu, no entanto, que, desde que assumiu funções na empresa espanhola, não voltou a questionar a comissão, pois já tinham passado três anos desde que deixara o Executivo - o período definido pela lei das incompatibilidades para que um governante possa assumir funções em sectores anteriormente tutelados por si. Neto lembra que o Parlamento fez "no passado uma avaliação negativa das condições de venda de uma posição accionista de controlo da então Petrogal (hoje Galp) à empresa italiana ENI, com conclusões muito claras, de que a operação afectava o interesse nacional". E estranha que o Governo de Sócrates esteja agora a negociar com os grupos que venderam a posição na Galp aos italianos, a pedido de Pina Moura, e "para mais sem o pagamento das mais-valias devidas". Por isso, questiona o facto de a AR "não demonstrar agora qualquer preocupação", por serem os mesmos investidores chamados "a assumir uma nova posição de compra" da Galp.»
Hoje, no Jornal Público.
«Henrique Neto questiona na carta o facto de o ex-ministro da Economia e Finanças de António Guterres, Pina Moura, acumular em simultâneo com o lugar de deputado do PS as funções de administrador não-executivo da Galp e de presidente executivo da espanhola Iberdrola em Portugal. A Iberdrola entrou para o capital da GalpEnergia e da EDP, empresas de capitais públicos, quando Pina exercia funções governamentais e tutelava o sector energético. "Suponho", adianta Neto, "que não será ética e politicamente irrelevante que o mesmo ministro que incentivou a venda da Petrogal à ENI e que negociou a entrada da espanhola Iberdrola no capital da EDP e da Galp, seja agora, simultaneamente, deputado, administrador da Galp e presidente da espanhola Iberdrola em Portugal, sem que esta situação seja devidamente avaliada pelo Parlamento." Contactado pelo PÚBLICO, Pina Moura começou por afirmar que não queria alimentar "nenhuma conversa com o eng. Henrique Neto, directa ou por interposta pessoa", para esclarecer de seguida ter perguntado "à comissão de Ética da AR se existia alguma incompatibilidade entre as funções que exercia enquanto profissional liberal e as de deputado". Admitiu, no entanto, que, desde que assumiu funções na empresa espanhola, não voltou a questionar a comissão, pois já tinham passado três anos desde que deixara o Executivo - o período definido pela lei das incompatibilidades para que um governante possa assumir funções em sectores anteriormente tutelados por si. Neto lembra que o Parlamento fez "no passado uma avaliação negativa das condições de venda de uma posição accionista de controlo da então Petrogal (hoje Galp) à empresa italiana ENI, com conclusões muito claras, de que a operação afectava o interesse nacional". E estranha que o Governo de Sócrates esteja agora a negociar com os grupos que venderam a posição na Galp aos italianos, a pedido de Pina Moura, e "para mais sem o pagamento das mais-valias devidas". Por isso, questiona o facto de a AR "não demonstrar agora qualquer preocupação", por serem os mesmos investidores chamados "a assumir uma nova posição de compra" da Galp.»
Hoje, no Jornal Público.
"I can't wait surfing with my kids"
André Mahroe
MICRO-CONTOS I
«Era uma vez um pensamento que não conseguia respirar perto do seu amor, a felicidade. A felicidade era linda, tão linda que sufocava os olhos que nela penetravam. A falta de fôlego era visível e o mundo tornava-se plano, tudo podíamos ter e por tudo fazíamos por aquela paisagem. Daqueles olhos dela percorriam-se velocidades ondulares, levadas pelo som do nosso corpo batido de prazer e de sentido com a força de um raio solar. Viajava-se pela sua pele como barco na água, cobria a terra com a fotografia da sua pose, em poucos segundos deixávamos de existir e tudo era simples, perene e fugidio. Parar para pensar não era opção ou reflexão. Tudo era claro, transparente, escorregadio, musical, tudo era pueril, ingenuamente meninil. O pensamento resignava-se à sua solidão de amor, não podia estar com ela, não podia ser feliz. Não podia sequer sentá-la na mão e olhá-la com a cara carinhosa e carente. Não podia satisfazê-la, ela pedia a companhia do seu amor, que não a abandonasse na mão. O ar cândido não culminava vencimento e a conquista não podia ser oferecida. O pensamento não conseguiu ir para além do seu sonho, o seu sentido de vida estava atravessado pelo destino. Restava-lhe a imaginação e a recordação. O pensamento estava condenado à distância da felicidade e a felicidade ao amor sem pensamento. O presente estava envenenado pelo amor e o futuro escapava-se em cada dia minuciosamente sofrido. Antes do anoitecer, todavia, recebiam o sopro das velas que diariamente os iluminava enviado pelo passado, acompanhado pela mesma mensagem de sempre:
Um dia serão presente, o amor não é criação nem história de deuses, é uma dádiva habitada pela vitória do desejo. O amor é humano, não é pensado ou feliz. O amor é imperfeito, não é realizado nos céus. O amor simplesmente é.
E assim foi. É tudo. É só.»
Miguel Pessoa Campomaior
A ler
Por essa blogosfera fora ainda vão persistindo duvidas sobre o facto de Teresa de Sousa, jornalista do Público, ser uma das melhores profissionais da comunicação social da nossa praça. A ler, então, os dois textos por ela escritos no publico de ontem (7/6), maxime "começaram as grandes manobras pelo futuro da Europa".
PSL
PSL
Não acho normal!!!
Quanto mais ouço, quanto mais leio sobre o Tratado Constitucional Europeu, mais me sinto baralhado. Como diria "o outro": "O erro é um privilégio dos activos".
PSL
PSL
terça-feira, 7 de junho de 2005
Campo Contra Campo (XIV)
Temporada de Patos, ****
“E a ti tambien te vale pito?”
Temporada de Patos é uma delicia!
De Fernando Eimbcke dizem ser o novo rosto do cinema Mexicano. Dizem que é jovem e filma com talento.
De Temporada de Patos, dizem ser uma brisa fresca nestes dias de calor.
Temporada de Patos chega a Portugal, já depois de ter passado pelo IndieLisboa do ano passado, carregado de prémios de festivais de cinema independente e com fama de “filme de culto”.
Como diria o nosso amigo Yoda: pesado rotulo, este é!
Chega de conversa..., Temporada de Patos é muito fresco, sim, e delicioso. Muito mais que uma comédia; mostra uma situação, filmada no México, mas que se passa, em qualquer parte do mundo onde haja uma Play Station, e, onde possa haver cortes de energia, e miúdos, e graúdos, e domingos! E Pizzas!
Muitíssimo bem filmado, sem chegar a ser austero, Temporada de Patos é impredivel, porque é tão serio quanto divertido e sobretudo, porque ao vê-lo ficamos a saber porque é que os patos voam em “V”. Ah e tem um argumento genial.
“E a ti tambien te vale pito?”
Se fosse a si queria saber e não perdia, até porque só está lá, no King! E já agora, porque os putos podem não saber o que querem, mas sabem muito bem o que não querem.
PSL
“E a ti tambien te vale pito?”
Temporada de Patos é uma delicia!
De Fernando Eimbcke dizem ser o novo rosto do cinema Mexicano. Dizem que é jovem e filma com talento.
De Temporada de Patos, dizem ser uma brisa fresca nestes dias de calor.
Temporada de Patos chega a Portugal, já depois de ter passado pelo IndieLisboa do ano passado, carregado de prémios de festivais de cinema independente e com fama de “filme de culto”.
Como diria o nosso amigo Yoda: pesado rotulo, este é!
