Tropa de Elite, ***
De uma forma geral a crítica portuguesa “da moda” não apreciou o vencedor da última edição do Festival de Berlim. Para além de não terem apreciado, os críticos apressaram-se a repetir a lenga-lenga que leram “lá fora”. O filme de José Padilha, dizem, é fascista; e quando não está a fazer a apologia da violência é telenovelesco.
Compreende-se. A crítica “da moda” é de esquerda e conservadora – sempre foi. E quando vê alguém (ainda por cima vindo de um país tropical) disposto a rescrever e recontar a luta de classes, no minimo mija-se nas calças.
Dito isto é bom que se saiba que "Tropa de Elite" é apenas um filme interessante. A espaços espectacular mas quase sempre infantilmente violento. Dizem os autores que a vida nas favelas não é assim, é pior. Certo, mas nós compreendemos à primeira, não é necessário, por exemplo, mostrar até à exaustão a cena da tortura do asfixiamento com o saco de plástico.
"Tropa de Elite" vale então pelo seu lado subtilmente documental. Mas vale também por colocar a nú, ainda que “nas entrelinhas”, algumas hipocrisias clássicas dos tempos de hoje, como a do menino burguês, filho de papá rico, cheinho de consciência social mas que só lá está para fumar umas beber outras e comer as que calha.
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