segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Concerto dos Sigur Rós

Que mais posso dizer de verdadeiro e profundo sobre os Sigur Rós, para além de tudo o que já disse sobre eles, neste blogue e no meu anterior, o Ad Libitum? É o eterno problema da sinceridade continuada: depois da primeira, ou da segunda, deixa de ter piada e, consequentemente, ninguém nos leva a sério!
Ontem, no concerto, só fui incapaz de compreender o facto de se «charrar» ao som daquela genial música que nos faz temer o início infernal do fim da vida, tal será as saudades desta poção sonora. Na verdade, quanto aos «charrados», das duas uma: ou não conhecem a música ou são extremamente viciados na ilusória cannabis. Quem não fica mocado com este som islandês?! Confesso que foi o que mais me intrigou no concerto, juntamente com o mistério da queda do manto branco sobre o palco, já a final, que só conseguiu parar até meio!
Duma coisa, contudo, não duvido. Este grupo vai acompanhar-me até ao resto dos meus dias. Não encontro melhor expressão para definir a minha admiração. Fanático não sou, não tenho jeito nem feitio para radicalismos. A haver, passa apenas por comprar todos os discos onde eles participem (de autoria e participados). Em rigor, sou mais um escuteiro, onde quer que eles estejam ao meu alcance, terão sempre o meu estado de alerta, seja na rua, no carro ou nos media, seja em conversa de família, amigos ou colegas. Penso que é este, em essência, o significado do companheirismo que falei. Tal como me acompanharão Lisa Gerrard, Nina Simone, Craig Armstrong, Ludovico Eunaidi, Abrunhosa (a costela portuguesa desta lista), Bliss, Wim Mertens, Damien Rice, entre outros poucos.
Será que, para além da minha dedicação, têm algo em comum?
A resposta leva-nos ao grande mistério da capacidade humana de atingir a felicidade por um momento...de música.

NCR

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