Chega de conversa..., Temporada de Patos é muito fresco, sim, e delicioso. Muito mais que uma comédia; mostra uma situação, filmada no México, mas que se passa, em qualquer parte do mundo onde haja uma Play Station, e, onde possa haver cortes de energia, e miúdos, e graúdos, e domingos! E Pizzas!
Muitíssimo bem filmado, sem chegar a ser austero, Temporada de Patos é impredivel, porque é tão serio quanto divertido e sobretudo, porque ao vê-lo ficamos a saber porque é que os patos voam em “V”. Ah e tem um argumento genial.
“E a ti tambien te vale pito?”
Se fosse a si queria saber e não perdia, até porque só está lá, no King! E já agora, porque os putos podem não saber o que querem, mas sabem muito bem o que não querem.
PSL
segunda-feira, 6 de junho de 2005
O Grande Perdedor
Não conheço este Senhor, mas cria-me formigueiro reflexivo quando vem nas parangonas dos média a embandeirar-se de argumentos de superioridade moral e de pavonada rectitude a favor da Constituição Europeia, quando, o que surpreendentemente não tem sido mencionado, este Senhor é o grande perdedor dos Nãos ao tratado constitucional e é a personalidade que mais carece de habilitação ética e de legitimidade política, no âmbito do processo constituinte do tratado.
Depois de impedir que propostas contrárias à sua fossem discutidas na "convenção constituinte" e de as limitar à documentação produzida, depois de manipular conceitos e interpretações de projectos de artigos elaborados por outros, depois de individualmente retirar ou restringir os tempos da sua discussão, depois de todo o comando do bas fond das hordas euro-federófilos e do controlo explícito das hostes comunitaristas, D'Estaing emerge como o pai da Constituição, mas, depois dos 'Nãos', insinua que está tão acima dela, ou melhor, ela está tão acima do povo que, para o excelso Citizen Kane europeu, "Ceux qui n'ont pas voté la Constitution on leur demandera de la revoter. Il n'y a pas d'autre solution". Voilà!
Os euopeus não têm outra solução, não há alternativa a esta Constituição, o futuro da europa depende dela e os europeus não conseguirão passar sem ela! Frases feitas de autêntico fundamentalismo europeu. E o pior é mesmo quando vêm com argumentos morais! Significa de imediato que algo foi mal feito, que o medo de fracassar é enorme e que muitos nomes e carreiras políticas estão em jogo nesta Constituição. Homenagem seja feita a Jean Monet que, apesar de federalista, defendia que nenhuma Europa podia ser construída contra a vontade dos europeus.
Em política, o tempo é o supremo juiz dos feitos, bons e maus. Esta Constituição ainda será o Rosebud do Citizen Giscard.
NCR
domingo, 5 de junho de 2005
Entrevista perdida
O Contra-Informação bem podia chamar-lhe Maria João Acidez! De facto, a recente entrevista feita por Maria João Avilez (MJA) na SIC Notícias a Carmona Rodrigues constituiu um péssimo desempenho profissional e um mau serviço aos lisboetas.
Confesso que vejo as entrevistas da sobredita senhora, mas tal deve-se ao deserto de discussão de ideias ou pontos de vistas neste nosso quintal ibérico, porque as entrevistas da mesma raramente não me provocam arrepios. A jornalista/comentadora transparece a sua amizade, ou não, pelos entrevistados na postura, no modo e no conteúdo da feitura das perguntas e prejudica, muitas vezes, a conversa na óptica do interesse do telespectador. Mas pior: essa parcialidade, ou imparcialidade, em nada contribui para que a "conversa" seja escorreita, estimulante e enriquecedora. A senhora não deixa falar, interrompe constantemente, é capaz de mudar de opinião, e a questão, ao sabor da reacção ou afirmação do interlocutor e muitas vezes o 'diálogo' mais parece uma troca de galhardetes!
Há pouco, com o actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato à mesma nas eleições, previsivelmente, em Outubro, a MJA demonstrou a sua parcialidade. Ou então, o que duvido, não estava à vontade com Carmona Rodrigues, o que me parece estranho pois aquele homem põe à vontade qualquer pessoa, seja qual for a sua condição, tal é a sua simpatia e simplicidade.
Na verdade, para além do habitual corte das respostas e acenos de cabeça constantes - como que dizendo sim, senhora, assim vais bem - a "jornalista" (não sei se tem carteira profissional e se é esse o seu papel naquele programa) mais parecia uma questora, ou uma queixosa ou mesmo uma credora de Carmona Rodrigues (CR) tamanhas foram as queixas, as birras e as caretas de frete que efectuou. E, algumas vezes, zangada! Muitas foram as perguntas declinadas com (pré)juízos de valor ou de conceito. Em 45 minutos de programa, 25 serviram para falar sobre Santana Lopes e o Túnel do Marquês! Mais, 5 para perguntar a CR como é que era possível não haver espaço para a colecção de Joe Berardo (!) - como se fosse uma questão fulcral de uma candidatura -, atirando-se a ele como gato a bofe?! Por acaso esta senhora sabe o quanto a colecção custou à edilidade e o esforço que se realizou e mereceu? Será que ela não sabe que uma colecção destas necessita de um espaço amplo, digno, acessível e permanente? E muitas mais barbaridades foram apostas nas perguntas que fez, parecendo querer resolver, «num clique de dedos», o trânsito, a segurança e o ambiente em Lisboa, como se fossem problemas que pudessem ser resolvidos unicamente por Carmona Rodrigues, ou somente pelo Governo, ou, porque não, por uma varinha mágica!
Refira-se, por último, que digo isto com a máxima imparcialidade, até porque ainda não sei em quem vou votar. O voto autárquico, a seguir ao presidencial, é o voto mais imediato, decisivo e consequente que qualquer eleitor alcança, por isso deve-se primeiro saber quais as propostas dos candidatos. Para quem não é militante partidário, o voto autárquico não deve ser um voto em partidos. E os portugueses sabem disto, pois basta comparar os votos dos partidos nas eleições autárquicas, no mesmo município ou freguesia, com os das eleições legislativas. Voltando à entrevista, confesso que fiquei quase na mesma. Grosso modo, o homem só falou 10 minutos dos seus projectos e da sua futura postura como presidente da câmara caso seja eleito, e mesmo assim sempre condicionado às danças de cabeça, às vénias de queixume e às interrupções lapalissianas da entrevistadora. Portanto, uma entrevista que só valeu este post, ou seja, tempo perdido.
NCR
Confesso que vejo as entrevistas da sobredita senhora, mas tal deve-se ao deserto de discussão de ideias ou pontos de vistas neste nosso quintal ibérico, porque as entrevistas da mesma raramente não me provocam arrepios. A jornalista/comentadora transparece a sua amizade, ou não, pelos entrevistados na postura, no modo e no conteúdo da feitura das perguntas e prejudica, muitas vezes, a conversa na óptica do interesse do telespectador. Mas pior: essa parcialidade, ou imparcialidade, em nada contribui para que a "conversa" seja escorreita, estimulante e enriquecedora. A senhora não deixa falar, interrompe constantemente, é capaz de mudar de opinião, e a questão, ao sabor da reacção ou afirmação do interlocutor e muitas vezes o 'diálogo' mais parece uma troca de galhardetes!
Há pouco, com o actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato à mesma nas eleições, previsivelmente, em Outubro, a MJA demonstrou a sua parcialidade. Ou então, o que duvido, não estava à vontade com Carmona Rodrigues, o que me parece estranho pois aquele homem põe à vontade qualquer pessoa, seja qual for a sua condição, tal é a sua simpatia e simplicidade.
