Control, ***
Ian Curtis e os Joy Division dizem me pouco, muito pouco. Não sei se é bom ou mau. É o que é. Control, enquanto objecto cinematográfico, vale sobretudo pela excelente fotografia de Anton Corbijn (aproveitada ao limite nas cenas que retractam as actuações da banda) e pela interpretação irrepreensível de Sam Riley. Mas o que mais me cativou no filme do fotografo holandês, foi a maneira como o realizador coloca a questão: quem era afinal Ian Curtis? Seria Ian o tal poeta e cantor genial que se transformou em mito instantâneo após o seu suicídio, ou, ao invés, não passaria de um dançarino pateta que escrevia umas coisas sem nexo, profundamente doente (alcoolismo, epilepsia e esquizofrenia), e que ao primeiro sinal de amor a três dimensões não suportou o peso da sua própria existência? Ou, digo eu, seria tudo isto e mais um poço de egoísmo e egocentrismo sem fundo? São boas questões (digo eu, novamente) que um fã incondicional poderá achar heréticas. Mas elas estão lá, quer queiram quer não. Ah, Control vale ainda pela banda sonora. Mas, escrever tal coisa, é abraçar de forma cobarde o lugar comum. Abraço este só comparável ao plano da ascensão com que o filme termina.
1 comentário:
hmmm Joy Division!!
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