quinta-feira, 6 de abril de 2006

Da cultura da balda

Lá no estabelecimento de ensino, que se diz superior, onde acabo a minha licenciatura, as aulas terminam no próximo dia 11, terça-feira, antes da interrupção pascal. Mas alguns Professores já fizeram saber que não darão aulas nos dias 10 e 11, o que significa que as ferias lá terão de começar um pouco mais cedo a 7 de Abril. O regresso às aulas está previsto para o dia 26 de Abril, uma quarta-feira, mas é de esperar que o episodio da balda se repita e sabendo o que “a casa gasta” eu próprio – incentivado pelos estímulos do sistema - irei passar mais uns dias a banhos no outro lado do Atlântico, só regressando às aulas dia 2 de Maio. Em suma, três semanas (3!) de ferias da Páscoa. É a isto que um hedonista (ou melhor, in casu, um faz-nenhum) denominaria rica vida!
Como em bom rigor as aulas neste segundo semestre recomeçaram dia 6 de Março tendo o seu terminus previsto para o dia 2 de Junho, com tanta balda o proclamado segundo semestre terá em bom rigor apenas dez semanas (10!) de aulas.

Em tempo de balanços fazem-se contas à vida. Tive alguns professores que proclamaram a tal “superioridade” do ensino superior. Tive outros, marginalíssimas excepções que para alem de a proclamarem, efectivaram-na. Estes são os “loucos” os “maus”, os “frustrados”, os “imbecis” ouve-se nos corredores das instalações.
No fundo o que deveria ser a regra foi apenas a excepção. E o problema, se é que chega a ser problema..., é que este estado de coisas não se limita à Universidade X, Y ou Z, mas vai sendo pratica comum e transversal a todo o sistema de ensino.
A cultura da balda impõem-se e sobrepõem-se em todos os aspectos ao rigor, à qualidade, à excelência.
Depois queixem-se.

PSL

3 comentários:

Dr. Assur disse...

Uma vez, um conhecido professor universitário, apareceu só para nos dizer que naquele dia não podia dar aulas. E foi-se embora. E nós também com ele.

AL disse...

Depois do seguimento de posts que têm surgido por aqui, fiquei um pouco desapontada com este.

Pedro Soares Lourenço disse...

Só isso não basta, tens é de explicar porquê, Ana.