Na verdade, para além do habitual corte das respostas e acenos de cabeça constantes - como que dizendo sim, senhora, assim vais bem - a "jornalista" (não sei se tem carteira profissional e se é esse o seu papel naquele programa) mais parecia uma questora, ou uma queixosa ou mesmo uma credora de Carmona Rodrigues (CR) tamanhas foram as queixas, as birras e as caretas de frete que efectuou. E, algumas vezes, zangada! Muitas foram as perguntas declinadas com (pré)juízos de valor ou de conceito. Em 45 minutos de programa, 25 serviram para falar sobre Santana Lopes e o Túnel do Marquês! Mais, 5 para perguntar a CR como é que era possível não haver espaço para a colecção de Joe Berardo (!) - como se fosse uma questão fulcral de uma candidatura -, atirando-se a ele como gato a bofe?! Por acaso esta senhora sabe o quanto a colecção custou à edilidade e o esforço que se realizou e mereceu? Será que ela não sabe que uma colecção destas necessita de um espaço amplo, digno, acessível e permanente? E muitas mais barbaridades foram apostas nas perguntas que fez, parecendo querer resolver, «num clique de dedos», o trânsito, a segurança e o ambiente em Lisboa, como se fossem problemas que pudessem ser resolvidos unicamente por Carmona Rodrigues, ou somente pelo Governo, ou, porque não, por uma varinha mágica!
Refira-se, por último, que digo isto com a máxima imparcialidade, até porque ainda não sei em quem vou votar. O voto autárquico, a seguir ao presidencial, é o voto mais imediato, decisivo e consequente que qualquer eleitor alcança, por isso deve-se primeiro saber quais as propostas dos candidatos. Para quem não é militante partidário, o voto autárquico não deve ser um voto em partidos. E os portugueses sabem disto, pois basta comparar os votos dos partidos nas eleições autárquicas, no mesmo município ou freguesia, com os das eleições legislativas. Voltando à entrevista, confesso que fiquei quase na mesma. Grosso modo, o homem só falou 10 minutos dos seus projectos e da sua futura postura como presidente da câmara caso seja eleito, e mesmo assim sempre condicionado às danças de cabeça, às vénias de queixume e às interrupções lapalissianas da entrevistadora. Portanto, uma entrevista que só valeu este post, ou seja, tempo perdido.
NCR
ESPUMAS IX
«Neste entalho do meu presente, desejava estar lá, agora, e assim terminava o dia como comecei, numa praia. As praias à noite não têm a beleza diurna, é verdade, falta-lhes iluminação, atroada e gente. Todavia, a noite toca tanto no mar como o dia. Simplesmente, na ausência da luz solar, das sonoridades motoras e dos vizinhos desembuçados na areia podemos ir mais fundo, exige-se ir mais adentro, conseguir virarmo-nos para nós próprios. Coisa rara hoje, apesar do megafonado individualismo. A beleza da noite é precisamente aquilo que nos impele a ver na escuridão, aquilo que há em nós. A noite é boa conselheira se soubermos reconhecer que o momento que ela nos proporciona é um momento de conhecimento, de inspiração, de renovação. Se o dia é o pai de todos os afazeres, a noite é a mãe de todos os prazeres. Aqueles prazeres que não são curtos nem calcadores, que não nos obriga a pedir algo em troca, que não nos põem caraças para sermos alguém. A noite faz-nos crescer, reflectimos sobre aquilo que o dia nos cegou e compele-nos ao ressarcimento das nossas culpas e desculpas, comede-nos os disparates antes inócuos, compromete-nos com o signo calmante do silêncio das estrelas. Agora, estranhamente, oiço três patos a esvoaçarem por cima da minha varanda, como eu estava a dizer, à noite o silêncio vem de cima, de lugar azul-escuro e de pontos brancos. À noite, há tempo para ouvir o que desejamos repetir. E rever. O dia hoje começou na praia, um lugar também ele azul-escuro e de pontos brancos. Um deles era eu, um ponto dos quatro costados daquela praia, no meio de uma nada original paisagem e de toda uma experiência irrepetível. Aquela praia começou há muito a ser o meu cupim. Mas é de dia que lá vou, é durante a luz que lá estou. Por vezes, manobro o dia à espera da noite. É um grande sinal de fraqueza. E de incompletude também. Não me chega o dia, pronuncio a vida com noite. De certa forma, sinto que todas as noites são um recomeço e uma luta, sei que já não regresso a nenhuma e sei que brigo para não as esquecer. Não é um combate entre o dia e a noite, é entre mim e o tempo. Não considero controlá-lo, e muito menos gastá-lo, o que eu queria, melhor, o que eu quero é, complexamente, voltar aos dias e noites que perdi e ao mesmo tempo que não cresci. Aceito recomeçar todas as noites e transpor a estafeta dos dias, preparei os meus lugares e os meus afazeres, olharei pela noite com a noite – melhor não é possível – e combaterei os inimigos do tempo. Só preciso começar os dias como gostaria de os pensar de noite. É um bom princípio. Como hoje, num lugar comum.»
NCR
sábado, 4 de junho de 2005
Onde está o fundo do poço?
O que dizer a isto?
Presidente do governo da Madeira chamou aos repórteres "bastardos" e "filhos da puta"
E a isto?
Ministro das Obras Públicas também acumula ordenado com reformas
Alguém me sabe dizer onde está o fundo do poço?
PSL
Presidente do governo da Madeira chamou aos repórteres "bastardos" e "filhos da puta"
E a isto?
Ministro das Obras Públicas também acumula ordenado com reformas
Alguém me sabe dizer onde está o fundo do poço?
PSL
sexta-feira, 3 de junho de 2005
Campo Contra Campo (XIII)
O melhor será mesmo nos dedicarmos à sétima arte, e num dia como hoje nada melhor do que “desopilar” com “Temporada de Patos”. Já que as bestas andam à solta, o melhor é seguir a dança.
Por falar em dança, e porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, devo dizer que tenho descurado esta rubrica. Por falta de tempo para a escrita e não por falta “de sala escura”. Desde o ultimo “Campo” voltei a Scarlett (e a Travolta) em “A Love Song for Bobby Long”, passei por Baco em Mondovino e tive o primeiro contacto com o “Episode III”.
Sobre todos ainda espero escrever..., mas não resisto a muito rapidamente dizer que adorei o ultimo Star Wars. Um argumento fantástico e..., uma sessão muito diferente, cheia de catarse, onde houve palmas no inicio e no fim do filme, e espadas encarnadas e verdes no ar, trazidas por “uns cromos fanáticos” que pensavam estar em LA. Foi giro!
Quem tem razão é a Sofia; ir ao King é diferente. Deve ser o único cinema de Lx que ainda cheira a cinema, e não a pipocas. E como todos sabemos o cheiro num cinema é essencial para termos um bom filme.
Bom FDS!!!!
PSL
Por falar em dança, e porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, devo dizer que tenho descurado esta rubrica. Por falta de tempo para a escrita e não por falta “de sala escura”. Desde o ultimo “Campo” voltei a Scarlett (e a Travolta) em “A Love Song for Bobby Long”, passei por Baco em Mondovino e tive o primeiro contacto com o “Episode III”.
Sobre todos ainda espero escrever..., mas não resisto a muito rapidamente dizer que adorei o ultimo Star Wars. Um argumento fantástico e..., uma sessão muito diferente, cheia de catarse, onde houve palmas no inicio e no fim do filme, e espadas encarnadas e verdes no ar, trazidas por “uns cromos fanáticos” que pensavam estar em LA. Foi giro!
Quem tem razão é a Sofia; ir ao King é diferente. Deve ser o único cinema de Lx que ainda cheira a cinema, e não a pipocas. E como todos sabemos o cheiro num cinema é essencial para termos um bom filme.
