terça-feira, 20 de maio de 2008

Birmânia 2007

Entre o céu e a terra, o hábito e o uniforme, as mãos e as pistolas, a liberdade e o poder, o passado e o presente, a tradição e a conservação, Birmânia (tiques de ocidental, prefiro-o a Myanmar) está a passar por aqueles grandes e decisivos momentos da história de uma nação.

Espero que o povo birmanês consiga a sua vitória e a derrota de um regime com mais de 40 anos de timocracia moderna (ditadura+fascismo militar). Se o homem não puder/quiser intervir (não vale aqui mais o uso da força?), a natureza interveio pelo homem, ainda que este também seja um aliado da destruição do seu semelhante.

Recordo aqui um dos momentos mais marcantes do ano passado para mim, onde a vida tudo vale e por nenhuma se morre: o assassinato do fotógrafo japonês Kenji Nagai, que mesmo depois de baleado continuou a batalhar, numa guerra que não é desigual no mundo moderno. Disparo contra disparo, ainda caído, Nagai continuou a disparar...com a arma mais imortal dos nossos dias. As suas balas ficam, as outras, não.



"9 crimes" - Damien Rice & Lisa Hannigan

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