quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Sigur Rós




Poderia declarar que são a melhor banda do mundo, poderia afirmar que compõem a música dos meus sonhos e dos meus silêncios, poderia clamar que cantam as mais belas músicas que alguma vez ouvi, poderia bradar que tocam a música que eu amava tocar se tivesse talento, poderia dizer tudo isto, mas não digo, falta-me a coragem de cair no ridículo. Porquê? Porque a música é o som do momento, de momentos, do passado, presente e futuro. Por isso, não sabemos o quanto este tipo de adorações se situa exclusivamente em nós. O que eu posso dizer, falando estritamente da minha pessoa, é que desde que ouvi pela primeira vez os Sigur Rós, em 2000, que colecciono os seus álbuns (quatro com o último, “Takk”) entre outros singles (cinco). Não sou fã, no sentido que a ideia comum dá da palavra, simplesmente sigo as ‘composição e sinfonia’ desta banda e dos seus membros, sempre que possível.
E porquê esta adoração? Não conheço noutros grupos nenhuma sonoridade igual. A música dos Sigur Rós destaca-se dos cardápios de melodias, descobre-se por uma sílaba de Jón þor Birgisson, reconhece-se num segundo de acorde dentre a panóplia de meios de radiodifusão musical. Julgo que não estou a exagerar, talvez apenas quem conheça os Sigur Rós poderá afirmá-lo, sem necessidade de ouvir intensivamente todos os álbuns, pois nos priemiros momentos de uma música reconheço a música ou a sonoridade dos Sigur Rós. Tanto assim é que parece algo inverosímil o modo como descobri os The Album Leaf, de Jimmy LaValle, na FNAC: estava em escuta o álbum deste grupo In a Safe Place (julgo não estar enganado, pois não o tenho aqui) e assim que ouvi a primeira música achei que aquela música era bastante próxima da dos Sigur Rós, diria mesmo, a mais análogo que já tinha ouvido, e estava fascinado com aquela descoberta. Depois, em casa, abrindo a caixa do CD e lendo as features, descubro que no álbum participam os músicos dos Sigur Rós. Aqui está uma boa história comprovativa do toque siguriano. naturalmente, existem grupos com música semelhante, para além do já referido The Album Leaf, podemos mencionar Mogwai, Spirtualized, Tristeza, entre outros, estando contuddo longe de ser confundidos com o trio islandês.
E como é a música dos Sigur Rós? A melhor resposta é mesmo a de haver resposta alguma, simplesmente porque somos esmagados pela sua simplicidade, naturalidade, minimalismo e pelo mundo onírico para o qual nos transporta em colo de brinquedo, ora ao som de caixinhas de música infantis, ora rebentando com a letargia e os preconceitos das nossas profundezas triunfadoras em comodismos, afazeres e rotinas, levando-nos para ambientes musicais arrasadores de qualquer estado de insensibilidade ou de desilusão.
Toda esta singeleza e sobriedade se estende às capas dos cd’s, às raras ou inexistentes palavras e fotografias no álbum, aos títulos das músicas por vezes sem nome e aos álbuns sem uma única letra na sua música (como no álbum “()”), ao traço dos desenhos inconfundíveis que inspira esta banda, com nome de Rosa Vitória, proveniente da Islândia. Takk (Obrigado) Sigur Rós.

Aqui podem ver o video Glósóli (disponível no site oficial www.sigur-ros.is).

NCR

P.S. - Ah, e não se esqueçam, eles vão estar em Portugal para um concerto no dia 20 de Novembro. Têm tudo a perder, se não forem.

1 comentário:

Patsy Dear disse...

embora não tenham ABSOLUTAMENTE NADA A VER COM, sigur afecta-me tal qual pink floyd... enerva-me ao fim de 37s.

mas tal como pink, compreendo a veneração da Humanidade por este som.

(e dEUS estará na aula magna dia 4 de dezembro!)