Bom FDS!!!!
PSL
Tadinho...
O primeiro-ministro, José Sócrates, denunciou hoje aquilo que considera ser uma "campanha de assassinato de carácter" contra o ministro das Finanças, depois de ter sido noticiado que Luís Campos e Cunha acumula o seu vencimento à reforma do Banco de Portugal.
...estou mesmo com pena dele(s)!
"Quero exprimir a minha solidariedade ao ministro das Finanças, que é um homem sério e muito competente, e quero que fique bem claro que não serão campanhas como esta, que visam o assassinato de carácter, que nos afastarão do nosso caminho", afirmou Sócrates.
...claro, o caminho do xupismo, da mentira, e da falta de caracter.
Ainda para mais à luz do dia!
Aí se fosse no tempo de Santana...
PSL
...estou mesmo com pena dele(s)!
"Quero exprimir a minha solidariedade ao ministro das Finanças, que é um homem sério e muito competente, e quero que fique bem claro que não serão campanhas como esta, que visam o assassinato de carácter, que nos afastarão do nosso caminho", afirmou Sócrates.
...claro, o caminho do xupismo, da mentira, e da falta de caracter.
Ainda para mais à luz do dia!
Aí se fosse no tempo de Santana...
PSL
Chularia
O Independente chama-lhe Défice moral.
Eu sou um pouquinho mais bruto e chamo-lhe “cambada de chulos”.
Depois do Alberto João é a vez do Campos e Cunha:
“O ministro de Estado e das Finanças acumula o seu ordenado com a reforma do cargo de vice-governador do Banco de Portugal. Luís Campos e Cunha recebe por mês, no total, cerca de 15 mil euros - oito mil de reforma e 6759 por ser ministro.”
Tres mil contos!!!!!!!
3000 contos!!!!!!!
Porra.
Quinze mil Euros!!!!!
Arre macho chularia!
Hoje só me apetece “chamar nomes” a esta merda desta classe política Portuguesa.
Eu não invejo o Alberto João, nem o Campos e Cunha. Façam bom proveito.
Mas arre porra!!!!
Não me roubem é a mim, se faz favor!!!!
E os meus direitos adquiridos????
E os meu direitos adquiridos que me querem roubar, seus chulos??!!!!
Tudo isto vai na sequência de uma conversa ontem a noite a beira rio.
O Salvador é que tem razão quando diz que o Estado não é uma pessoa de bem. Ou melhor o Estado até é uma pessoa de bem (pessoa colectiva). Mas aqueles (pessoas singulares) que o representam não o são.
Vassourada é o que esta classe política precisa.
Todos na rua, e já!
Da esquerda à direita isto precisa de uma grande volta.
PSL
Eu sou um pouquinho mais bruto e chamo-lhe “cambada de chulos”.
Depois do Alberto João é a vez do Campos e Cunha:
“O ministro de Estado e das Finanças acumula o seu ordenado com a reforma do cargo de vice-governador do Banco de Portugal. Luís Campos e Cunha recebe por mês, no total, cerca de 15 mil euros - oito mil de reforma e 6759 por ser ministro.”
Tres mil contos!!!!!!!
3000 contos!!!!!!!
Porra.
Quinze mil Euros!!!!!
Arre macho chularia!
Hoje só me apetece “chamar nomes” a esta merda desta classe política Portuguesa.
Eu não invejo o Alberto João, nem o Campos e Cunha. Façam bom proveito.
Mas arre porra!!!!
Não me roubem é a mim, se faz favor!!!!
E os meus direitos adquiridos????
E os meu direitos adquiridos que me querem roubar, seus chulos??!!!!
Tudo isto vai na sequência de uma conversa ontem a noite a beira rio.
O Salvador é que tem razão quando diz que o Estado não é uma pessoa de bem. Ou melhor o Estado até é uma pessoa de bem (pessoa colectiva). Mas aqueles (pessoas singulares) que o representam não o são.
Vassourada é o que esta classe política precisa.
Todos na rua, e já!
Da esquerda à direita isto precisa de uma grande volta.
PSL
quinta-feira, 2 de junho de 2005
PALETA DE PALAVRAS IX
«Que parte do seu ser gostava que ficasse, para além do que está nos seus poemas?
Não quero que fique nada. Só quero que fique a poesia, como um início para fazerem poesia também. E para se libertarem das correias que as prendem.
E os poemas morrem?
Não! Os poemas nunca morrem. Vivem nas pessoas. Ninguém pode matar um poema. A poesia nasceu para a eternidade. Há poetas que só conhecem a eternidade após a sua morte. Nem o ouvido humano apreende... Enquanto a vivência do poeta, a realidade musical e religiosa que o poeta registou pelos espaços sem fim, nas estradas da sua circulação sanguínea e sonhadora... Isso fica.»
Entrevista dada por Natércia Freire em 1999, republicada no Jornal Público em 21/05/2005, no suplemento Mil Folhas
Não quero que fique nada. Só quero que fique a poesia, como um início para fazerem poesia também. E para se libertarem das correias que as prendem.
E os poemas morrem?
Não! Os poemas nunca morrem. Vivem nas pessoas. Ninguém pode matar um poema. A poesia nasceu para a eternidade. Há poetas que só conhecem a eternidade após a sua morte. Nem o ouvido humano apreende... Enquanto a vivência do poeta, a realidade musical e religiosa que o poeta registou pelos espaços sem fim, nas estradas da sua circulação sanguínea e sonhadora... Isso fica.»
Entrevista dada por Natércia Freire em 1999, republicada no Jornal Público em 21/05/2005, no suplemento Mil Folhas
A estreia de Guterres
Apesar de só entrar em funções, oficialmente, no dia 15 de Junho, Guterres apresentou-se hoje aos seus novos subordinados na sede do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas, em Genebra. Alguns excertos do seu discurso:
«It is a privilege to be here and it will be an even bigger privilege to become a part of the team, a group that is the most dedicated, the most courageous that we could find in all of the international organizations... working in extremely difficult circumstances, with hardship, with insecurity, and being able to deliver and being for so many millions of people, the only source of hope.»
«I'm not going to shoot in all directions or to launch any cocktail bomb of new projects. I want to concentrate myself, together with you, on consolidating and improving everything that has been developed. To ensure it is properly implemented with a clear guarantee of objectives in order to make protection effective everywhere we are, and especially, everywhere it is needed.»
«Let there be no walls or secrets among us. … Let our relations always be based on truth. Please tell me always the truth, even when it's uncomfortable, unpleasant, or when it brings with it a lot of criticism.»
«Our organization's cultural diversity is an essential tool for our own effectiveness in the field … We work with people who need our support in so many places and we deal with so many cultures and ethnicities – and to be able to better understand their motivations, their problems, their difficulties, our own diversity is a crucial asset.»
Bom trabalho e boa sorte!
NCR
Perguntas "à lá" Barnabé...
"No contexto actual, será que as empresas devem apenas preocuparem-se com a maximização dos lucros? Ou procurarem partilhá-los com o resto da sociedade através de actividades na área da responsabilidade social empresarial como a luta contra a pobreza?"
Eu acho que as empresas deviam dar todo o dinheiro que ganham atravez da sua actividade económica.
E da forma mais simples, tipo..., abrir a janela e deitar notas para a rua.
Isso sim, seria justiça!
PSL
Eu acho que as empresas deviam dar todo o dinheiro que ganham atravez da sua actividade económica.
E da forma mais simples, tipo..., abrir a janela e deitar notas para a rua.
Isso sim, seria justiça!
