Vicky Cristina Barcelona (***)
...recomecemos então por um filme que muito tem dado que falar.
Paradoxalmente não há muito a dizer sobre a fantasia (erótica) espanhola de Woody Allen. A "ciência" do nova-iorquino está toda lá, mas parece ter sido afectada pela indolência do verão mediterrânico e pela própria luxúria do sonho. Os paradoxos começam logo no próprio título do filme. Vicky está lá, Cristina também, mas da Barcelona pouco se sabe. A cidade condal fica muito longe de se assumir enquanto personagem; quando muito teremos a afirmação (discutível!) de um certo viver catalão: da arte, do comer, do beber, do estio, do prazer, numa palavra, do sentir que estamos vivos. No demais, Match Point há só um. Registo, contudo, por essa blogosfera fora, que o filme tem agitado algumas consciências, fazendo despertar, fazendo sonhar. É estranho que tenha de vir um "velho babão" do outro lado do atlântico mostrar-nos o que pode ser a vida bem vivida. Que, pelo menos, não se fiquem pelo desejo, pelo sonho. Vá, vivam…
[Ao invés de Scarlett Johansson, que tarda em impor a sua beleza impar como actriz, nota altíssima para Rebecca Hall, totalmente comprometida com a personagem; sigamo-la com atenção]
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