segunda-feira, 26 de junho de 2006

Tomaras e uma equipa da qual nos podemos orgulhar

Tomara que o país e os portugueses em momentos difíceis tivessem a garra e a união que ontem a equipa portuguesa demonstrou contra a holandesa. Portugal tem uam equipa muito acima do nível médio de Portugal, de topo mundial mesmo, apesar de muitos não se darem conta disso, apesar de todas as dificuldades naturais e imprevisíveis.



O que quero escrever aqui hoje, e enaltecer, é sobre esses dois grandes atributos que acima referi e que tenho visto desde o primeiro jogo, cujo porta-estandarte nomeio Figo. Figo é um orgulho nacional a vários níveis, não é só no futebol. Figo tem sido um verdadeiro Afonso Henriques nesta guerra acumulada de batalhas desportivas (e por vezes anti-desportivas, como vimos ontem). Pode parecer corriqueiro, mas emocionei-me ontem ao ver a sua atitude em campo, sobretudo quando não tinha a bola. A determinação na procura da bola, a ajuda incansável aos colegas da defesa e aquele suor na camisola - repararam? compararam-na com as outras camisolas? -, aquela camisola dizia tudo, completamente encharcada pelo fôlego de Morfeu, o deus dos sonhos. A culminar, veja-se a sua atitude quando foi substituído, foi de facto deveras emocionante o modo determinado e liderante com que se dirigiu a vários jogadores como se as suas palavras transportassem o sopro de Niké, a deusa da vitória. A excelência está nos detalhes. e já não bastava todas estas qualidades, ainda consegue ser dos melhores jogadores do mundo com a bola nos pés. Tomara que todos nós fossemos, nas nossas profissões, como o Figo é a trabalhar. Não há que ter vergonha de o dizer, pois muitos portugueses são excelentes no que fazem.



Se Scolari tem um anjo, um anjo português, que se transcende com eficaz elegância, com nome vindo da Dinamarca, um anjo que não voa, mas faz voar, a bola que tanto gosta de pont(ap)ear - podemos dizer que Portugal tem um deus, com nome de fruto. E só não vê quem reduz o futebol ao buraco de uma baliza!

Churchill, no seu discurso de estreia como primeiro-ministro em 1940, escreveu e disse "...Não tenho nada a oferecer-vos senão sangue, trabalho, suor e lágrimas...". Normalmente somos um povo sem vergonha, excepto no elogio e na crítica construtiva. Por isso, e apesar de não ser uma regra lusa, elogio Figo e a equipa portuguesa. E a frase de Churchill aplicada ao futebol, parece-me ser o lema de Figo e da equipa portuguesa. Tal como Churchill pretendia, tal como deve ser na vida, é a coragem, a determinação e a união que fazem a história das guerras, mais do que a contagem dos mortos e feridos.

NCR

1 comentário:

Marco Oliveira disse...

Hoje é que eu queria ouvir os senhores que tanto gostam de criticar o Felipão!
:-)
Onde andam o Pinto da Costa e o Manuel Serrão?