PSL
Votos de Expressão
"As coisas andam muito depressa (…) não há controlo suficiente do poder dos políticos europeus na nova Constituição ",
Maarten Pijnenburg depois de votar Não
"Este referendo terá um voto "não" por todo o tipo de razões, mas não pelas verdadeiras. Os referendos são sempre má ideia porque as pessoas votam levadas por emoções. E não querem mudanças",
Eddy Haighton, depois de votar Sim.
Ainda não decidi o meu voto no referendo constitucional europeu (coisa que nunca pensei escrever ou ouvir na vigência da nossa actual Constituição), mas confesso que estou inclinado para o Não. Estou a redigir um argumentário do meu voto. Brevemente aqui.
NCR
Maarten Pijnenburg depois de votar Não
"Este referendo terá um voto "não" por todo o tipo de razões, mas não pelas verdadeiras. Os referendos são sempre má ideia porque as pessoas votam levadas por emoções. E não querem mudanças",
Eddy Haighton, depois de votar Sim.
Ainda não decidi o meu voto no referendo constitucional europeu (coisa que nunca pensei escrever ou ouvir na vigência da nossa actual Constituição), mas confesso que estou inclinado para o Não. Estou a redigir um argumentário do meu voto. Brevemente aqui.
NCR
Serviço público
«Saber distinguir e privilegiar as questões de fundo relativamente ao conjuntural e pontual
Grande parte das intervenções aqui reunidas dão conta daquilo que tem sido uma das minhas preocupações essenciais nesta parte final do segundo mandato. Como se verá, insisto em chamar uma especial atenção para a necessidade de sabermos distinguir o essencial, que afecta estruturalmente o nosso destino colectivo, do acessório e meramente conjuntural que frequentemente nos distrai e nos afasta da solução dos problemas reais.
As dificuldades do tempo presente constituem de resto, em meu entender, razões acrescidas que nos obrigam a apurar uma percepção clara e permanente daquela distinção.
Participamos, como se sabe, num processo complexo de aprofundamento da integração europeia que nos convoca, tal como aos restantes povos da Europa, para um debate sério visando uma decisão ponderada e informada acerca das grandes questões do nosso destino comum. É desejável, a todos os títulos, que essa discussão se faça de forma serena e profunda, esforçando-nos para debater o que verdadeiramente está em causa e não deixando contaminar o debate europeu pelos temas nacionais e posições naturalmente diferentes que eles suscitam.
Ao mesmo tempo, tal como os nossos parceiros, sofremos os desafios de uma competição e de uma concorrência globais cada vez mais exigentes. Somos, nessa medida, obrigados a ganhos de produtividade e competitividade que exigem resultados imediatos e bem sucedidos nos domínios da racionalização económica, da qualificação pessoal e profissional, da educação, da actualização e da inovação tecnológica. Somos, por outro lado, obrigados a fazer este esforço sem precedentes num contexto de dificuldades económicas e financeiras bem conhecidas.
Ora, quando nos encontramos perante problemas tão sérios, mais se faz sentir a necessidade de nos concentrarmos naquilo que é verdadeiramente decisivo. Vivemos um tempo que nos exige uma definição precisa de prioridades e uma selecção criteriosa e partilhada de objectivos e opções políticas capazes de mobilizarem eficazmente as energias e recursos disponíveis. Cada vez é mais evidente que não temos margem para repetir equívocos, para adiar decisões ou para desperdiçar oportunidades.
Daí a insistência com que venho apelando à concentração e confluência de esforços naquilo que é essencial com a consequente desvalorização do pequeno conflito ou disputa, da notícia de primeira página que hoje consome a nossa atenção e de que amanhã já ninguém se lembra.
Com efeito, estes dois mandatos reforçaram em mim a convicção de que um dos maiores males de que enferma a nossa vida política é essa atracção aparentemente natural pelo episódico e conjuntural em detrimento do interesse por aquilo que verdadeiramente nos afecta enquanto povo. Nesse mesmo sentido, raramente antecipamos problemas e dificuldades e nos preparamos para elas. Habituámo-nos, ao invés, a limitar a intervenção política à redução de danos e à resolução da última dificuldade surgida, o que priva a acção política de alcance estratégico, esgotando-a e consumindo-a em reacções pontualizadas de conjuntura.
Porém, os grandes problemas económicos e sociais, bem como os temas mais estritamente políticos exigem visão estratégica e capacidade de pensar e agir sobre o médio prazo. De outra forma, a sua resolução pode ficar negativamente condicionada e afectada. As discussões presentemente em curso sobre a limitação dos mandatos e sobre os processos referendários ilustram eloquentemente a importância daquela necessidade e deste risco.
Num e noutro caso viemos a adiar a resolução dos problemas até um ponto em que se formou aparentemente um acordo alargado sobre a necessidade de os encarar. Porém, logo que se trata de decidir, a tendência é invariavelmente a de deixar contaminar a discussão dos temas de fundo e, consequentemente, a resolução dos problemas pelos interesses de conjuntura.
Se estas questões são suficientemente importantes para mobilizarem a nossa atenção a um ponto que, eventualmente, conduz à própria abertura de processos de revisão constitucional, então as respectivas discussão e decisão não deveriam ser negativamente condicionadas pelas preocupações com eventuais ganhos ou interesses pontuais ou de curto prazo.
A questão dos referendos é particularmente elucidativa a este respeito. Após um longo período em que a adequação do instituto aos parâmetros da democracia representativa foi, entre nós, muito controversa, a Constituição veio a acolher a possibilidade de realização de referendos nacionais sobre questões de interesse relevante, mas de acordo com condicionamentos e limites pormenorizadamente pré-estabelecidos na própria Constituição e na lei. Algumas dessas restrições vieram a revelar-se tão problemáticas que, pode dizer-se, temos passado tanto ou mais tempo a discutir procedimentos e regras do processo referendário do que a discutir o fundo das questões eventualmente sujeitas a referendo. A consciência de algumas destas dificuldades conduziu precisamente à abertura do presente processo de revisão extraordinária da Constituição.
Como se sabe, manifestei em diferentes ocasiões ao longo dos meus mandatos as maiores reservas à facilidade com que, entre nós, se recorre à revisão da Constituição como panaceia para resolver quaisquer males, aparentes ou reais, sem atender às necessidades de estabilidade e consenso em torno do texto fundamental de qualquer Estado democrático. Daí que, mesmo quando a revisão constitucional se revela absolutamente indispensável, ela deva preocupar-se com a resolução global e duradoura das questões de fundo que lhe deram origem, sob pena de uma banalização a todos os títulos inconveniente dos processos de revisão e do próprio texto constitucional.
Foi para essa necessidade de aproveitamento do actual processo de revisão que chamei a atenção em recente mensagem que dirigi à Assembleia da República a propósito da impossibilidade de realização do referendo que me foi proposto. Como aí dizia: "... as dificuldades objectivas... que tão evidentemente se manifestaram colocam-nos perante a necessidade de repensarmos a adequação do conjunto dos prazos e limites circunstanciais, temporais e materiais que, entre nós, envolvem a realização dos referendos. Tendo sido desencadeado um processo de revisão constitucional extraordinária, será essa uma oportunidade excelente para correcção prévia dos requisitos e condicionamentos que se têm revelado mais problemáticos ou desajustados".
É só por tal razão que, com todo o respeito pela autonomia da instituição parlamentar, me sinto agora autorizado a voltar ao tema e mais ainda porque, como se sabe, o Presidente da República tem um papel decisivo na convocação dos referendos.
É que a discussão actualmente em curso, bem como os próprios projectos de revisão apresentados, levam-me a temer que, como tantas vezes tem acontecido, o presente processo de revisão extraordinária seja mais uma oportunidade não aproveitada para confrontarmos as questões de fundo deixando prevalecer, mais uma vez, o meramente conjuntural e pontual.
