Esperei, esperei, esperei... mas não vi nem bloguistas nem cronistas de direita relacionarem dois casos com algumas semelhanças e com enormes diferenças:
Os bloguistas e cronistas de direita estão em êxtase procurando atacar o Governo por causa da não renovação da comissão de serviço da directora do Museu de Arte Antiga, Dalila Rodrigues (nomeada por um Governo CDS-PSD), em consequência (parece) de esta ter publicamente assumido a sua discordância com a política de gestão de museus da ministra.
Por outro lado, silenciaram a condenação do Estado em pagar um milhão de euros aos 18 directores dos centros distritais de segurança social (nomeados por um Governo PS) demitidos por fax, a uma Sexta-Feira à tarde, por Bagão Félix. A meio da sua comissão de serviço.
No caso de Dalila Rodrigues, não foi renovada a comissão de serviço de uma directora de um museu nacional que discorda da política dos museus nacionais do Governo.
No caso dos 18 directores, a demissão ocorreu durante a comissão de serviço, sem que tenha havido qualquer manifestação contra a política de segurança social do Governo.
Assim, estranho que Dalila Rodrigues seja vítima de uma medida estalinista, e que os 18 directores tenham sido meramente objecto de uma varridela higiénica contra a esquerda (como na altura se dizia, quando os sapatos de vela invadiram a Praça de Londres).
Aproveito para citar Vasco Pulido Valente na sua crónica de hoje, no Público:
«Dalila Rodrigues, por muito que lhe custe, está obrigada à obediência e não é admissível que vá para os jornais censurar a ministra. Não lhe compete definir a política do ministério; e a administração pública não se tornou ainda numa instituição democrática. A dr.ª Pires de Lima tomou nota e, muito justamente, correu com ela.»
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