Boa Noite, e Boa Sorte, ***
Ao ver o filme de George Clooney lembrei-me da velha metáfora do copo meio cheio-meio vazio.
São muitas e boas as referencias a Good Night, and Good Luck. Pelo embalo da crítica e da blogosfera (v.g. o bom texto de Marta Veloso no Matiné) vamos cheios de vontade para uma noite de caça aos “caçadores de Bruxas”.
Com um punhado de dólares Clooney oferece-nos a aventura dos que remam contra a maré do obcecado Senador McCarthy.
Com um preto e branco sempre enevoado por tanto cigarro enervantemente fumado, rapidamente entramos no estúdio da CBS muito bem recriado para aqueles dias de cinema. E esse é um dos pontos fortes do filme, onde pontifica um (perfeito) David Strathairn, personificando o destemido Edward R. Murrow.
E..., lamentavelmente, por aqui se fica Boa Noite, e Boa Sorte.
O tema é do dia, os decores beijam a perfeição, no geral a cinematografia é muito boa, mas o filme vai ao sabor da maré, aos soluços, sem nunca alcançar a profundidade dramática que o debate exige
Ainda hoje Hollywood lida mal com a “Caça às Bruxas”; deixa-se ficar por meias tintas, tem medo e lamenta não ir à raiz da paranóia McCartysta.
Boa Noite e Boa Sorte, é mais uma oportunidade perdida, o que não significa imediatamente que estamos perante um filme perdido.
Para mim o copo estava meio vazio.
PSL
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