A nossa experiência de referendos nacionais não tem sido muito bem sucedida. Para além de uma participação popular pouco significativa nos dois referendos já realizados, com a consequente ausência da sua vinculatividade jurídica, tivemos entretanto duas iniciativas rejeitadas por inconstitucionalidade e mais uma, a mais recente, por manifesta inoportunidade de calendário. Foi-se percebendo, perante tais evidências, que estes insucessos não são devidos a meros acasos, mas que na sua raiz estão, em grande medida, insuficiências e até contradições do actual enquadramento constitucional e legal do regime do referendo. Limito-me a mencionar sintetizadamente algumas de entre as mais susceptíveis de reconhecimento geral.
O regime é compreensivelmente exigente em termos da participação requerida para conferir vinculatividade jurídica ao referendo, mas permite que uma qualquer participação, por mais reduzida que seja, assegure à respectiva decisão uma vinculatividade política efectiva e de duração praticamente indeterminada. O exemplo mais flagrante é o do referendo sobre interrupção voluntária da gravidez em que, com uma reduzida participação eleitoral (cerca de 30 por cento do eleitorado), as posições em disputa obtiveram resultados muito próximos (a vitória do "não" traduziu-se numa vantagem mínima, de cerca de 50 mil votos). Todavia, mesmo nestes termos, uma opinião juridicamente não vinculativa manifestada por apenas 15 por cento do eleitorado pôde capturar indefinidamente a decisão da Assembleia da República sobre o fundo da questão.
Outra manifesta contradição é a que respeita à (im)possibilidade de referendar convenções internacionais de que o Estado português seja parte. Designadamente, a actual impossibilidade de sujeitar a referendo o próprio acto de aprovação/ratificação obriga a uma selecção das perguntas a colocar ao eleitorado que, designadamente nos tratados mais complexos, é sempre, na melhor das hipóteses, arbitrária e, na pior, inconstitucional ou até democraticamente inaceitável. Para além disso, uma decisão referendária sobre questões meramente particulares integrantes de uma convenção internacional não é susceptível de ter consequências lineares, transparentes e adequadas pela simples razão que, na maior parte dos casos, o Estado português, e qualquer que seja a decisão do eleitorado sobre as perguntas particulares que lhe foram colocadas, só pode ratificar ou não ratificar o tratado na sua globalidade.
Por último, ficaram também bem evidenciadas as dificuldades objectivas que os actuais limites circunstanciais e temporais impõem à realização de referendos. A sucessão de actos eleitorais e de dificuldades de calendário pode determinar, como ainda agora aconteceu, que, no quadro legislativo em vigor, uma proposta de referendo aprovada pela Assembleia da República fique objectivamente impossibilitada de se efectivar durante quase um ano...
Considero, neste sentido, e como recentemente manifestei à Assembleia da República, que a revisão constitucional em curso seria a oportunidade adequada para confrontar o essencial destas questões.
Em primeiro lugar, seria natural e exigível que um processo de revisão expressamente dirigido à apreciação deste tema se não limitasse a "resolver" o problema particular e específico do referendo sobre este tratado constitucional europeu, tanto mais quanto as dificuldades suscitadas a propósito são comuns a esse e a todos os referendos que respeitem a convenções internacionais.
Não resolver agora o problema global, isto é, o da especificidade que afecta todas as convenções internacionais, terá inevitavelmente como consequência que, sem qualquer vantagem no presente, a Assembleia da República terá, num futuro mais ou menos próximo, a propósito deste ou doutro tratado europeu ou de qualquer outra convenção internacional, de voltar à questão, com os inevitáveis custos e inconvenientes de impossibilidade prática de realizar o referendo ou de, em alternativa, ter de abrir novo processo de revisão constitucional.
Em segundo lugar, e da mesma forma, reconhecidas e evidentes que são as dificuldades objectivas suscitadas pelos limites temporais e circunstanciais actualmente em vigor, dificilmente se compreende que as alterações necessárias sejam inviabilizadas, não por serem consideradas inconvenientes, mas apenas porque o desaparecimento de tais obstáculos permitiria a eventual realização de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez a curto prazo.
Estes são alguns exemplos actuais, e, por isso mesmo, de consequências negativas ainda evitáveis, desta nossa permanente tendência para protelarmos o confronto com as questões de fundo, mesmo quando as dificuldades e as experiências mais recentes nos exigem uma visão estratégica e uma capacidade de antecipação e consequente resolução dos problemas.
Os desafios e exigências - da integração europeia, da racionalização da administração pública, da competitividade, da qualificação, da educação- que, enquanto povo, se nos impõem tão drasticamente no tempo presente não admitem a condescendência para com a prevalência do acessório e do conjuntural. É tempo, para todos nós, de uma nova atitude e de uma nova forma de intervenção política mais consentâneas com os ditames de uma democracia estável e madura.»
Jorge Sampaio
Lisboa, 1 de Junho de 2005, do Prefácio ao livro Portugueses, volume VIII, em publicação
Grande parte das intervenções aqui reunidas dão conta daquilo que tem sido uma das minhas preocupações essenciais nesta parte final do segundo mandato. Como se verá, insisto em chamar uma especial atenção para a necessidade de sabermos distinguir o essencial, que afecta estruturalmente o nosso destino colectivo, do acessório e meramente conjuntural que frequentemente nos distrai e nos afasta da solução dos problemas reais.
As dificuldades do tempo presente constituem de resto, em meu entender, razões acrescidas que nos obrigam a apurar uma percepção clara e permanente daquela distinção.
Participamos, como se sabe, num processo complexo de aprofundamento da integração europeia que nos convoca, tal como aos restantes povos da Europa, para um debate sério visando uma decisão ponderada e informada acerca das grandes questões do nosso destino comum. É desejável, a todos os títulos, que essa discussão se faça de forma serena e profunda, esforçando-nos para debater o que verdadeiramente está em causa e não deixando contaminar o debate europeu pelos temas nacionais e posições naturalmente diferentes que eles suscitam.
Ao mesmo tempo, tal como os nossos parceiros, sofremos os desafios de uma competição e de uma concorrência globais cada vez mais exigentes. Somos, nessa medida, obrigados a ganhos de produtividade e competitividade que exigem resultados imediatos e bem sucedidos nos domínios da racionalização económica, da qualificação pessoal e profissional, da educação, da actualização e da inovação tecnológica. Somos, por outro lado, obrigados a fazer este esforço sem precedentes num contexto de dificuldades económicas e financeiras bem conhecidas.
Ora, quando nos encontramos perante problemas tão sérios, mais se faz sentir a necessidade de nos concentrarmos naquilo que é verdadeiramente decisivo. Vivemos um tempo que nos exige uma definição precisa de prioridades e uma selecção criteriosa e partilhada de objectivos e opções políticas capazes de mobilizarem eficazmente as energias e recursos disponíveis. Cada vez é mais evidente que não temos margem para repetir equívocos, para adiar decisões ou para desperdiçar oportunidades.
Daí a insistência com que venho apelando à concentração e confluência de esforços naquilo que é essencial com a consequente desvalorização do pequeno conflito ou disputa, da notícia de primeira página que hoje consome a nossa atenção e de que amanhã já ninguém se lembra.
Com efeito, estes dois mandatos reforçaram em mim a convicção de que um dos maiores males de que enferma a nossa vida política é essa atracção aparentemente natural pelo episódico e conjuntural em detrimento do interesse por aquilo que verdadeiramente nos afecta enquanto povo. Nesse mesmo sentido, raramente antecipamos problemas e dificuldades e nos preparamos para elas. Habituámo-nos, ao invés, a limitar a intervenção política à redução de danos e à resolução da última dificuldade surgida, o que priva a acção política de alcance estratégico, esgotando-a e consumindo-a em reacções pontualizadas de conjuntura.
Porém, os grandes problemas económicos e sociais, bem como os temas mais estritamente políticos exigem visão estratégica e capacidade de pensar e agir sobre o médio prazo. De outra forma, a sua resolução pode ficar negativamente condicionada e afectada. As discussões presentemente em curso sobre a limitação dos mandatos e sobre os processos referendários ilustram eloquentemente a importância daquela necessidade e deste risco.
Num e noutro caso viemos a adiar a resolução dos problemas até um ponto em que se formou aparentemente um acordo alargado sobre a necessidade de os encarar. Porém, logo que se trata de decidir, a tendência é invariavelmente a de deixar contaminar a discussão dos temas de fundo e, consequentemente, a resolução dos problemas pelos interesses de conjuntura.
Se estas questões são suficientemente importantes para mobilizarem a nossa atenção a um ponto que, eventualmente, conduz à própria abertura de processos de revisão constitucional, então as respectivas discussão e decisão não deveriam ser negativamente condicionadas pelas preocupações com eventuais ganhos ou interesses pontuais ou de curto prazo.
A questão dos referendos é particularmente elucidativa a este respeito. Após um longo período em que a adequação do instituto aos parâmetros da democracia representativa foi, entre nós, muito controversa, a Constituição veio a acolher a possibilidade de realização de referendos nacionais sobre questões de interesse relevante, mas de acordo com condicionamentos e limites pormenorizadamente pré-estabelecidos na própria Constituição e na lei. Algumas dessas restrições vieram a revelar-se tão problemáticas que, pode dizer-se, temos passado tanto ou mais tempo a discutir procedimentos e regras do processo referendário do que a discutir o fundo das questões eventualmente sujeitas a referendo. A consciência de algumas destas dificuldades conduziu precisamente à abertura do presente processo de revisão extraordinária da Constituição.
Como se sabe, manifestei em diferentes ocasiões ao longo dos meus mandatos as maiores reservas à facilidade com que, entre nós, se recorre à revisão da Constituição como panaceia para resolver quaisquer males, aparentes ou reais, sem atender às necessidades de estabilidade e consenso em torno do texto fundamental de qualquer Estado democrático. Daí que, mesmo quando a revisão constitucional se revela absolutamente indispensável, ela deva preocupar-se com a resolução global e duradoura das questões de fundo que lhe deram origem, sob pena de uma banalização a todos os títulos inconveniente dos processos de revisão e do próprio texto constitucional.
Foi para essa necessidade de aproveitamento do actual processo de revisão que chamei a atenção em recente mensagem que dirigi à Assembleia da República a propósito da impossibilidade de realização do referendo que me foi proposto. Como aí dizia: "... as dificuldades objectivas... que tão evidentemente se manifestaram colocam-nos perante a necessidade de repensarmos a adequação do conjunto dos prazos e limites circunstanciais, temporais e materiais que, entre nós, envolvem a realização dos referendos. Tendo sido desencadeado um processo de revisão constitucional extraordinária, será essa uma oportunidade excelente para correcção prévia dos requisitos e condicionamentos que se têm revelado mais problemáticos ou desajustados".
É só por tal razão que, com todo o respeito pela autonomia da instituição parlamentar, me sinto agora autorizado a voltar ao tema e mais ainda porque, como se sabe, o Presidente da República tem um papel decisivo na convocação dos referendos.
É que a discussão actualmente em curso, bem como os próprios projectos de revisão apresentados, levam-me a temer que, como tantas vezes tem acontecido, o presente processo de revisão extraordinária seja mais uma oportunidade não aproveitada para confrontarmos as questões de fundo deixando prevalecer, mais uma vez, o meramente conjuntural e pontual.
A nossa experiência de referendos nacionais não tem sido muito bem sucedida. Para além de uma participação popular pouco significativa nos dois referendos já realizados, com a consequente ausência da sua vinculatividade jurídica, tivemos entretanto duas iniciativas rejeitadas por inconstitucionalidade e mais uma, a mais recente, por manifesta inoportunidade de calendário. Foi-se percebendo, perante tais evidências, que estes insucessos não são devidos a meros acasos, mas que na sua raiz estão, em grande medida, insuficiências e até contradições do actual enquadramento constitucional e legal do regime do referendo. Limito-me a mencionar sintetizadamente algumas de entre as mais susceptíveis de reconhecimento geral.
O regime é compreensivelmente exigente em termos da participação requerida para conferir vinculatividade jurídica ao referendo, mas permite que uma qualquer participação, por mais reduzida que seja, assegure à respectiva decisão uma vinculatividade política efectiva e de duração praticamente indeterminada. O exemplo mais flagrante é o do referendo sobre interrupção voluntária da gravidez em que, com uma reduzida participação eleitoral (cerca de 30 por cento do eleitorado), as posições em disputa obtiveram resultados muito próximos (a vitória do "não" traduziu-se numa vantagem mínima, de cerca de 50 mil votos). Todavia, mesmo nestes termos, uma opinião juridicamente não vinculativa manifestada por apenas 15 por cento do eleitorado pôde capturar indefinidamente a decisão da Assembleia da República sobre o fundo da questão.
Outra manifesta contradição é a que respeita à (im)possibilidade de referendar convenções internacionais de que o Estado português seja parte. Designadamente, a actual impossibilidade de sujeitar a referendo o próprio acto de aprovação/ratificação obriga a uma selecção das perguntas a colocar ao eleitorado que, designadamente nos tratados mais complexos, é sempre, na melhor das hipóteses, arbitrária e, na pior, inconstitucional ou até democraticamente inaceitável. Para além disso, uma decisão referendária sobre questões meramente particulares integrantes de uma convenção internacional não é susceptível de ter consequências lineares, transparentes e adequadas pela simples razão que, na maior parte dos casos, o Estado português, e qualquer que seja a decisão do eleitorado sobre as perguntas particulares que lhe foram colocadas, só pode ratificar ou não ratificar o tratado na sua globalidade.
Por último, ficaram também bem evidenciadas as dificuldades objectivas que os actuais limites circunstanciais e temporais impõem à realização de referendos. A sucessão de actos eleitorais e de dificuldades de calendário pode determinar, como ainda agora aconteceu, que, no quadro legislativo em vigor, uma proposta de referendo aprovada pela Assembleia da República fique objectivamente impossibilitada de se efectivar durante quase um ano...
Considero, neste sentido, e como recentemente manifestei à Assembleia da República, que a revisão constitucional em curso seria a oportunidade adequada para confrontar o essencial destas questões.
Em primeiro lugar, seria natural e exigível que um processo de revisão expressamente dirigido à apreciação deste tema se não limitasse a "resolver" o problema particular e específico do referendo sobre este tratado constitucional europeu, tanto mais quanto as dificuldades suscitadas a propósito são comuns a esse e a todos os referendos que respeitem a convenções internacionais.
Não resolver agora o problema global, isto é, o da especificidade que afecta todas as convenções internacionais, terá inevitavelmente como consequência que, sem qualquer vantagem no presente, a Assembleia da República terá, num futuro mais ou menos próximo, a propósito deste ou doutro tratado europeu ou de qualquer outra convenção internacional, de voltar à questão, com os inevitáveis custos e inconvenientes de impossibilidade prática de realizar o referendo ou de, em alternativa, ter de abrir novo processo de revisão constitucional.
Em segundo lugar, e da mesma forma, reconhecidas e evidentes que são as dificuldades objectivas suscitadas pelos limites temporais e circunstanciais actualmente em vigor, dificilmente se compreende que as alterações necessárias sejam inviabilizadas, não por serem consideradas inconvenientes, mas apenas porque o desaparecimento de tais obstáculos permitiria a eventual realização de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez a curto prazo.
Estes são alguns exemplos actuais, e, por isso mesmo, de consequências negativas ainda evitáveis, desta nossa permanente tendência para protelarmos o confronto com as questões de fundo, mesmo quando as dificuldades e as experiências mais recentes nos exigem uma visão estratégica e uma capacidade de antecipação e consequente resolução dos problemas.
Os desafios e exigências - da integração europeia, da racionalização da administração pública, da competitividade, da qualificação, da educação- que, enquanto povo, se nos impõem tão drasticamente no tempo presente não admitem a condescendência para com a prevalência do acessório e do conjuntural. É tempo, para todos nós, de uma nova atitude e de uma nova forma de intervenção política mais consentâneas com os ditames de uma democracia estável e madura.»
Jorge Sampaio
Lisboa, 1 de Junho de 2005, do Prefácio ao livro Portugueses, volume VIII, em publicação
ESPUMAS VIII
«Tanta areia, branca, branca, branca. E não há mais nada?! Só grãos e uma cor? E eu, onde estou?! Falo e não me ouço? Mexo-me e não vejo? Onde estão os meus braços? E o meu nariz?! Será que só me vêem os olhos? Se tenho visão devo ter olhos?! Era engraçado agora alguém aparecer e ver-me apenas os olhos!
- Nuno! Nuno!
- Sim, quem fala?!
- Estás bem? Caíste da prancha e estavas com a cabeça enfiada na areia!
- Ãh?... Bolas… e eu a pensar que estava num lugar real!
Afinal estava na praia e não me lembro de ter caído. Deve ter sido do êxtase da onda, ou melhor, da onda surfada. Que viagem! Foi de um sonho para o outro. Bom, vamos cair outra vez. A realidade, afinal, não é assim tão má. Estas quedas fazem-me gostar das manhãs úteis. Aquela em que o som amigo do acordar cresce em nós, como se caíssemos num trampolim, e obriga-nos a levantar para um dia preso de rotinas e de formas de estar. Dias sofredores, de superfície. Nada de mais para quem sabe nadar.»
NCR
O fim de um ciclo é (sempre) o inicio de outro.
Hoje iniciou-se a época balnear.
Hoje terminaram as aulas, alias as ordinárias já tinham terminado ontem...
Amanha é dia de praia. Sem ondas e sem aulas, viva a praia em todo o seu esplendor!
Afinal nem tudo é mau, e os ciclos inevitavelmente acabam por emergir do seu lado obscuro e atingir os seus pontos positivos.
Por estes dias a curva inflecte.
Sucumbida que está a rigidez do horário, nasce a liberdade da escolha, temperada (ainda) pelos deveres inerentes aos exames, primeiro escritos depois orais.
Em bom rigor, para mim será um tempo de tranquilidade. Dupla tranquilidade. Desde logo porque duas das cadeiras já estão feitas, e muito bem feitas, acima da média. Tranquilidade também, porque o grande trabalho está cumprido..., agora basta efectiva-lo!
E assim vai andando a curva pelo lado positivo..., depois virão as férias lá para Agosto, e finalmente a curva acabará por começar a descer, para novos ciclos, novos saberes, novas experiências, novas vidas...
PSL
Hoje terminaram as aulas, alias as ordinárias já tinham terminado ontem...
Amanha é dia de praia. Sem ondas e sem aulas, viva a praia em todo o seu esplendor!
Afinal nem tudo é mau, e os ciclos inevitavelmente acabam por emergir do seu lado obscuro e atingir os seus pontos positivos.
Por estes dias a curva inflecte.
Sucumbida que está a rigidez do horário, nasce a liberdade da escolha, temperada (ainda) pelos deveres inerentes aos exames, primeiro escritos depois orais.
Em bom rigor, para mim será um tempo de tranquilidade. Dupla tranquilidade. Desde logo porque duas das cadeiras já estão feitas, e muito bem feitas, acima da média. Tranquilidade também, porque o grande trabalho está cumprido..., agora basta efectiva-lo!
E assim vai andando a curva pelo lado positivo..., depois virão as férias lá para Agosto, e finalmente a curva acabará por começar a descer, para novos ciclos, novos saberes, novas experiências, novas vidas...
PSL
Para professores e alunos
Contra ventos e marés contemporâneos, Stanley Fish escreveu no New York Times um artigo defendendo a prevalência da forma, no ensino da escrita, sobre o conteúdo. Diria artigo politicamente incorrecto e muito interessante para o mundo da pedagogia escolar literária. A ler aqui.
NCR
NCR
Carta de Direitos Académicos
Algo original, o Students For Academic Freedom redigiram uma Carta de Direitos para a Academia. A ler aqui.
NCR
NCR
quarta-feira, 1 de junho de 2005
Isto deve ser um vírus
ATENÇÃO, ATENÇÃO!!!!
A blogosfera está a ser atacada por um vírus ultra benigno.
Depois deste “blogueiro” e do Almocreve, agora “a doença” chegou à praia (link). Sob a forma obsessiva!
É bom é. Para o avô e para o bebé!!
Mas já há quem não concorde (link).
PSL
A blogosfera está a ser atacada por um vírus ultra benigno.
Depois deste “blogueiro” e do Almocreve, agora “a doença” chegou à praia (link). Sob a forma obsessiva!
É bom é. Para o avô e para o bebé!!
Mas já há quem não concorde (link).
PSL
Não ao referendo em Outubro!
Parece quase certo que o referendo em Portugal ao Tratado Constitucional Europeu se realizará em conjunto com as eleições autárquicas de Outubro próximo.
Mais uma péssima e errada decisão da nossa classe política.
Referendar o Tratado Constitucional Europeu em dia de autárquicas é diminuir a importância destas e pulverizar a importância da decisão sobre o futuro da Europa.
Só agora o Português médio inicia o seu caminho de conhecimento do que está em causa em tal referendo. Pelo meio teremos a época estival, mais dada a mergulhos no Algarve do que a pensar em coisas esquisitas da “comunidade europeia”.
O que se pretende com a marcação da data do referendo é não discuti-lo. É não informar, é não debater. Depois queixem-se do resultado.
PSL
Mais uma péssima e errada decisão da nossa classe política.
Referendar o Tratado Constitucional Europeu em dia de autárquicas é diminuir a importância destas e pulverizar a importância da decisão sobre o futuro da Europa.
Só agora o Português médio inicia o seu caminho de conhecimento do que está em causa em tal referendo. Pelo meio teremos a época estival, mais dada a mergulhos no Algarve do que a pensar em coisas esquisitas da “comunidade europeia”.
O que se pretende com a marcação da data do referendo é não discuti-lo. É não informar, é não debater. Depois queixem-se do resultado.
PSL
Obviamente
Via bomba inteligente (link) cá está mais um teste FUNDAMENTAL.!!!
Advinhem quem eu sou?
Sim, advinhem quem eu sou?
O irascível, o insuportável, o insolente, Cartman.
Eu já desconfiava, agora tenho a certeza. YUUUUPPPIIII
Não era difícil…
Eheheheh...
E vocês? Que personagem do South Park são (link)?
PSL
Advinhem quem eu sou?
Sim, advinhem quem eu sou?
O irascível, o insuportável, o insolente, Cartman.
Eu já desconfiava, agora tenho a certeza. YUUUUPPPIIII
Não era difícil…
Eheheheh...
E vocês? Que personagem do South Park são (link)?
PSL
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